quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

IPRA Summit


Há cerca de um mês estive no IPRA Summit em Londres, um dos principais seminários de relações públicas na Europa, onde conheci Neil Boyd, vice-presidente da Hill & Knowlton no Canadá. Tivémos, eu e a Sílvia, inclusive, a oportunidade de almoçar com Neil e com Gary Wells, da americana Dix & Eaton's, que conheci no congresso do ano passado.

Pela falta de tempo, ainda não escrevi sobre algumas novidades de comunicação discutidas nesse Summit, onde uma vez mais os dois únicos portugueses eram cá da casa.

Deixo o blog de Neil Boyd e o post que resume o segundo dia de Neil no seminário, onde se inclui um chat comigo.

Receita, por Tony Blair

A receita para a Europa, para o homem que comandou o Reino Unido na última década, é concretizar e aprofundar a relação entre os Estados membros. Estes desafios só podem ser vencidos globalmente e o Mundo precisa de uma União Europeia mais forte. A Europa precisa de mais poder político, militar e económico. E só o consegue fazer com uma política diplomática única e uma política de defesa única. Neste cenário, é fundamental ter capacidade militar, o que se consegue juntando forças.

Além de uma Europa forte, a aliança com o Estados Unidos também tem de ser forte. Neste ponto, ficou o recado: "muitos podem discordar de Bush, mas no essencial defendemos, Europa e Estados Unidos, a mesma coisa". Com efeito, os valores de base são os mesmos: liberdade, sociedade de direito, justiça e democracia.

Quando não ajudamos os outros povos, não os conseguimos convencer destes valores. Na divisão do Mundo em vários blocos, nesta nova Era, é prioritário entendermo-nos a Ocidente e criar uma força única capaz de influenciar outros países, nomeadamente em África. Tony Blair rematou: "Acredito que pessoas livres preferem os nossos valores. Eu acredito nisso".

Desafios, por Tony Blair


Fui ontem ouvir de viva voz Tony Blair à Culturgest, na sede da Caixa Geral de Depósitos. O ex-primeiro-ministro britânico começou por posicionar o Tratado de Lisboa como enquadramento para o que vem a seguir. E o que vem a seguir? Necessariamente uma agenda para concretizar o Tratado, diz Blair.

Segundo o ex-inquilino do número dez de Downing Street, onde permaneceu dez anos, temos quatro desafios que são ao mesmo tempo ameaças e oportunidades.

1. Globalização. As pessoas têm de se adaptar constantemente a novas conjunturas. A ascensão da China e da Índia agora o obrigam. Estes países estão neste momento a passar pela revolução industrial, que os fará passar de uma estrutura eminentemente agrária para outra secundária e terciária. E a ascensão não está confinada às suas fronteiras, sendo já economicamente extensível a todo o mundo, e politicamente a África.

2. Energia. Duas faces da mesma moeda: por um lado, a instabilidade energética que se vive, com a Europa a necessitar de ser menos dependente das fontes de energia de Rússia, Médio Oriente e outros países instáveis; por outro lado, a questão ambiental associada, onde teremos que fazer um acordo global para combater as mudanças no clima.

3. Terrorismo. Tony Blair tem razão quando diz que esta ameaça não consegue ser vencida pelos meios convencionais.

4. Migração. Os fluxos de movimentos de pessoas em todo o mundo, dentro de cada país e de uns países para outros, está alterar as comunidades, que pela volatilidade se tornam mais instáveis socialmente.