Começo por uma revelação prévia: percebo muito pouco de râguebi e bastante mais de basquetebol. Isto porque joguei muitos anos basket federado nos escalões de formação.
Decorreu, quase paralelamente, durante este mês de Setembro o Eurobasket – Campeonato da Europa de Basquetebol – e o Mundial de Râguebi. Mediaticamente, em Portugal, nem um ponto de intercepção entre os dois eventos. A selecção de basket apenas existiu no meio desportivo e para os adeptos da modalidade. Já o interesse no râguebi “saltou” para toda a nação, uma modalidade jogada por amadores no nosso país, ao contrário do basquetebol.
Razões:
1. Amadores. A velha história de David contra Golias, do fraco contra o forte, do pobre contra o rico. As pessoas gostam de feitos históricos – primeira vez no mundial –, de gente que em condições adversas se supera. Desde o Uruguai que este foi o gancho tomado pelos Media.
2. Tomaz Morais. Bom comunicador e grande carisma. Sereno e realista no discurso, transmitindo confiança e colocando objectivos alcançáveis à selecção dos lobos. Os portugueses que assistiam ao jogo, in loco ou pela televisão, contra a Nova Zelândia torciam por perder por menos de 100 pontos. Era esta a nossa vitória. Foi o seleccionador que a fixou.
3. Estratégia mediática. Tudo gira em torno do adjectivo Genuínos. Seguiu-se por aqui. O discurso, a felicidade, a emoção a cantar o hino. O nosso hino gritado e salpicado de lágrimas. Considerado na Imprensa estrangeira como o momento mais forte da primeira semana do Campeonato. A característica já existia no Grupo – diz-me quem os conhece que o espírito é mesmo esse – e foi potenciada pelas licenças sem vencimento dos empregos, pelo prego a fundo na preparação destes três últimos meses, pelo abdicar das férias e até pelos treinos militares para a Imprensa acompanhar.
4. Promoção Sport Tv. Aqui também há uma grande diferença. A Sport Tv vende melhor o produto desporto. Não conta apenas o directo dos jogos, mas todos os programas à medida, com comentadores e blocos informativos sobre as modalidades que promove. Veja-se também a diferença no tratamento da Fórmula Um, desde que passou a acelerar nos canais de Joaquim Oliveira.
5. Imagem dos jogadores. Bem explorada. Ainda na última GQ lá estavam eles em pose de modelos. Bem enquadrada na estratégia mediática. Agora até já sei o nome de meia dúzia de jogadores: Vasco, Gonçalo e João Uva, Aguilar, Pedro Carvalho,…
Resumo o que são os lobos. Quando perguntaram a Tomaz Morais se se ia emocionar por ver o Haka – dança tribal da melhor selecção do mundo antes do jogo começar – na primeira fila, ouviu-se do seleccionador nacional: “O que me emociona é o hino nacional”. Lapidar.
PS: O post já vai longo, mas não posso deixar de recomendar um clique até à página The Famous Grouse, que está a acompanhar (em parceria com o Record) a presença lusitana em França.
Decorreu, quase paralelamente, durante este mês de Setembro o Eurobasket – Campeonato da Europa de Basquetebol – e o Mundial de Râguebi. Mediaticamente, em Portugal, nem um ponto de intercepção entre os dois eventos. A selecção de basket apenas existiu no meio desportivo e para os adeptos da modalidade. Já o interesse no râguebi “saltou” para toda a nação, uma modalidade jogada por amadores no nosso país, ao contrário do basquetebol.
Razões:
1. Amadores. A velha história de David contra Golias, do fraco contra o forte, do pobre contra o rico. As pessoas gostam de feitos históricos – primeira vez no mundial –, de gente que em condições adversas se supera. Desde o Uruguai que este foi o gancho tomado pelos Media.
2. Tomaz Morais. Bom comunicador e grande carisma. Sereno e realista no discurso, transmitindo confiança e colocando objectivos alcançáveis à selecção dos lobos. Os portugueses que assistiam ao jogo, in loco ou pela televisão, contra a Nova Zelândia torciam por perder por menos de 100 pontos. Era esta a nossa vitória. Foi o seleccionador que a fixou.
3. Estratégia mediática. Tudo gira em torno do adjectivo Genuínos. Seguiu-se por aqui. O discurso, a felicidade, a emoção a cantar o hino. O nosso hino gritado e salpicado de lágrimas. Considerado na Imprensa estrangeira como o momento mais forte da primeira semana do Campeonato. A característica já existia no Grupo – diz-me quem os conhece que o espírito é mesmo esse – e foi potenciada pelas licenças sem vencimento dos empregos, pelo prego a fundo na preparação destes três últimos meses, pelo abdicar das férias e até pelos treinos militares para a Imprensa acompanhar.
4. Promoção Sport Tv. Aqui também há uma grande diferença. A Sport Tv vende melhor o produto desporto. Não conta apenas o directo dos jogos, mas todos os programas à medida, com comentadores e blocos informativos sobre as modalidades que promove. Veja-se também a diferença no tratamento da Fórmula Um, desde que passou a acelerar nos canais de Joaquim Oliveira.
5. Imagem dos jogadores. Bem explorada. Ainda na última GQ lá estavam eles em pose de modelos. Bem enquadrada na estratégia mediática. Agora até já sei o nome de meia dúzia de jogadores: Vasco, Gonçalo e João Uva, Aguilar, Pedro Carvalho,…
Resumo o que são os lobos. Quando perguntaram a Tomaz Morais se se ia emocionar por ver o Haka – dança tribal da melhor selecção do mundo antes do jogo começar – na primeira fila, ouviu-se do seleccionador nacional: “O que me emociona é o hino nacional”. Lapidar.
PS: O post já vai longo, mas não posso deixar de recomendar um clique até à página The Famous Grouse, que está a acompanhar (em parceria com o Record) a presença lusitana em França.