segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Desafio 1.0: A batota

Lançámos há uma semanas este desafio, o que acabou por se traduzir numa proposta em condições de ser apresentada ao cliente. A proposta está óptima, e apresentá-la-emos no início de Outubro. Queríamos já ter tratado disso, mas como entretanto estivémos a negociar novo contrato com esse cliente, já que o nosso âmbito de actuação vai crescer, só agora pudémos avançar para a apresentação desta acção de social media para uma das suas marcas. Estarei empenhado pessoalmente para que se concretize num momento de comunicação que potencie a marca do cliente.

Neste desafio estamos a fazer uma batota (não sei se chega a ser batota, mas diria que não era o espírito inicial da acção, pelo menos não pensámos nisso na altura). A proposta que estamos a apresentar é de uma empresa e não de um blogger ou de uma pessoa individual.

Acontece que a pessoa que nos contactou é um blogger que trabalha numa empresa que actua nesta área.

Coopetição

Sou um apaixonado pelo mercado, pela livre concorrência, pela inovação, pela iniciativa, pelo jogo balizado por lei e ética. Sou contra imposições, contra preços tabelados, amarras que distorçam as nossas decisões.

Estarmos em concurso e alguém apresenta proposta pro-bono? Acho bem.

Avenças abaixo do valor médio do mercado? Não tem problema.

Estágios não remunerados? Nada contra.

Pacotes de comunicação? Be my guest.

Cada qual que use a estratégia e a táctica que sirvam melhor os seus interesses. A cada momento que se disponham peões, cavalos, bispos, torres e rainhas para alcançar o cheque-mate final, aquele que verga o rei, que faz dobrar o tabuleiro. Amanhã, outro jogo começa, e depois mais um, numa outra sala, com um outro cliente, contra outros concorrentes. É competição.

Não obstante a disputa por clientes, existem outras variáveis, onde alguns players ganham se estiverem alinhados. E nos recursos humanos estamos interessados em estar alinhados com alguns concorrentes. Será cooperação.

A falácia da composição faz-me saber que se eu estiver num estádio e me levantar, ficarei com uma melhor perspectiva da partida que se joga lá em baixo. Mas se todos os que estiverem sentados me imitarem ficaremos seguramente todos piores.

Na disputa por consultores acontece o mesmo. Se contratar alguém a um concorrente próximo ficaremos melhor, mas se o mesmo concorrente nos contratar um consultor para colmatar a saída do outro, ficaremos provavelmente os dois pior. Assumo aqui, neste exemplo, que os consultores se equivalem, e mesmo não se equivalendo terá de se pesar o que é ter um consultor adaptado versus alguém que precisa de tempo para ser aculturado e estar em condições de desenvolver o seu potencial.

Quero com isto dizer que pretendemos concorrer por clientes, em inovação, em lobby, em know-how, em serviço com todos, mas existem três concorrentes – a saber: Lift, LPM e CV&A – com os quais não espoletaremos uma luta por consultores. Não por altruísmo, mas porque sabemos que ficaremos pior na troca-por-troca. Todos ficarão.

Reprimam a acusação de cartelização que possam querer me endereçar. É estratégia. Nada mais. Além de a tornar pública, não farei um só contacto para persuadir algum dos três concorrentes.

Esta guerra por consultores não nos interessa. Não seremos nós a começá-la. Mas estamos preparados para ela.

Nota: A alteração da nossa estratégia quando e se acontecer será aqui relatada.