sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Mais profissionais

Maquiavel dizia que os “preconceitos estão mais enraizados do que os princípios”. Estava certo, quando pensamos, na generalidade, qual a imagem que os portugueses têm dos políticos.
Uma das referências na análise e no combate à corrupção, Paulo Morgado (administrador-delegado da Capgemini), em entrevista ao OJE, salientava, bem, que “a percentagem de incompetentes em Portugal é muito superior à dos competentes”, apesar de também reconhecer que existem pessoas “muito competentes na Administração Pública”.
Para aumentarem as competências, no meu entender, é necessário mais profissionalismo, mais especialização. Dai que eu conteste analistas que verberam contra os profissionais da política. Neste sector, como em todos, há bons e maus.
E, salientando dois casos, também há quem trabalhe para melhorar a relação eleitor-eleito e a imagem dos partidos, tendo em vista o reforço da credibilidade da actividade política e uma maior profissionalização.
Discreto, mas com talento inegável, António José Seguro fez uma brilhante reforma do Parlamento. No estatuto do deputado, cria condições de trabalho ao nível dos congéneres europeus, o que implica maior responsabilização do eleito e maior possibilidade de contacto ao eleitor.
Há dois anos, em conversa telefónica, sugeri a Luís Filipe Menezes que profissionalizasse o partido, que lhe desse capacidade de resposta moderna e bem preparada, com gabinetes técnicos competentes. Voltei a falar-lhe nisso, há pouco tempo. Hoje, segue esse caminho.
Estes são dois casos em que os políticos profissionais perceberam que a sua actividade tem de ser super-profissional. E a credibilidade dos mesmos aumenta.