quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A vitória da Marca América

Essa é a principal conclusão de ontem. O valor do “brand USA” revigorou-se e voltou a ser confiável. O mundo queria e suspirava por isso. Obama é esse sinal de confiança, até importante para a recuperação dos mercados e a criação de novos negócios.

Aqui ficam algumas das coisas que registei da longa noite da CNN.

.Obama um grande candidato: um “natural”, como se diz no desporto, referido por Bill Bennett.

.Uma das melhores campanhas de sempre, estratégia de David Axelrod e a mais gastadora de sempre 1600 milhões de dólares.

.Vitória (quatro anos depois) do “chairman” do Partido Democrata, Howard Dean, arrasado por Kerry em 2004. Uma vez que os seus métodos de arrecadação via Internet e de mobilização através das redes sociais esteve na vanguarda do que Obama ontem conseguiu.

.O primeiro holograma na televisão, na CNN, de um jornalista em directo, no caso, Chicago. Jessica Yellin sentia-se como a «princesa Leya».

.David Castellanos, consultor republicano, notava que «a maioria silenciosa de Nixon, mais tarde redescoberta por Reagan, foi ultrapassada pelas minorias silenciosas».

.«Republican Brand» está nas ruas de amargura com Bush, como nunca esteve, assinalava James Carville.

.Factor raça não contou nem o factor idade. Votou-se em Obama «porque sim», comentava Bill Schneider.

.Ohio mais uma vez decisivo. Foi a partir daqui que a vitória estava consumada, depois ainda caíram Florida, Virgínia, Carolina do Norte.

A tentação de Obama no futuro

Obama continua a ser um tiro no escuro, mas tem uma equipa com o melhor que a América tem.
É uma espécie de nova “Camelot” dos tempos de Kennedy. Tanto em política externa como nos gurus da economia que tem consigo,
Creio que Obama, face à crise que o mundo atravessa, terá a tentação de recuar a Franklin Delano Roosevelt. Pondo o Estado como força motriz da recuperação económica, um novo New Deal, com um vasto programa de obras públicas e de optimismo.
Tal como disse ontem que esta foi a «vossa vitória», ele vai dizer que este é o «vosso» país, uma espécie de recuperação do discurso de JFK em Berlim. O que podem vocês fazer pela América.
Obama, acredito, vai tentar ter traços de Roosevelt, pinceladas de carisma de JFK (já o conseguiu) e a surpresa é que será um duro como um grande Presidente chamado Harry Truman.
Eu aposto assim.