terça-feira, 25 de novembro de 2008

«Um problema…o povo»

No Polvo II, durante uma conversa num terraço em Trapani, o advogado Terrasini conversa com o banqueiro Nicola Antinari sobre uma festa popular que se está a ouvir na rua.
«São belas as festas populares, não?», pergunta o advogado. Responde o banqueiro: «sim, são muito belas, mas têm um problema…o povo».
O problema na política que vive muito de círculos fechados é que na maior parte das vezes esquece o povo. E o problema das empresas é que algumas vezes esquece o povo.

Kamu Suna Ballet Company

Neste sábado, optei por não ligar ao Sporting e forçado por amiga dirigi-me ao Teatro Camões para ver um ballet desta companhia no título.
Amar a Terra era a mensagem a ser transmitida ajudada por uma banda rock os Klepht, pelo contratenor Manuel Brás da Costa e por mais músicos.
A base da comunicação era de Dostoievski. «é preciso amar a Terra até ao fim, até aos extremos das suas margens – até ao Céu; é preciso amar o Céu até ao fim, até aos extremos limites do Céu, até à Terra». Foi um espectáculo agradável.
Olhei para o patrocinador exclusivo do Teatro, a Fundação EDP, e questiono-me onde andariam uma série de pessoas ligadas à arte se não houvesse mecenas.
Até porque, como dizia Ricardo Pais ao DN, «Sócrates tem esvaziado a cultura». Uma sociedade que não liga à cultura é uma sociedade fechada e de trogloditas.

Miguel Rodrigues dos Santos e José Sousa Tavares

Acaba de ser lançado o novo livro de José Rodrigues dos Santos, “A vida num sopro”. Contam-me que qualquer semelhança com o “Rio das Flores” de Miguel Sousa Tavares é mera coincidência.

Seiscentas e dezasseis páginas de romance de Rodrigues dos Santos a 23 euros pela Gradiva contra 640 de Sousa Tavares a 29 euros pela Oficina do Livro.

Portugal, nos anos 30, é onde se passa a trama de Rodrigues dos Santos. Já em “Rio das Flores”, segundo a sua sinopse, são “(…) trinta anos de história do século XX as que correm ao longo das páginas deste romance, com cenário no Alentejo, Espanha e Brasil”.

Consta que ambos são histórias de família, com amores e desamores onde se desafiam os valores tradicionais de época.

Li o “Rio das Flores”, não gostei.

Lerei pela primeira vez Rodrigues dos Santos e veremos, se, como afirmava o filósofo Heráclito, não é mesmo possível banhar-se duas vezes no mesmo Rio…