segunda-feira, 30 de junho de 2008

Manuela e as agências de comunicação

O ódio de Manuela Ferreira Leite pelas agências de comunicação é tão incompreensível, quando o seu pai espiritual (Cavaco) foi eleito com a ajuda de uma.
Bastava ver a primeira semana pós-congresso na imprensa para perceber que, Manuela, na comunicação, sem protecção, vai ser neve num país tropical.
Os tempos são outros e até Cavaco Silva percebeu isso.

“Os meninos de ouro”

Esta semana fomos bombardeados com “meninos de ouro”.
É a biografia autorizada de José Sócrates com este nome e foi Paulo Rangel assim também apelidado pelo Expresso. Qual deles, afinal, será?
O primeiro “bambino d`oro” de que ouvi falar foi uma lenda da “squadra azurra”, Gianni Rivera, um ícone do futebol italiano dos anos 70.
Mas os verdadeiros “meninos de ouro”, os que recomendo são os que se encontram nas páginas de um livro genial de uma das nossas maiores escritoras, Agustina. Sempre a revisitar na edição da Guimarães.
«As doenças não só são as viagens dos pobres, são também as escoriações belas dos ricos»; «quando se localiza o medo de alguém tudo é permitido»; «as pessoas são acometidas de um desejo desmesurado de se relacionarem com o seu próprio retrato, mas retrato infiel, só que implacável na sedução que exerce».
«Todos queremos ser o que não somos», escreve, nos seus “meninos de ouro”, Agustina.
É para isso que servem biografias autorizadas e panegíricos na imprensa.

Nova agência quer relações com investidores

Vai surgir uma nova agência no mercado português, especializada em relações com os investidores. A empresa terá uma estrutura pequena e atacará no PSI20. Pelo que sei de fonte próxima do processo, os fundadores serão dois, e com bastante experiência em comunicação. Um deles saiu de uma cisão há bem pouco tempo, enquanto o segundo é um ex-director de jornal.

Nomes espertos

“Amanhã não me posso reunir consigo, é que às quartas estou na universidade.”

“A minha empresa está sedeada no Taguspark…”

“Trabalho em biotecnologia.”

“…o meu colega da Católica…”

“…agora estou na Jerónimo Martins…”

“Vivo na Expo.”

Há nomes que contêm em si muito informação, pelo que é usual utilizarmo-los com muita frequência nas nossas conversas. Podemos chamá-los de espertos porque funcionam como marcas e agregam um conjunto de informações sobre pessoas e/ou empresas, que queremos passar aos receptores.

Em termos de imagem não é a mesma coisa uma empresa ter morada na Quinta da Fonte ou em Tercena, assim como não é a mesma coisa dizer que se trabalha na Sonae (ainda que como estagiário) ou na Madeira Silva & Irmãos (como director).

Estes nomes, que são marcas, e que são espertos, têm tendência a surgir com naturalidade (!?) nas primeiras conversas que temos com os nossos interlocutores. É uma forma indirecta de nos posicionar, impulsionando o nosso estatuto.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Já disse que não!

Desculpem-me caros leitores, mas esta é uma mensagem para os youngnetworkers.

Caros youngnetworkers, peço-vos que parem de me enviar relatos do que estamos a fazer com os clientes. Já vos disse que não vou publicar no blog.

Um, porque não faz parte do nosso critério editorial, dois, porque só vale a pena fazê-lo nos casos em que tem utilidade para os leitores, três, porque o do fundo da Comunicação não é um blog de propaganda e, por último mas não menos importante, porque dizer bem de nós próprios é tão "last season*".

* A expressão "last season" foi importada para a agência pela boca da criativa Joana.

Duda Mendonça de novo com Maluf

O ex-governador de S. Paulo, Paulo Maluf quer contar de novo com o marqueteiro que lhe deu no passado as vitórias, Duda Mendonça.
Agora, será candidato à “Prefeitura” paulista (presidente de câmara) apenas com um objectivo: «limpar a imagem, já que a vitória é carta fora do baralho», diz a Veja. Não vai atacar ninguém e só apresentará as suas propostas.
Lembro uma história contada por Chico Santa Rita no seu livro “Batalhas eleitorais”. No Brasil há muito a tendência na comunicação política para se fazerem “jingles” (musiquinhas).
Numa altura, Duda quis passar a mensagem de político “fazedor” e apostou em «Maluf Faz».
Logo surgiu um “jingle” da oposição: «Maluf faz, faz, faz… a gente andar para trás, trás, trás».

O, mas O, soundbyte

«Precisamos de famílias para criar as nossas crianças. Os pais precisam entender que a responsabilidade não acaba na concepção. Eles precisam entender que o que faz um homem não é a capacidade de gerar uma criança, mas a coragem para educá-la».

Barack Obama

O alfaiate que não é do Panamá

Todos os dias há notícias interessantes.
A PSP não tem subsídio de fardas actualizado há 20 anos, logo, muitos agentes compram na candonga algo que tem de ter dignidade e é a primeira imagem de uma corporação.
Serem esmerados e zelosos na sua apresentação traz benefícios aos agentes e à credibilidade da PSP. Mas, os salários são baixos e há famílias para sustentar daí que apareçam as artimanhas para poupar na farda.
O director-nacional da PSP, Oliveira Pereira, que não deve levar para casa ao fim do mês o mesmo que os seus agentes, acha tudo o atrás descrito normal e assume «que tem um alfaiate particular para lhe fazer fardas».
Extraordinário país onde tudo o que é medíocre e tacanho parece normal.

See you, Mr. Gates

É hoje. O homem que criou a indústria de software abandona a sua primogénita ao fim de 30 anos. No final da sua história na Microsoft, Bill Gates ainda deixa a sua simpatia de sempre para com os concorrentes: "Há que dar mérito aos concorrentes pela nossa história...". Quando, noutro contexto, se poderia esperar uma conclusão de frase como "contribuiram para nos tornarmos melhores", com Gates o remate "...eram corredores muito fracos" nem chega a surpreender. Há muito de verdade na sua frase. Neste e noutros contextos.

O Jornal de Negócios edita hoje um especial sobre Bill Gates.

Blogografia: Sete dias de História.

E lá desapareceu do Sapo...

Demorou um pouco mais do que eu esperava, mas lá desapareceu o video da ratazana atómica, by Nike.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Presspectives: Internet x2, Expresso, Mentiras e Saloiices

Nesta edição a Presspectives publica uma entrevista exclusiva com Henrique Monteiro, director do Expresso, apresenta o estudo que dá a Internet com o dobro da influência da televisão e revela algumas tendências dos meios sociais. Leia a e-zine aqui.

Uma boa tarde para morrer

Em Outubro escrevi isto
Agora, foi o New York Times a render-se à arte e aos predicados de José Tomás. Porque os espanhóis amantes dos touros, esses, já o tornaram um Deus.
A 5 de Junho, em Las Ventas, JT cortou quatro orelhas e saiu em ombros. No outro domingo ali voltava, e ninguém sabia, especialmente os mais próximos, o que ele ainda podia dar mais.
A sua imagem de asceta e fora do comum para os toureiros actuais que povoam as revistas “del corazon”, leva-o a não falar à imprensa desde 2000. Não reza à Virgem nem aos santos antes das corridas e, para espanto geral, não brindou nenhuma faena ao Rei que foi à Praça para o ver.
É um asceta que bebe Coca-Cola, não fuma, faz desporto – especialmente futebol -, come de forma austera, ouve música e lê poesia e livros de toureiros.
Não sabe o que é o “marketing”, mas melhor “marketing” do que vender a morte ao serviço da sua arte não há.
Esse domingo, então, três orelhas…e três cornadas, quase mortais, que o levaram à enfermaria em estado delicado como rezavam todos os diários espanhóis que fizeram manchete da sua lide, no dia seguinte.
Deixo uma parte da crónica do “El País”, em espanhol, que para quem tem emoções e gosta de poesia dispensa tradução: «La imagen de José Tomás, el cuerpo magullado, el traje ensangrentado, dolorido por la herida que llevaba en el muslo derecho, pero com las dos orejas en las manos, cruzando de punta a punta el diâmetro de la plaza camino de la enfermeria, y los tendidos, sobrecogidos, puestos en pie, al grito unânime de “torero, torero”, es de esas que permanecerán para siempre en la memoria de las 24.000 almas que asistieron ayer a una corrida épica que tuvo como protagonista a un héroe de película, revivido en torero de hoy, um mago del valor, capaz de hacer emerger las emociones más apasionantes del ser humano.
JT llegó a Madrid dispuesto a superar lo insuperable; es decir, a dejarse matar antes que perder la batalla contra sí mesmo. Y la fe que lo demonstro com una entrega absoluta, com una heroicidad sobrehumana y com un insuperable desprecio a la vida. Porque, ayer, JT estaba disouesto a morir. Y a punto estuvo de conseguirlo»
Resta dizer que JT, quando entra na enfermaria apenas dizia: «esto ya lo conozco».
O mito, a primeira lenda do toureio do século XXI tem uma marca: a da morte. E chama-se José Tomás.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

“Há quem lhe chame engate, para mim sempre foi serviço público” – Zezé Camarinha

Foi ontem lançada no Maxime, em Lisboa, aquela que será a obra-prima portuguesa deste Verão: “O Último Macho Man Português”, o livro com a chancela D. Quixote, do algarvio Zezé Camarinha.

Trata-se de um livro de memórias no qual Camarinha elege as dez mulheres que mais admira, as dez em que nunca tocaria, as dez com quem gostaria de ter dormido e os dez mandamentos fundamentais para ter “sussexo com as gajas”. Truques, técnicas e memórias que elevaram o engate ao estatuto de “serviço público”.

Em entrevista ao Correio da Manhã o autor confessava: “Continuo sempre em forma. Ainda ontem, sem querer, passaram por mim duas holandesas e fiz um engatezito. Acabei por fazer o meu trabalho com uma delas”.

Ficam algumas das ‘pérolas’ dadas nesta entrevista e outras que poderemos encontrar no livro deste galã:

“Estamos num restaurante e as boas maneiras dizem que a mulher deve ficar sentada virada para a sala. ESTÁ ERRADO! Primeiro porque o homem é que tem de ficar a controlar o que se passa à volta e a mulher deve ficar virada para a parede. Assim não consegue deitar o olho a ninguém. Se soubermos fazer bem a coisa ela ainda fica a pensar que nós estamos a galar outra qualquer e fica «possuída».”

(…)

“O meu objectivo era deixá-las satisfeitas, em todos os sentidos... prato completo que é para não dizerem que o serviço não era bem feito, com o Zézé não era preciso o livro de reclamações. Nesse sentido ninguém me poderá acusar de não me ter esforçado. Não há uma que diga que não foi daqui bem amanhada.”

(…)

“Na praia sempre gostei de dar nas vistas. Mergulhos acrobáticos e grandes toques de bola eram o prato do dia. Quando saía da água fazia-o sempre com muito estilo. Isto é importante para chamar a atenção do gajedo. “

terça-feira, 24 de junho de 2008

Nike patrocina ratazana atómica

Se alguém percebe de marketing, esse alguém pode chamar-se qualquer coisa, mas tem Nike num dos apelidos.

Vejam o cozinheiro Petit na emissão que promove a ratazana atómica. Ver com atenção, a seguir ao 1m42s de reportagem, o vulto (seria um gato?) por cima dos tachos, atrás do jogador nacional.

Nike sempre na vanguarda!



(ou ver aqui)

PS: Se por acaso já não conseguirem visualizar este vídeo dentro de algumas horas, isso será responsabilidade do nosso excelso colega de blogosfera Luís Paixão Martins.

Leitores muito ocupados para perderem tempo com os vossos blogs

As consultoras de comunicação portuguesas têm chegado a conta-gotas à blogosfera. É natural, até porque muitas ainda procuram no calhamaço Larousse o significado de Social Media.

Mas agora já são várias as que têm o seu próprio blog corporativo. Contam-se pelo menos meia dúzia de urls e outro tanto de intenções. Pena que algumas se fiquem pelo fogacho de lançar o blog, sem que daí venha nenhum mal ao mundo diga-se, nem proveito.

Antes de lançarmos o do fundo da Comunicação assegurámo-nos que conseguíamos cumprir estas cinco características nos nossos conteúdos:

- Actualidade
- Substância
- Utilidade
- Continuidade
- Frontalidade

Quando possível adicionar-lhes uma sexta, uma pitada de controvérsia.

Se não conseguirem reunir isto nos vossos blogs, não percam tempo. Os leitores têm mais do que fazer.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Congresso de Guimarães: Faltou a ALMA (V)

Acima de tudo, neste Congresso, faltou alma, emoção e mais teatro. Os portugueses habituaram-se a isso no PSD. Se não há – e ainda por cima com um campeonato europeu e boa praia – não há audiências.
Por isso, ou volta o circo ou tem de se mudar esta organização, que se torna maçuda e em três dias apenas apresenta 4 momentos emocionantes.

Congresso de Guimarães: Melhores momentos (IV)

Manuela aposta nos silêncios, como tinha escrito. Traz respeito mas nenhum entusiasmo. O optimismo forçado para 2009 de alguns dos seus, foi muito mal disfarçado, mas vamos ver.
Ribau Esteves fez um bom discurso, mas por ter pouco perfil nacional ninguém o disse. E foi o primeiro a questionar as obras públicas prometidas pelo Governo.
Pedro Rodrigues, líder da JSD, dos mais ovacionados, relembrou Sócrates há uns anos atrás quando disse em entrevista: «não tenho o talento e as qualidades que um PM deve ter». Foi das «poucas vezes que falou verdade», como acentuou com graça o líder da Jota.
Pedro Passos fez brilhante discurso e aquilo que faltou dizer – ou melhor, que eu diria – foi que hoje já não esquerda e direita, mas sim passado e modernidade. Passos é a modernidade e o futuro. E ainda venceu outro desafio pessoal, que foi o magnífico resultado para o Conselho Nacional.
Pedro Santana Lopes esteve bem a falar de alguém muito esquecido e que merecia mais respeito dos congressistas: Luís Filipe Menezes. Deu alfinetadas e levantou a reunião magna quando disparou sobre os profetas da ética política. Vai aguardar estes tempos e ficar vigilante.
Ângelo Correia em grande estilo, A política também necessita de discursos daqueles.
Zézé Camarinha foi uma presença surpresa. Porque houve uma moção sobre turismo que criticava o actual Governo por deixar o Zézé Camarinha ser uma das bandeiras (hasteadas, presumo) da promoção de Portugal no estrangeiro. Foi o mais ridículo…

Congresso de Guimarães: Momento “Torero” (III)

PSL subiu engripado, voz trémula, mas morto por rebentar algumas figuras que, apesar de eleitas, não são apreciadas pelo povo social-democrata.
Quando fala em ética da política, o alvo era António Borges.
PSL muito aplaudido como sempre disparou e ficou a olhar – cerrado – durante longos segundos a observar um amedrontado Borges que, completamente encavacado, nem levantou os olhos.
Se alguém tinha dúvidas sobre o futuro político de Borges, aquela imagem mortífera de um desafio que não teve coragem de enfrentar diz tudo.
PSL, citando Esperanza Aguirre, também no congresso do maior partido de oposição espanhola, continua a ser «um verso solto dentro do poema». E assim continuará, é o seu espírito, é a sua ALMA.

Congresso de Guimarães: A saída de Cícero (II)

Hoje em dia, vê-se Ângelo Correia como um empresário, presente em conselhos de administração de muitas empresas. Tinha-se esquecido o velho Ângelo (juntamente com António Vitorino, os dois primeiros colunistas da revista que dirigi), culto, tribuno, orador de excepção.
Há muito que estava fora dos palcos de que gosta. Só quem não o conhece não sabe que, aqueles momentos em que lança palavras para uma assistência atenta e sedenta de discursos “à política”, são dos que mais adora.
O homem que canta árias de Wagner – em alemão – em casa, citou S. Paulo: «combatei sempre! Mas pelo bom combate!», falou latim para uma jornalista da RTP que não percebeu nada e fez uma saída de Cícero – o grande orador romano – aplaudido de pé e com um congresso rendido à sua ALMA.
Coisa que não se ouviu falar por aquelas terras.

Congresso de Guimarães: O PSD e os astros (I)

A não ser ter feito uma capa, em 2000, que lançou o combate no Congresso de Viseu entre Durão Barroso, o “está escrito nas estrelas» (era assim a capa) Pedro Santana Lopes e Marques Mendes, não tenho muito jeito para questões astrológicas.
Na sexta-feira do congresso, uma amiga dizia-me, a propósito de outras coisas, que essa sexta era boa.
Porque o «solstício é óptimo – lua cheia, ou seja, antigos assuntos concluídos e novos princípios».
Fiquei a aprender e, de facto, os velhos assuntos encerrados e novos princípios, de Manuela e Pedro Passos, sempre cuidadosamente enquadrados no domingo – quase como uma sucessão natural – pela realização da SIC-Notícias.
No meu “mapa astrológico”, que tem acertado na maior parte dos líderes ( desde o pós-cavaquismo) – com a excepção de Fernando Nogueira, esperava a vitória de Durão – Pedro Passos Coelho tornou-se a “next big thing” do PSD.
Para quem conhece congressos de diversos partidos, o termómetro da sala estava bem afinado.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O que vai dizer Manuela no Congresso

Vai dizer que o Bloco Central não é ideia dela e que só numa situação de catástrofe o defenderá.
Vai falar do social e da classe média.
Vai colocar o PSD no centro esquerda.
Vai defender como arma de oposição o silêncio.

O que vai dizer Pedro Passos no Congresso

Vai resguardar os seus laços com a sociedade civil.
Vai dizer que se deve fazer oposição clara, mas também ouvir muito mais as pessoas.
Vai colocar o PSD no centro-direita.
Vai defender o risco de ser empreendedor
Vai manter o seu espaço vital de actuação sem atacar a liderança de Manuela.

O que vai dizer Santana Lopes no Congresso

Vai dizer que é uma alternativa diferente.
Vai falar de ambição e coragem de combater.
Vai ficar a aguardar e a sorrir com a acção da equipa de Manuela.
Vai falar da social democracia.
Vai dizer que não é candidato a nada.
E que vai ter a sua via, mas não em silêncio.
Acima de tudo, vai estar vigilante.

Sete dias de história

Faltam sete dias para se fazer história no Mundo, nos Estados Unidos, em Seattle, na Microsoft. Bill Gates abandonará a empresa que criou ao fim de 33 anos para se dedicar à sua fundação. É um grande marco, pelo que fez pela vida das pessoas e das empresas, e estou certo, pelo que fará com a sua fundação no futuro. É difícil prever o que será mais marcante na história da humanidade: se o trabalho que passou, se o trabalho que se inicia. Ler em cinco minutos alguns dos moments-chave da Microsoft aqui.

Boa sorte Mr. Gates!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Clinton outra vez em Portugal

Já assisti a diversas conferências de figuras internacionais em Portugal. Giuliani, Blair, Colin Powell, etc.
O que mais gostei foi Clinton, no Pestana Palace Hotel, trazido a Portugal por Luís Delgado.
A sós, apenas Pedro Santana Lopes teve a honra de conhecer o homem que popularizou o vestido azul mais conhecido da política mundial. E a sua mancha.
Clinton foi um show, na pose, amparada lateralmente ao púlpito, enquanto escutava as perguntas. A primeira, lembro-me perfeitamente – e já vão 3 anos – fez António Guterres.
Nas respostas em que falou da Bósnia e de uma história fantástica dos meninos no Ruanda.
Bill Clinton foi um grande presidente, mas hoje o seu valor facial é muito mais baixo. É um derrotado. Al Gore foi o primeiro a perceber que as suas aparições tiravam votos, por isso nunca o quis ao seu lado em 2000.
Era um trunfo junto dos afro-americanos. Toni Morrisson, ex-Nobel da literatura, chegou a dizer que ele era o primeiro presidente negro. Mas 80% do eleitorado negro votou Obama.
Clinton foi um dos principais responsáveis da derrota de Hillary, sobretudo nos estados do sul.
E George Stepanoupoulos, em “All Too Human” foi o primeiro a perceber que Hillary era muito melhor que ele. Mais fria, mais ambiciosa, mais bem preparada, como muito mais paixão pelo poder.
Gosto de Bill Clinton, mas desta vez não tenho interesse.

Rio na Baixa

Pouco comentada foi a vinda de Rui Rio às marchas de Lisboa.
Não é uma personalidade fácil para banhos de multidão por isso estava sorridente, mas não era o seu espaço.
Rio falou de “apagar fogos” durante a campanha para o PSD e de poder ser o “bombeiro” para acalmar o PSD.
Curioso o convite de António Costa.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

O, mas O, soundbyte

«Todos os partidos que perdem sofrem uma catarse»

Alberto Ruiz-Gallardón

terça-feira, 17 de junho de 2008

Número assustador (?)

Um número que fica para reflexão de quem tem complexos sobre os “staffs” dos políticos portugueses.
Cem dos 200 principais assessores de Obama são de Chicago.

E os direitos humanos?

No fim-de-semana estive a deleitar-me com uma grande reportagem sobre a Guiné Equatorial, ex-colónia espanhola entre 1778 e 1968.
Fiquei a saber que é o terceiro maior produtor africano de petróleo, logo atrás da Nigéria e Angola. O ditador, Teodore Obiang, no poder desde que mandou fuzilar o seu tio, em 1979, tem um património de mais de 600 milhões de euros – segundo a Forbes -, ganha eleição democrática (???) atrás de eleição e já mandou para outro mundo ou silenciou todo aquele que se atreva a pôr em causa o regime cleptodemocrático que comanda.
Com medo de ataques dos vizinhos Gabão e Camarões, ou de algum destempero de qualquer “cão de guerra”, comprou a protecção dos EUA.
Fiquei também a saber que, no Terceiro Mundo, costuma exigir-se 50% dos rendimentos saídos da exploração dos seus recursos naturais, Obiang, pelo contrário, entregou tudo por 25%.
Na Guiné Equatorial estão a Exxon (com 70% da produção total) e muitas petrolíferas americanas. Mas também lá andam empresas congéneres da França, Reino Unido, Malásia, África do Sul, Japão ou China.
Os EUA receberão, em 2015, do Golfo da Guiné, cerca de 25% do petróleo que necessita, hoje a relação é só de 15%, segundo números do Pentágono.
Como referia um empresário argentino na reportagem – a um jornal espanhol, não me lembro agora qual - «Obiang não tem que preocupar-se muito com os direitos humanos com amigos tão influentes».
Este post é apenas uma reflexão para quando se ouvir falar outra vez das preocupações com os direitos humanos de qualquer Administração norte-americana.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Profissão blogger

O blogger (tal como o jornalista deste início de século) tem que dominar conteúdos, actualidade e Web; escrita, imagem, audio e vídeo. Em baixo, ver a minha fase experimentalista com a câmara de telemóvel. A técnica de fotografia, ainda que não se possa considerar de somenos importância, é ofuscada pela acutilância da imagem, neste caso. Concordam? Ou será excitação pela minha deriva para o fotojornalismo?



Foto: Basileia, 15/06/2008

Uma história de Sócrates

Para se reflectir sobre três possíveis filtros de comunicação, aqui fica uma história do mestre Sócrates, o grego.
Conta-se que um dia, um conhecido do mestre lhe disse que tinha sabido algo sobre um dos seus discípulos
«Antes gostaria que passasses a prova do triplo filtro», afirmou Sócrates. «O primeiro é o da Verdade. Estás seguro que de que o que me vais dizer é certo?»
- «Acabo de o saber e…», disse o conhecido.
- «…queres dizer, que não sabes que é certo. O segundo filtro é o da “Bondade”. Queres contar-me algo de bom sobre o meu discípulo?».
- «Pelo contrário», refere o conhecido.
- «Então queres contar-me algo de mau sobre ele e sem saber que é certo? Ainda poderias passar por um terceiro filtro, o da Utilidade. Vai-me ser útil?», pergunta Sócrates
- «Não muito»
- «Se não é certo, nem bom, nem útil, para quê contar-me?», concluiu Sócrates.

Tim Russert

Não sou especialista em economia, logo, aqueles canais que debitam informação financeira durante todo o dia são candidatos a que nunca os veja.
A CNBC, no nosso Cabo, é praticamente economia diariamente, com excepção daqueles programas humorísticos do Jay Leno e do Conan O`Brien.
A única coisa que dali espreitava era ao domingo. O “Meet the press”, de Tim Russert, um grande programa de informação, debate e entrevistas políticas, um dos melhores vindos dos Estados Unidos.
Ontem, o “El Pais” surpreendeu-me com um obituário – bem feito como sempre – de Tim Russert. Uma figura carismática e respeitada, considerado um dos melhores jornalistas da sua geração, e figura de referência da Roma contemporânea.
Presidente, ex-Presidentes e actuais candidatos renderam-lhe homenagens. E a bandeira americana está a meia haste.
Morreu com um enfarte em plena redacção da NBC, onde estava entusiasmado com a onda de mudança que pode varrer Washington.
Fica na lembrança o seu sorriso omnipresente e a certeza que da CNBC só voltarei para os torneios de póquer nas noites de insónia.
Uma nota importante, apesar de ser um dos jornalistas mais respeitados, passou também pela comunicação política onde foi assessor de dois grandes políticos democratas: Patrick Moynihan e Mário Cuomo (ex-governador de Nova Iorque).

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Portugal allez! Portugal allez!

“11 de Junho de 2008, 13:58

Lisboa, 11 Jun (Lusa) - Monumentos de origem portuguesa edificados fora de Portugal e classificados como Património da Humanidade são o mote para o novo concurso Sete Maravilhas Portuguesas no Mundo.

O projecto parte do "êxito alcançado o ano passado com a eleição das Sete Maravilhas de Portugal que dinamizou o nosso património", disse hoje à Lusa Luís Segadães, da organização.” In Lusa (toda a notícia aqui).

A partir dos 21 monumentos portugueses espalhados pelo mundo e classificados como património da Humanidade pela UNESCO - como a cidadela de Fasil Ghebi, na Etópia, a Ilha de Moçambique, os centros históricos das cidades brasileiras de S. Salvador ou Olinda, o centro histórico de Macau, etc. - serão escolhidos 7 através de concurso (via Net e telefone). A votação através do site começará a 7 de Dezembro e a festa de proclamação decorrerá dia 10 de Junho de 2009 em local a designar.

É este o mais recente projecto de comunicação da YoungNetwork, vamos à descoberta de Portugal no Mundo!!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Alegre despudor

Manuela Ferreira Leite ganhou sem dizer nada, como em toda a sua carreira política. Pedro Santana Lopes continua com espaço dentro ou fora do PSD (e cada vez mais lhe apetece sair) e Pedro Passos Coelho com os apoios da sociedade civil que exibiu e alguns “opinion makers” mais jovens, mostrou que seria o osso mais duro de roer para Sócrates. Mas optou por apenas marcar o seu espaço, e bem que o ocupou, que passou a estar no Olimpo social-democrata.
Mas o PSD está tripartido e mais refém do seu espaço natural.
O que Sócrates temia, aí está. Manuel Alegre nas “ruas” acolitado por Bloco de Esquerda, a companheira Roseta e mais uma série de comunistas que amam Chávez e os tiranetes que esta esquerda acha democrata.
Alegre ameaça: “vamos encher outras salas e outras ruas do País” e fala em “acto renovador” nesta sua atitude de vaidade despudorada, como se fosse o patriarca da esquerda em Portugal.
Alegre tem de esclarecer bem se é apenas o rosto de uma ala, o criador de um novo partido ou apenas guardião de um milhão de portugueses que votaram nele para Belém.
Alegre é um homem ressentido. Um combatente respeitável e que figura na história da democracia, mas um derrotado no PS e no País. Nos Açores disparou: “Carlos César não é um socialista de plástico feito por uma agência de comunicação de um dia para o outro”. Todos sabemos a quem se dirigia.
O Primeiro-Ministro que cativou as elites só receava a perda da maioria absoluta neste cenário. Vamos ver até que ponto Alegre levará esta chantagem. Ele quer o apoio do PS para Belém, Sócrates prefere Cavaco. O momento político mais difícil para o futuro de Sócrates é agora.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Obama é o candidato

Jornalismo para que te quero

Quando ser director significa ser só relações públicas.

Ver esta e aquela notícias.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Indiana Jones e a busca da juventude eterna


Doctor Jones voltou. Vi nos idos anos 80 os três primeiros da saga, mas decidi que a minha paciência já não dá para este. Nunca morri de amores pela personagem nem pelo actor. Para mim, Ford fica na gaveta do meio. Não cabe na dos bons actores, mas também não desce à dos canastrões – onde jazem Affleck, Lambert, Gibson e outros. Já em Star Wars, preferia Chewie ao tonto Solo.

Para garantir os números deste Indy, Spielberg, Lucas e Ford sabem que precisam de atrair público jovem, para além da geração que cresceu com os três primeiros episódios. E aqui, os 65 anos do actor são um obstáculo. O público tem dúvidas quanto a um herói como Indiana sexagenário.

Assim, não é de estranhar que a estratégia de relações públicas tenha sido, desde a primeira hora, provar a boa forma física que a personagem exige. Ao contrário do habitual, o actor apareceu nos Óscares, para mostrar a boa forma, revelou as suas façanhas como piloto em entrevistas, falou da criança que adoptou com Calista. Os colegas referiram, também na Imprensa, que Ford repetia as cenas sem se mostrar cansado, que a sua agilidade era surpreendente, e tudo o mais que sugeria jovialidade. Até com camisa justa, colada ao corpo, apareceu, para atrair a simpatia do público jovem.

É nesta audiência, que ainda não tinha nascido quando estreou o primeiro Indy, que está o caminho para o blockbuster.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Com um brilhozinho nos olhos...

Algumas dúvidas com que fico dali:

- Se o verde não corresponde ao brilho natural, mais autêntico, porque ficou?

- O que se fazia se as fotos tivessem ficado com o olhar macilento (em vez de verde)?

Nós fomos!

Alterações no Smec

A propósito de alterações no Semanário Económico, aqui ficam mais algumas:

- Mafalda Anjos vai para a Única
- Gustavo Cunha vai para a CMVM
- Blandina Costa sai
- Margarida Henriques deixa de ser editora de empresas, assume Paulo Zacarias Gomes
Cortesia da Teresa.

Brilho nos olhos

Luis Paixão Martins (LPM) decidiu partilhar a sua experiência com a campanha de José Sócrates, o que é importante contribuição para a história do marketing e comunicação política em Portugal.
Ficámos a saber que não foi nenhum efeito estudado, nem de “photo shop”, que colocou o actual PM com olhos verdes em 2005. Apenas a luminosidade de um jardim.
Fico esclarecido. E ainda mais convicto de algo: em tudo na vida, por muito profissionalismo que haja, tem de haver o factor sorte.
Mas também há muito sei que ter sorte dá muito trabalho…

Mais óculos

Na generalidade, todos perceberam o que quis realçar e constatar.
Inspirei-me no post sobre os óculos – que, tenho a certeza, não acaba com a carreira política de Rodrigo Saraiva – numa entrevista à Veja do PM finlandês, Matti Vanhanen (que usa óculos), sobre o caso de sucesso que é a gestão do seu país.
Queria realçar as figuras de Estado mais marcantes da Europa Ocidental e EUA, presidentes e PM`s.
Houve quem não percebesse. Eu se há coisa que me reconhecem é memória de elefante, outra coisa que me reconhecem é ler muito e, nomeadamente, sobre política internacional, onde tive o primeiro cargo de chefia em 1995.
Não me esqueci de Costa (ao contrário do que afirma um senhor CMC, que não imagino quem seja, no blog câmara de comuns), tal como não me esqueço, do já diversas vezes aqui citado, melhor político espanhol da actualidade, Alberto Ruiz Gallardon, que conheço pessoalmente (é o presidente da câmara de Madrid). Nem me esqueci do Chile, do Luxemburgo, etc. Apenas não era relevante para o que escrevia.
E, para quem lê a “Jeune Afrique” (eu leio), decidi poupar o leitor com vários nomes de líderes africanos que usam óculos.
Mas, Veltroni (que tinha sido “Síndaco” de Roma) perdeu, Rajoy perdeu outra vez, Giuliani foi trucidado, etc…
Faltou-lhes sorte. E estavam de óculos, é um facto.

E eles ainda gozam…

“Movido a vontade de vencer” é o slogan da Galp que podemos ver no autocarro da Selecção que partiu ontem para a Suíça.

Das campanhas mais reais que tenho visto… com as constantes subidas de preços de petróleo, só mesmo empurrando o autocarrozinho é que nos conseguimos deslocar.

Pior conceito nesta altura era difícil. Mas os Portugueses perdoam tudo quando o tema é futebol. Talvez passe despercebido.

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