sexta-feira, 6 de junho de 2008

Alegre despudor

Manuela Ferreira Leite ganhou sem dizer nada, como em toda a sua carreira política. Pedro Santana Lopes continua com espaço dentro ou fora do PSD (e cada vez mais lhe apetece sair) e Pedro Passos Coelho com os apoios da sociedade civil que exibiu e alguns “opinion makers” mais jovens, mostrou que seria o osso mais duro de roer para Sócrates. Mas optou por apenas marcar o seu espaço, e bem que o ocupou, que passou a estar no Olimpo social-democrata.
Mas o PSD está tripartido e mais refém do seu espaço natural.
O que Sócrates temia, aí está. Manuel Alegre nas “ruas” acolitado por Bloco de Esquerda, a companheira Roseta e mais uma série de comunistas que amam Chávez e os tiranetes que esta esquerda acha democrata.
Alegre ameaça: “vamos encher outras salas e outras ruas do País” e fala em “acto renovador” nesta sua atitude de vaidade despudorada, como se fosse o patriarca da esquerda em Portugal.
Alegre tem de esclarecer bem se é apenas o rosto de uma ala, o criador de um novo partido ou apenas guardião de um milhão de portugueses que votaram nele para Belém.
Alegre é um homem ressentido. Um combatente respeitável e que figura na história da democracia, mas um derrotado no PS e no País. Nos Açores disparou: “Carlos César não é um socialista de plástico feito por uma agência de comunicação de um dia para o outro”. Todos sabemos a quem se dirigia.
O Primeiro-Ministro que cativou as elites só receava a perda da maioria absoluta neste cenário. Vamos ver até que ponto Alegre levará esta chantagem. Ele quer o apoio do PS para Belém, Sócrates prefere Cavaco. O momento político mais difícil para o futuro de Sócrates é agora.