segunda-feira, 5 de novembro de 2007

É a religião, estúpido!

Há pouco tempo atrás, o João Duarte fez um post sobre religião.
Por extraordinário que pareça, esta semana a “Economist” (sempre indispensável), fazia capa com “the new wars of religion”.
Hoje, uma das maiores religiões, a muçulmana “has a bloody divide” (desta vez são os Sunitas e Xiitas, já foram os católicos e protestantes). Os católicos têm um Papa que quer reforçar as defesas do bastião do cristianismo, no seu pensamento, a Europa.
Porque, como sabemos, o Velho Continente não é mais do que cultura grega, leis romanas e religião cristã.
Mas é curioso de reparar como a política externa do Vaticano tem como objectivo prioritário a China: que pode ser o maior país católico do mundo, mas também pode ser o maior país muçulmano do mundo. É um tabuleiro onde se vai jogar o futuro.
A “Economist” cita a carta aberta de Ahmadinejad, presidente do Irão, a Bush: «whether we like it or not, the world is gravitating towards faith in the Almighty». Vindo de quem vem, desta vez tem de se reconhecer alguma credibilidade.

PS: Há uns tempos atrás, no OJE, onde escrevo às sextas-feiras, fiz um artigo que tinha como título «A tentação de Gore». Onde falava da derradeira oportunidade de Al Gore avançar para a corrida à Casa Branca. Duas semanas depois, a capa da “Time” era «The last temptation of Gore». O que quero dizer com isto é que este blog, que ainda é recente, para lá de se estar a tornar uma referência em termos profissionais é feito por pessoas atentas e que não estão apenas enredadas na mesquinhez dos assuntos de agenda. Os mais atentos dificilmente são medíocres. Os blogs atentos, assim, nunca são medíocres.

Como se engana um país

Uma das coisas que mais confusão me faz, é ver como um País é enganado por uma pessoa. Argentina era Péron, hoje é Kirchner.
Cristina Kirchner fez o que quis, o que me deixa muito má imagem da sociedade civil argentina, da sua força e capacidade de reivindicação.
Cristina não foi a um debate, não deu uma entrevista, ideias só por sinais de fumo e apenas espalhou por todo o País outdoors inócuos: “Sabemos quais são os problemas. Sabemos o que fazer”. Segura pelas sondagens.
Acho que os argentinos a pouco e pouco vão ver os problemas e vão perceber, tristemente, que os Kirchner não vão saber o que fazer