segunda-feira, 1 de outubro de 2007

V de vitória


Em plena Segunda Guerra Mundial, com as tropas alemãs em crescendo e a França já dominada, temia-se no Reino Unido a invasão germânica a qualquer hora. Winston Churchill, um dos maiores comunicadores do séc. XX, avisou no seu primeiro discurso na Câmara dos Comuns que não tinha "nada para oferecer senão sangue, sofrimento, lágrimas e suor". Partiu deste discurso para inverter o estado anémico em que se encontravam os ingleses e Aliados.
Mais de um ano depois, em Julho de 1941, o primeiro-ministro inglês sabia que tinha que continuar a persuadir o povo para a sua causa. E sabia que tinha de o fazer através de um acto único, que perdurasse na memória de todos. Não através de outro discurso, mas de um símbolo gestual, Churchill administrou uma injecção de moral nos seus. Com o indicador e o dedo médio erguidos em riste, o estadista britânico popularizou o famoso "V" de vitória, que seria decisivo no toque a reunir dos Aliados (o "V" atravessou toda a Europa).
Por cá, ainda hoje a comunicação corporal é muito desprezada. O aconselhamento em comunicação não se deve resumir à palavra. Com efeito, 55% do que comunicamos é através de linguagem corporal, 38% através do tom com que falamos, e apenas 7% pelo que efectivamente dizemos.
Será fácil concordar com Churchill. Um gesto que valeu mais do que mil discursos.