sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Hillary: Lady Macbeth

Qual é o preço do poder para esta mulher? Quanto vale a ambição? Shakespeare foi o melhor psicanalista dos dilemas, dos conflitos internos, das personagens ávidas de poder. Basta ler Macbeth, Rei Lear ou Ricardo III.
Hillary Clinton é a personagem que mais se assemelha a este universo do criador de Romeu e Julieta. Em Macbeth, é a mulher dele que o instiga a cometer o mais vil dos crimes para beber o triunfo do poder. Aliás, Akira Kurosawa quando se inspirou neste drama para fazer um filme genial chamou-lhe o “Trono de sangue”.
Não é que Hillary tenha morto ninguém – pelo menos que se saiba – mas a determinação e o seu sonho de poder levaram-na a engolir uma quantidade de sapos praticamente inimaginável.
Muitos dizem que, actualmente, ela é a mais bem preparada de todos os candidatos à presidência norte-americana. Mas resta saber quão confiável ela é.
Carl Bernstein escolheu-a para a retratar impiedosamente no seu último livro, tal como o desiludido com os Clinton, George Stepanoupoulos já o tinha feito há uns anos atrás.
Hillary sabia tudo. Todos os podres do seu marido Bill. Suportou-os pelo peso de uma ambição. Engoliu Gennifer Flowers, envolveu-se na morte misteriosa de um amigo do casal nos tempos do Arkansas, no caso Whitewater, ouviu Paula Jones, até “limpou” a mancha no vestido azul de Mónica Lewinsky e foi sempre quem controlou subtilmente os fios da marioneta que ela sempre apoiou e ajudou a criar. Bill tocava saxofone e brilhava, Hillary, em silêncio, manipulava.
Bill era simpatia, frivolidade, jovialidade. Hillary era despótica, profissional, gélida.
Bill é adorado na Europa pela esquerda globalizada, mas continua mal visto nos EUA que só lhe perdoarão a desconstrução da Casa Branca pelos seus escândalos sexuais daqui a cem anos.
Hillary, está bem preparada, ninguém lhe pode negar isso, é uma Ségolène com cafeína. Porém, não apaixona. É um produto estilizado, credível enquanto marca, mas é pura razão sem coração. Se eu fosse norte-americano fugia dela…

Vai uma Super Blog?

A maioria dos prémios que por cá se entregam tem pouca expressão e duvidoso interesse. A título de triste exemplo refiro, no sector da Comunicação, os inenarráveis Prisma Awards, dos quais tive o desprazer de participar como júri. Lamentáveis Awards, felizmente já defuntos.

Vem o tema a propósito de mais uns prémios. Falo dos Super Bock Super Blog Awards, recentemente lançados pela marca de cervejas. Diz o site que "todos os anos, os prémios irão reconhecer a autenticidade, a actualidade, a relevância, a interactividade e também a criatividade dos melhores blogs portugueses". Tudo num tom informal e descontraído. Para não ser levado demasiado a sério.

Como a iniciativa é ligeira e despretensiosa decidimos participar. O nosso blog está inscrito nos primeiros Super Bock Super Blog Awards, na categoria de Actualidade, Notícias e Media. No blog, ganhámos o direito de ter na coluna ao lado o selo da SuperBock enquanto durar a votação. Bem jogado, Pires de Lima.

Se gostar do nosso do fundo da Comunicação vote em nós. Se gostar assim-assim, gostar pouco, ou não gostar, comente e diga-nos o que fazemos de errado. Ah.....e vote noutro.