sexta-feira, 20 de março de 2009

Durão e o Papa *

Só falta a França para que Durão Barroso recolha o apoio dos três grandes, na recandidatura à presidência da Comissão Europeia.
A sua recondução é importante para Portugal, não só por factores de nacionalidade mas porque é ali que se tomam as decisões verdadeiramente importantes. E ter ao lado de Sarkozy, Brown e Merkel, Durão Barroso, é sempre melhor do que ter Prodi ou outro qualquer.
Durão é um político sólido, de grande racionalidade, mas frio e por vezes pouco versátil. Não deixou grandes recordações em Portugal e dificilmente os portugueses lhe perdoarão a fuga, tal como a Guterres. Por isso, é na esfera internacional que Durão Barroso poderá seguir o seu caminho, honrando, com isso, também Portugal.
A fazer o seu caminho está Bento XVI. Em África, mais exactamente nos Camarões, manteve-se coerente com o seu discurso condenando o uso indiscriminado do preservativo.
Foi trucidado internacionalmente, mas ele não podia fazer outra coisa para quem defende a abstinência e a fidelidade como as melhores práticas.
Aquele continente precisa de uma “encíclica” só para si. Democratas, torcionários, “diamantes de sangue”, narcotráfico, oleodutos de dinheiro oriundos do petróleo, riquezas naturais, mercenários, todo o tipo de epidemias, guerras de etnias, convulsões religiosas. O continente mais desprotegido precisava da presença do Papa. Da sua calma e também de um pouco da sua ortodoxia. É uma viagem no tempo certo.

*Publicado hoje no OJE