sábado, 29 de setembro de 2007

Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida

Seguramente Sérgio Godinho não estava a pensar em Santana quando escreveu a frase, nem Santana estava a pensar nisso quando decidiu "arrancar" a meio da entrevista na Sic Notícias. Mas finalmente saiu-lhe um rasgo, popular, que bem aproveitado pode significar o fim do seu calvário. Por sua vez, o país que "está doido", que o aplaudiu depois, e que deveria dar importância às directas do PSD, estava, àquela hora, a acompanhar a Taça da Liga noutros canais.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Comentários no nosso blog

Temos tido vários comentários no nosso blog e queremos que os nossos leitores se sintam à vontade para concordar, discordar e opinar sobre posts ou sobre os próprios comentários. Queremos fomentar a interactividade e a troca de ideias.

Os comentários no nosso blog precisam de aprovação. Não se trata de nenhuma censura, mas estamos a falar de um blog profissional e nestas coisas de reputação gostamos de seguir a máxima “em casa de ferreiro espeto de ferro”.

Por princípio publicamos todos os comentários. Não é preciso concordar com a nossa opinião para se ser bem-vindo à comunidade do fundo da Comunicação. Ao fim de três semanas de vida, apenas não publicámos um comentário. Foi no início desta semana. Era ofensivo e, eventualmente calunioso (digo eventualmente porque presumo que seja calunioso, mas sem ter a certeza), para o Grupo Euronotícias, Armando Jorge Carneiro, Moderna e José Braga Gonçalves.

Não conheço pessoalmente nenhum destes dois senhores. Nada me move a favor ou contra. Mas aqui, não alimentamos conversas de “mentideros”, e que nada acrescentem aos temas em discussão.

Conheça Lisboa

Chegou na quarta às bancas o aguardado primeiro número da Time Out Lisboa. Gosto de "descobrir" novas revistas, embora esta não seja propriamente uma surpresa, já que segue a linha das outras "irmãs" cosmopolitas. A Time Out está bem organizada, por secções bem definidas, cumprindo a função de guia, que na realidade é. Os textos lêem-se rápida e descontraidamente, embora aqui e ali se note uma escrita com notas de humor excessivas. Não sei, a esta altura, se a revista terá mercado. Será um desafio criar conteúdos semanalmente que interessem ao público urbano que quer atingir. É preciso oferecer mais do que a concorrência (guias e cadernos de Arte e Cultura do Expresso, Sol, Visão, Sábado, Público e Diário de Notícias) para justificar a compra. Do primeiro número gostei do texto sobre os Crocs, do Ouvido no Metro, do texto de Rui Tavares (revi-me no texto) e de descobrir pequenos detalhes de uma outra Lisboa. Vou acompanhar de perto e voltar a escrever sobre ela dentro de alguns meses.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Manobras III


Já algumas pessoas sabem do fascínio que tenho, desde há muitos anos – não é como alguns que o descobriram há uns meses – por Nicolas Sarkozy. Desde a minha revista “Política Moderna” (entre 1998 e 2001), já antevia que ele seria o homem que marcaria o futuro da Europa.
Manobrador nato, especialista e apaixonado pela comunicação (e por si próprio, como qualquer grande líder) só podiam ser dele duas imagens distintas no mesmo dia.
A correr com a sua t-shirt preferida para “jogging”, a da NYPD, nas ruas de Nova Iorque (sem esquecer os óculos, à duro, Ray-Ban) e a sua fotografia oficial, em que pela primeira vez um presidente francês posa com duas bandeiras (a francesa e a europeia). Segundo ele, porque «quem faz bem á França só pode fazer bem à Europa». O rei das manobras.

Manobras II


Para se ver como se pode deitar por terra as pretensões de um bom candidato, bastava espreitar a “Isto É” da semana passada. A capa era sobre o “mensalão mineiro”, em que se explorava a possibilidade real (como mostra a imagem) do Governador de Minas Gerais, Aécio Neves, ter recebido “propina” enquanto senador.
O neto de Tancredo, no meu entender, há muito que vem dando os passos certos para se tornar Presidente. Tem sido um excelente Governador, tapou o buraco orçamental estadual deixado por Itamar franco, tem boa “mídia” (à brasileira), tem feito as alianças certas e só tem a estorvá-lo José Serra. Além disso, é-lhe reconhecido o excelente gosto com mulheres que me leva a recordar uma história. Fernando Henrique Cardoso (FHC), apesar de preferir Serra, costumava dizer: “Eu ligo para o Aécio e atende-me a Ana Paula Arósio (para quem se recorda da Hilda Furacão…). Se ele é só Governador, imagina quem vai me atender quando ele estiver no Planalto…».
Esta capa é apenas uma arma de arremesso contra ele, mas também foi bom de ver o “damage control” da semana seguinte na mesma revista e na Veja. Em que ele já não aparece. Manobra de spinning bem feita…

Manobras I

A filha de Giuliani apoia Obama, bombeiros de Nova Iorque põem imagens comprometedoras de Giuliani no 11 de Setembro no You Tube, a terceira mulher de Giuliani não é muito popular, Giuliani só foi o segundo melhor dos republicanos na arrecadação (o primeiro foi Mitt Romney), agora diz-se que as imagens heróicas de Giuliani no 11 de Setembro foram forjadas… Fred Thompson entrou há uma semana em campanha, depois de o anunciar no Jay Leno. Um actor medíocre, como Reagan, que alguns “think-thanks” republicanos começaram a apoiar discretamente há dois meses…Alguém tem dúvidas?

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Vender a alma ao diabo


E se de repente um conhecido ambientalista trocasse de trincheira? Esse é Adam Werbach. O rapaz-maravilha do activismo ambiental, agora com 34 anos, passou desde o ano passado a trabalhar com o gigante Wal-Mart, pouco conhecido pelas suas performances verdes. Por este facto, e não por qualquer acção "salvem as baleias" nem pela destruição de um campo de milho transgénico, a Fast Company de Setembro escolheu-o para capa.

Werbach, ex-presidente da Sierra Club, a organização de defesa do ambiente mais antiga nos Estados Unidos, declarou guerra, desde 2004, ao modo de actuação das organizações ambientais. Apesar das acções imaginativas produzirem bons resultados mediáticos, o ambientalista acredita que essa estratégia é curta para alterar as mentalidades e os modos de vida das populações. É preciso maior aproximação e maior compromisso. Eis o resumo do que está a ser feito:

Desafio:
- Tornar a Wal-Mart verde

Análise:
- Os consumidores da Wal-Mart compram produtos pelo preço, não porque são reciclados ou gastam menos energia

Objectivo:
- Implementar um programa de sustentabilidade
- Influenciar os consumidores a consumir produtos amigos do ambiente
- Melhorar/Reposicionar imagem do Grupo

Público-alvo:
- Clientes da Wal-Mart (semanalmente, 127 milhões de americanos deslocam-se às suas lojas)
- Investidores
- Media

Estratégia:
- Criação do programa PSP (Personal Sustainability Project): através dos colaboradores (1,3 milhões) foi lançado este projecto que promove a incorporação da sustentabilidade nas vidas dos próprios colaboradores; é feita formação por consultores a alguns pivôs na empresa, que por sua vez formam outros colaboradores para espalhar a mensagem; as acções podem ir desde deixar de fumar a não imprimir recibos do multibanco, tudo o que melhore a vida do planeta e das pessoas
- Ao consciencializar os colaboradores, Werbach, que definiu e implementou este projecto, acredita que vai chegar, de forma viral, a 90% dos americanos (é esta a percentagem dos que são clientes do colosso da distribuição)
- Mudar comportamentos das pessoas não pelo medo, mas pelo desafio de serem mais felizes nas suas vidas

Apesar de muito contestado por outros ambientalistas, Werbach preferiu combater o inimigo por dentro. O público estará atento a todos os seus passos e dobrará a fiscalização às acções da Wal-Mart (até porque a consultora de Werbach passou de 8 para 45 profissionais com a entrada deste cliente). Esta transparência parece-me um bom começo. Sabemos quem são os jogadores, as regras do jogo, e os interesses envolvidos. Tornar o consumidor o árbitro do jogo costuma ser boa ideia.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

2Koan dão som ao nosso blog

Como sugestão de final da semana aconselho os leitores do nosso blog a irem até ao YoungNetwork Radio, e clicarem em cima de uma música dos 2Koan. As músicas (composição e letras) são originais desta banda portuguesa. Colocámo-las no blog para testar o rádio, mas gostámos tanto que tornaram-se definitivas. Um dos Koan, também conhecido por André, trabalha connosco. Bom som.

do fundo da Comunicação no Jornal de Negócios


Fomos ontem citados pelo Jornal de Negócios. Aqui fica o registo.

O amor de Prado Coelho


Eduardo Prado Coelho foi ontem homenageado pelo Parlamento. Ensaísta, professor, escritor, pensador, polemista, foi um homem das letras, das palavras, das frases e dos pensamentos que fazem pensar. Homem das mulheres, dos intelectuais, do humanismo e das paixões.

Tive a sorte de o conhecer. Foi meu professor na Universidade Nova, em Comunicação Social, nas cadeiras de Cultura Contemporânea e mais tarde em Teorias da Modernidade e Pós-Modernidade – disciplina que apenas se escolhia por ele.

Prado Coelho foi dos homens mais inteligentes que conheci até hoje. Gostava de si próprio e parecia pouco se importar com o resto. Gostava de surpreender e fazia-o de forma absolutamente natural. Detentor de um charme absolutamente fora do comum, marcou imenso a minha forma de estar na vida.

No ano em que o conheci tinha escolhido o tema do Amor para leccionar aos seus alunos. Porque era um tema intemporal e porque era o Seu tema.

Obrigado Professor.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Fábula de um vencedor

Em pequenino a professora pedia-lhe: “Conjuga o verbo ganhar”. E ele começava: “eu ganho, tu ganhas” ,etc…
Depois a professora pedia: “Conjuga o verbo perder”
E o pequenito, desde o berço, competitivo respondia: «Eu ganho menos, tu ganhas menos, etc”.
Durante a vida, só houve um verbo que o pequenito não soube conjugar e sempre que se referia a essa palavra só falava numa palavra começada por “P”.
Esta é uma fábula de um vencedor. O que só pensa em ganhar e um acidente significa ganhar menos. Não revelo o autor desta fábula, talvez daqui a uns anos. Posso só dizer que nasceu em 1970…
PS: Dedico esta fábula a um vencedor, que vai continuar a ganhar no futuro e a inspirar métodos de liderança como fez no passado: José Mourinho

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O que me emociona são os lobos


Começo por uma revelação prévia: percebo muito pouco de râguebi e bastante mais de basquetebol. Isto porque joguei muitos anos basket federado nos escalões de formação.

Decorreu, quase paralelamente, durante este mês de Setembro o Eurobasket – Campeonato da Europa de Basquetebol – e o Mundial de Râguebi. Mediaticamente, em Portugal, nem um ponto de intercepção entre os dois eventos. A selecção de basket apenas existiu no meio desportivo e para os adeptos da modalidade. Já o interesse no râguebi “saltou” para toda a nação, uma modalidade jogada por amadores no nosso país, ao contrário do basquetebol.

Razões:

1. Amadores. A velha história de David contra Golias, do fraco contra o forte, do pobre contra o rico. As pessoas gostam de feitos históricos – primeira vez no mundial –, de gente que em condições adversas se supera. Desde o Uruguai que este foi o gancho tomado pelos Media.

2. Tomaz Morais. Bom comunicador e grande carisma. Sereno e realista no discurso, transmitindo confiança e colocando objectivos alcançáveis à selecção dos lobos. Os portugueses que assistiam ao jogo, in loco ou pela televisão, contra a Nova Zelândia torciam por perder por menos de 100 pontos. Era esta a nossa vitória. Foi o seleccionador que a fixou.

3. Estratégia mediática. Tudo gira em torno do adjectivo Genuínos. Seguiu-se por aqui. O discurso, a felicidade, a emoção a cantar o hino. O nosso hino gritado e salpicado de lágrimas. Considerado na Imprensa estrangeira como o momento mais forte da primeira semana do Campeonato. A característica já existia no Grupo – diz-me quem os conhece que o espírito é mesmo esse – e foi potenciada pelas licenças sem vencimento dos empregos, pelo prego a fundo na preparação destes três últimos meses, pelo abdicar das férias e até pelos treinos militares para a Imprensa acompanhar.

4. Promoção Sport Tv. Aqui também há uma grande diferença. A Sport Tv vende melhor o produto desporto. Não conta apenas o directo dos jogos, mas todos os programas à medida, com comentadores e blocos informativos sobre as modalidades que promove. Veja-se também a diferença no tratamento da Fórmula Um, desde que passou a acelerar nos canais de Joaquim Oliveira.

5. Imagem dos jogadores. Bem explorada. Ainda na última GQ lá estavam eles em pose de modelos. Bem enquadrada na estratégia mediática. Agora até já sei o nome de meia dúzia de jogadores: Vasco, Gonçalo e João Uva, Aguilar, Pedro Carvalho,…

Resumo o que são os lobos. Quando perguntaram a Tomaz Morais se se ia emocionar por ver o Haka – dança tribal da melhor selecção do mundo antes do jogo começar – na primeira fila, ouviu-se do seleccionador nacional: “O que me emociona é o hino nacional”. Lapidar.

PS: O post já vai longo, mas não posso deixar de recomendar um clique até à página The Famous Grouse, que está a acompanhar (em parceria com o Record) a presença lusitana em França.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Quanto vale Oprah?

Em termos financeiros vale muito, em termos mediáticos é a mais influente do mundo. E na política?
Oprah, no dia 7 de Setembro, apoiou Barack Obama, bem como a maioria de uma elite de esquerda de Hollywood que tem George Clooney como cabeça de cartaz.
Mas ela, em pleno Larry King, pela primeira vez aparece a defender claramente, e obstinadamente, um candidato presidencial, aliás, já o suspeitávamos desde que recebeu a família Obama no seu programa (que por sinal a SIC-Mulher já repetiu umas oito vezes).
De lá para cá, segundo o American Research Group (um site imperdível até à recta final da corrida pela Casa Branca), Obama estancou as perdas, tem 21% e Hillary Clinton conta com 39 % de apoio entre os americanos.
Mas é entre o eleitorado Democrata que é mais curioso de seguir a força de Oprah para alterar o estado de coisas – vamos ver se o consegue. É que entre as mulheres, Hillary tem 43 % e Obama tem menos de metade, exactamente 21%. Se Obama galgar neste segmento sociológico, terá hipóteses de ser eleito. Porém, nunca nos podemos esquecer que as elites de Hollywood se enganaram, e perderam, nos últimos oito anos. Vale a pena seguir com atenção as tendências…

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Eu concorro com o Expresso

Parabéns! O jornal Sol completou ontem o primeiro ano de actividade.

O jornal de José António Saraiva não chegou "a líder de vendas no prazo máximo de um ano", não ultrapassou as receitas publiciátias previstas e os custos foram superiores aos inscritos no plano de negócio inicial, tendo inclusive obrigado a uma pequena reorganização antes do Verão. Também não lidera a opinião, nem é o melhor produto editorial que temos semanalmente. Será, porventura, o quarto melhor, o que combina com as suas vendas, atrás de Expresso, Visão e Sábado.

Mas o Sol trouxe concorrência ao monopolista Expresso, que logo respondeu com uma alteração gráfica muito bem executada, além de DVD a rodos para todos, o que é sempre de louvar para o consumidor. E o semanário tem pontos positivos. Desde logo o número de vendas, que estabilizou acima dos 50 mil, sem dúvida um bom número; depois a equipa de jornalistas conta com alguns consagrados de qualidade e outras surpresas (destaco o trabalho de José Fialho Gouveia, a revelar-se um grande crítico de televisão); e os opinion leaders são bons (gosto do Saraiva e do Lima; a destoar Marcelo Rebelo de Sousa, pelo formato escolhido).

Quanto a cadernos, o principal não deslumbra, o de Economia precisa de notícias, a Tabu é o mais feliz e o Essencial cumpre.

Com mudança de estrutura accionista marcada para breve, a entrada de um grupo editorial forte trará mais do que apenas capital. Pujança financeira é sempre bem vinda, mas José António Saraiva e a sua equipa de fundadores precisam de gestão e sinergias editoriais para vender mais. Se conseguir esse parceiro, talvez um dia Saraiva deixe de precisar de invocar a concorrência para posicionar o seu jornal.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Boas notícias

Para quem já foi jornalista, ler em papel é outra coisa. Por isso, fiquei muito satisfeito com a vinda da “Folha de S. Paulo”, do “Washington Post” e do regresso da “Isto É” a Portugal.
Os últimos jornais brasileiros que vinham para Portugal, “O Globo” e o “Estadão”, chegavam com dois dias de atraso e deixaram de vir em 1999. A “Folha”, numa edição fac-similada vem no próprio dia mas ainda sem os magníficos suplementos de fim-de-semana. O “Washington Post” a mesma coisa (ambos se podem comprar no Saldanha Atrium, pelo menos).
A “Isto É” que já não nos chegava há dois anos também é um bom regresso para se fazer contraponto com uma das melhores “news magazines” do mundo, a “Veja”. Ainda não vem a “Isto é Gente” nem a “Isto é Dinheiro”, mas são três boas notícias para quem é devorador de imprensa internacional. Em papel.

Tens problemas? Fala com a Judite

Depois da tonteria de quarta, a reacção firme de Scolari ontem coloca-o no caminho certo. A actuação de Scolari/Federação foi na linha do que defendemos aqui ontem. Um dia mais tarde, mas a tempo.

A Conferência do final de tarde deu o mote para o "mea culpa" e a entrevista a Judite Sousa rematou. Antes disso, os jogadores emitiram um comunicado de apoio, uma boa ideia com uma ou outra expressão a despropósito: "hino à liderança" e "seleccionador do povo", por exemplo.

A Federação fez o seu papel lançando a abertura de um inquérito que vai dar em nada, e para UEFA ver.

Na entrevista, onde Scolari "puxou" do castigo recente ao selecionador francês para balizar junto da UEFA o que deverá ser o seu castigo, o seleccionador falou ao coração dos portugueses para fechar o seu círculo de apoio. Que jeito dão estas entrevistas da Judite...

Depois da entrevista de ontem, Scolari não deverá falar mais no tema. Público, jogadores e Media portugueses estão convencidos. Agora é continuar a trabalhar a UEFA.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Como apagar o que toda a gente viu



A reputação não depende da crise, mas da forma como se reage à crise.

O episódio de ontem entre Scolari e um jogador sérvio não dignifica a nossa selecção. Mas não foi o primeiro, nem será o último. O que "destrói" a imagem do sargentão não é o soco falhado, mas a conferência de imprensa subsequente (dou "de barato" a flash-interview que é um momento muito difícil, que incluo na categoria "a quente").

Desafio:
- No final do jogo de ontem, e depois de um empate comprometedor, Scolari tentou agredir um jogador adversário.
- Na conferência de Imprensa considerou normal a situação e negou a tentativa de agressão.

Análise:
- A tentativa de soco é desculpável? É.
- A má educação da flash-interview é desculpável? É.
- Negar a agressão na conferência de Imprensa, já com os episódios de há 30 minutos digeridos, é desculpável? Não.

Objectivo:
- Aliviar castigo da UEFA a Scolari.
- Aguentar imagem de Scolari junto dos públicos-alvo.

Públicos-Alvo:
- UEFA
- Opinião Pública
- Jogadores
- Media

Estratégia:
- Scolari devia ter assumido o erro na conferência de Imprensa. Algo como: "Reagi a quente. Apesar de provocado, não foi correcto o que fiz. Estou preparado para qualquer decisão da UEFA. Peço desculpa aos portugueses, aos meus jogadores e ao público".
- "Matar" o assunto para que a discussão pública não fosse apenas sobre a tentativa de agressão.
- A par disto, a máquina de comunicação da Federação (se é que existe) devia começar a trabalhar nos bastidores: ver antecedentes de Scolari, ver castigos da UEFA a treinadores em situações semelhantes, analisar dados estatisticos, fazer sair informação com estes dados, etc..
- Incidir comunicação à volta do jogo no erro grosseiro do árbitro no golo contra Portugal.
- Fazer chegar informação aos públicos-alvos de acordo com esta estratégia.

Assim, como está a ser conduzido, deixam nas "mãos" da sorte a consequência do incidente. E lá vamos ver a equipa liderada pelo cabo Murtosa nos próximos jogos.

Também nós em boa companhia

Luís Paixão Martins escreveu um simpático post no seu blog sobre o nosso do fundo da Comunicação. Agradeço e retribuo o elogio: tal como no blog de LPM, queremos contribuir para que o mercado tenha uma percepção clara do que são as RP, opinando, esclarecendo e formando os nossos leitores.

Estaremos juntos nesta missão e em boa companhia.

Como queremos ser lembrados?

Na terça-feira, fiz doze anos a trabalhar em comunicação política, em diferentes áreas. A primeira lição de liderança que aprendi, de uma líder e mulher excepcional, foi a seguinte: “o Rui está na sua vida profissional para ser competente, eficaz, profissional, não para fazer amigos. Esses, já os tem do banco da escola e da universidade. Se fizer mais, melhor, mas nunca se preocupe com isso”.
É isso que devemos reflectir: queremos ser recordados como?
O porreiro, bom homem, simpático, mas mole, que não evolui e não sai da cepa torta e de quem ninguém lembra de nada relevante. Ou o duro – quando é preciso -, difícil, de quem nos podemos queixar, mas que dizemos que é um profissional excelente e de que daqui a 20 anos ainda nos lembramos por ter aprendido algo com ele?
Se se identificam com o primeiro modelo, típico do nacional porreirismo, do “modestinho”, ciumento, invejoso e que espalha as suas medíocres lamúrias pelos cantos obscuros de qualquer empresa, em vez de estar à procura de melhorar todos os dias, o meu conselho é que mudem, porque ainda vão a tempo. Ou então é porque estão no local errado.
Eu, há muito, que já aprendi a segunda opção. Prefiro ser lembrado assim.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Rentrée

Terminaram as férias. Chove. Regressou o trânsito caótico. As pessoas andam com um semblante mais carregado. O stress e a adrenalina voltam a pairar no ar.

Estamos no mês de Setembro. O mês de todos os acontecimentos, das novidades, das avaliações e revisões de estratégias nas empresas, de demissões e admissões de novos recursos, de balanços de semestres e preparação de recta final de ano. Entramos no mês onde tudo se decide e em que é fundamental decidir e agir rápido!

No mês em que José Veiga parece finalmente assumir querer candidatar-se à presidência do Benfica; no mês em que nos aproximamos (ou não) do desfecho do caso Maddie; no mês em que se lança mais um jornal gratuito (de qualidade, diga-se); no mês em que a Selecção portuguesa de futebol será ou não classificada para o Euro 2008; no mês em que a ASAE continua a fechar estabelecimentos a torto e a direito; no mês em que Sócrates entrega ainda mais computadores; no mês em que finalmente se começam a questionar os limites de velocidade impostos em algumas zonas de Lisboa; no mês em que a corrupção por todos os motivos e mais algum volta a estar na ordem do dia; no mês em que assistimos emocionados a tipos de 200 quilos a chorar com o hino nacional e em que sentimos orgulho por eles e por nós e pelo país inteiro.

Chegámos a Setembro! Finally!

Absurdo cacofónico

Deixa-me Amar. É este o nome da nova aposta da TVI para o prime-time, uma novela como seria de esperar. Estranha-se que os responsáveis pela escolha do nome não tenham reparado no ruído que a cacofonia da expressão gera.

Uma cacofonia, e pela letra do dicionário, é "um som desagradável ou uma palavra obscena que resulta da ligação das letras finais de uma palavra com as letras iniciais da palavra seguinte".

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Paulo Teixeira Pinto volta a atacar

Paulo Teixeira Pinto deixou o teatro de guerra e voltou-se de novo para a advocacia. Discreto, mas já com escritório montado. É ali para os lados da Avenida da Liberdade.

Audiência e circulação paga

Aos olhos dos anunciantes existem dois eixos que norteiam as suas decisões quando investem em Imprensa escrita: audiência e circulação paga. Precisam das audiências para saber quem lê e quantos lêem. Utilizam a circulação paga para aferir o "peso" de cada meio, verificando o número de pessoas que estão dispostas a pagar para ler aquele jornal ou aquela revista. Ou seja, para definir a audiência mais importante, aquela que esteve disposta a gastar dinheiro para ler o meio.

Daqui resulta que os gratuitos - hoje estreou o Global Notícias - perdem na vertente publicitária para os pagos, já que os seus leitores não tiveram qualquer custo para obter o jornal - desconto aqui o custo de estender o braço. Por isso, não se consegue afirmar se estavam efectivamente interessados em receber o jornal e se o chegaram a ler.

Também nas RP é fulcral estudar as audiências e as circulações pagas para atingirmos os objectivos de comunicação, traçar estratégias para endereçar a audiência e, consequentemente, obter resultados. As consultoras de comunicação são parte interessada no estudos de audiência e nos resultados da APCT (Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragens). Queremos saber com rigor a quantas pessoas chegou a informação, e a que segmento de pessoas chegou.

Assim, é de aplaudir o que Alberto Rui Pereira, presidente da APCT, quer para o mandato do próximo triénio:

- Aumentar periodicidade da divulgação dos dados: de trimestral para bimensal (ainda assim, aqui a ambição terá de ser mensal);

- Medir circulação online: número de pageviews, visitantes únicos, quanto tempo os leitores permanecem em cada página;

- Verificar pacotes: muitos deles enfermam do mesmo mal que os gratuitos (é uma oferta, neste caso não do Jornal, mas de um empregador ou patrocinador).

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Cofina: Vamos às compras?

O mercado publicitário cai na Imprensa escrita, mas a Cofina cresce. No primeiro semestre de 2007 e em comparação homóloga com o ano anterior, o grupo de Paulo Fernandes aumentou as receitas (+3%) e os lucros (+2,4%), sobretudo à custa das receitas de publicidade, que cresceram 12,9%. A boa gestão compensa. E agora, com o bolso cheio, vamos às compras? Há quem aposte que o próximo negócio está por dias. Quem olha para os títulos do grupo e, por estes dias, andou atento aos Media conseguirá somar dois mais dois...

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Já é oficial: segunda estreia

O nosso blog do fundo da Comunicação tem estreia aguardada para a próxima segunda-feira. Os três autores vão estar activos todas as semanas, e esperamos que todos os youngnetworkers também.

Até agora esteve em versão beta, para testes e para consumo interno.

Decidimos só lançar depois da silly season. Segunda, aí estará.

Trocámos BBC por CNN

Decidimos colocar a CNN como tv oficial do blog, em substituição da BBC News. Ver em baixo.