quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Aplausos para o fisco mutante


Portugal não se sai bem nos rankings internacionais da competitividade. Um dos dedos aponta consecutivamente, ano após ano, aos custos de contexto.

Os custos de contexto incluem a Justiça que não funciona, a Administração Pública que demora 17 anos a aprovar processos - os 17 anos são reais, de um cliente nosso, que é o exemplo utilizado por todos, para se ter chegado à solução dos PIN -, a imprevisibilidade das regras, etc..

O problema das leis mutantes é que minam a confiança dos agentes económicos. Um gestor começa o ano e toma decisões financeiras, económicas, operacionais e fiscais com base no meio ambiente que o envolve, do qual fazem parte as regras do jogo. Inenarrável que o árbitro altere o jogo a um minuto do seu final.

Atente-se nesta aberração, que corrompe a previsibilidade que ajuda na tomada de decisão. No nosso caso isto significa alguns milhares de euros de impostos a mais este ano.

Para não achincalhar, embora apeteça, recorro a uma figura de estilo.

É com agrado que recebo esta medida de apoio às empresas para minimizar os efeitos da crise.

Porque não incidir a nova taxa com retroactivos a cinco anos? Era maior a colecta para o Tesouro.


PS: Alô! Há para aí algum sindicato que represente as empresas!?

EAS 2008 – Christie Findlay Campaigns & Elections) (2)

Basicamente foi uma análise da campanha eleitoral americana.
O factor a salientar é que Obama reconheceu cada uma das tribos, compreendeu-as e trabalhou para cada uma delas. Obama «member of the global tribe».
E explicou as 3 vertentes da sua campanha:

On Line Tribes/ Branding/ Microtargeting.

Aliás, «microtargeting» provavelmente foi a expressão mais dita durante dois dias, o que me leva a antever que não faltarão nos próximos tempos uns paladinos do «microtargeting».
Nomeadamente, aqueles que gostam muitas vezes de falar em Relações Públicas e Comunicação e nunca trabalharam em lado nenhum.
Sobre os republicanos apreendo as suas duas melhores manobras, segundo a “key note speaker”: um relógio, o «Joe Biden gaffe clock» (que por acaso foi comentado por cá) e a melhor: qualquer pessoa que metesse a palavra “Superbowl” (e acho que todos sabem o que significa por lá a final do campeonato de futebol americano) aparecia um "emplastro" chamado John McCain.

European Agenda Summit (EAS) 2008 – o início (1)

Foi a Rita Branco que recebeu da organização o convite para saber se a YoungNetwork estava interessada em ir assistir ao evento que juntava uma série de profissionais europeus e americanos de comunicação – mas com preponderância para o lobbying.

Depois, por decisão do JD, fui dois dias para Bruxelas. Não vi nenhum representante português de outras agências e até, agora, posso recomendar esta série de conferências a outros colegas profissionais para o futuro.

Nos posts que se seguem, deixo algumas das notas que tirei, vou meter algumas expressões em inglês e é uma partilha de algumas coisas que eu acho relevantes para o sector, espero que sirvam a todos e também para alguns estudantes que nos acompanham.

A acompanhar

O Filipe Alves saiu do Sol, foi para a Lusa e agora irá para o Diário Económico. É um jovem talento do jornalismo económico, que vai crescer bastante e a quem auguro grande futuro.

A emoção de Obama

Gosto bastante de falar com alguns jornalistas. O Vítor Matos, da Sábado, é um deles. Um bom jornalista, sénior e sério, e que a bom tempo foi enviado pelos seus directores para acompanhar a campanha americana.
Fez a América de Barack Obama e de John McCain e viveu algumas emoções e histórias que ficarão por contar. Ainda por cima tem o seu blogue – o Elevador da Bica – em manutenção.
Contou-me algo que muitos ainda não têm presente. Obama – e ele esteve no último comício em Chicago, o da vitória – é um profissional, com uma técnica perfeita e quase sem emoções.
Mas a sua mola é a capacidade de emocionar. São as técnicas de muitos pastores e congregações espalhados pela América mais profunda.
A sua alavanca no discurso é a emoção, sem se emocionar. Fazendo ele um paralelismo com Portugal, dizia-me que nunca viu ninguém fazer isso, até porque a nossa tradição é diferente.
Já viu muitos emocionarem-se, mas nenhum a comandar emoções como viu em Obama.

Mesquitas na Europa e uma curiosidade

Noticiava o “ABC” no domingo que alastram os protestos na Europa contra a construção de centenas de mesquitas. Só em França, são duzentas as que estão a ser construídas. É um fenómeno que tem de ser acompanhado com muita atenção pela União Europeia.
E deixo uma curiosidade: de passagem por Bruxelas há duas semanas (de que vos darei conta em alguns posts), fiquei a saber que na Bélgica francófona o nome que foi mais registado é…julgavam que seria François, Michel, Jean…é Mohamed.

O, mas O, Soundbyte

«O Brasil não tem partidos, tem caciques» Diogo Mainardi, no Manhattan Connection da Globo.

Influência em Goa

Sugiro a leitura deste texto sobre outsourcing no jornalismo.