quarta-feira, 7 de maio de 2008

Comunicação dos candidatos do PSD (V)

Por marcas do passado recente, nenhum candidato (à vista) escolheu ter consultores de comunicação profissionais.
Preferiram que a mensagem seja “distribuída e comunicada” pelos políticos próximos e de confiança.
Preferiram não associar a candidatura a uma agência de comunicação. Será um erro a que os bons profissionais de comunicação política saberão dar a volta com discrição.
Porque é esse o papel dos consultores de comunicação: aconselhar, montar uma estratégia e ir à “mélée” quando é preciso para que a “estrela” – o candidato – possa brilhar.
Mas os bons profissionais não estão inactivos. É uma certeza que tenho.

Santana (IV)

Palavra-chave: Ambição
Estratega (à vista): Pedro Pinto
Contactos com imprensa: João Anes (um jovem desconhecido)
Máquina: Pedro Pinto
Distritais onde tem mais apoios: Braga (Vilaverde e Famalicão fortíssimos), Faro e a surpresa Lisboa (a seguir no futuro próximo).Mas está com uma média alta de apoios com excepção de Setúbal e Viseu
Apoios mais fortes: Virgílio Costa, Ribau Esteves, Arlindo de Carvalho e muita JSD
Ponto Forte: o carisma
Ponto Fraco: ainda as marcas do passado (apesar de ter aprendido a lição)
Bastidores: nome a ser lançado para o futuro Dina Vieira, actual directora municipal de Urbanismo em Santarém; e a aposta de que no contacto directo em secções e concelhias o impacto é forte.

Passos (III)

Palavra-Chave: Futuro
Estratega: Miguel Relvas
Contactos com Imprensa: Afonso Azevedo Neves (era do grupo parlamentar do PSD, sem currículo)
Máquina: Miguel Relvas e José Francisco Gandarez que merece mais palco porque é um político para o futuro
Distritais onde tem mais apoios: Porto (a confirmar, Marco António tem-se distanciado)
Apoios mais fortes: Telmo Faria, Feliciano Barreiras Duarte, muita JSD por afinidade com a organização e muitos que representam o Bloco Central dos interesses
Ponto forte: o “refrescamento”
Ponto fraco: sentir-se que “parece que não quer ganhar agora” e alguns apoios na última semana estão a fugir
Bastidores: Miguel Relvas partiu com uma semana de vantagem das outras candidaturas e é muito forte no contacto pessoal no aparelho onde tem muitas solidariedades.

Manuela (II)

Palavra-chave: Credibilidade
Estrategas (à vista): Nuno Morais Sarmento
Contactos com imprensa: Francisco Azevedo e Silva (última aquisição e com um currículo muito experiente) e Duarte Marques (jovem de talento e acompanhar no futuro)
Máquina: José Luis Arnaut e Carlos Coelho (que conhece muito bem o aparelho)
Apoios mais fortes: os Barões quase todos
Distritais onde tem mais apoios: Viseu, Aveiro (herda o mendismo)
Ponto Forte: a experiência
Ponto Fraco: “o parque jurássico”, como foi relatado pelo DN, e Pacheco Pereira, odiado pelas bases.
Bastidores: atenção ao “call center” de António Preto (apoiante ferrenho de Manuela), que já serviu bem muitas vezes o partido, e que segundo ele já fez 36 mil chamadas numa semana.

Momento do PSD (I)

Aguardei a apresentação dos principais candidatos, completada ontem, para fazer uma análise da situação das candidaturas.
Neste momento, pelos meus cálculos, Manuela tem 40%, PSL 35% e PPC 20%, estando poucos os indecisos.
No entanto, a tendência de PSL, depois de entrevista a Judite de Sousa e sondagem do “Expresso” é de crescimento e a de PPC a de poder derrapar um pouco. Nomeadamente, depois de Luís Filipe Menezes, ontem, ter considerado PSL um «candidato credível e um amigo». O que leva a pensar que a sua máquina poderá cair nas mãos do líder parlamentar.
Se a eleição fosse no antigo sistema, em congresso, com delegados, fortemente condicionado pelos discursos dos pesos-pesados, eu daria à priori como garantido que Manuela teria fortíssimas condições de ser a nova líder, mas como as directas dependem do acto solitário do voto secreto, tudo está em aberto e promete.