Nestes textos de tendências de final de ano sobrevaloriza-se os próximos doze meses. É característico do Homem. O período de tempo que mais nos interessa é sempre o futuro próximo – a próxima hora, o dia seguinte, a agenda da semana que aí vem.
Contudo, as tendências não se esgotam num ano, fazendo mais sentido balizá-las em triénios, quadriénios e, até, décadas. Donde o que escrevo aplica-se nuns casos a 2008, noutros a anos sucessivos.
Dois acontecimentos que marcarão 2008 são, indiscutivelmente, os Jogos Olímpicos em Pequim e as eleições americanas. Tratam-se de pontos de partida. Nos Estados Unidos, espera-se a vitória dos democratas para permitir a reviravolta diplomática nas relações com o resto do Mundo. Enquanto no Oriente, pede-se que a montra olímpica seja mais um passo para nos aproximar da China, naquele que será segundo o seu calendário o ano do rato.
Um pouco por todo o lado, espera-se que a Internet continue a galgar terreno, com o investimento da publicidade a passar pela primeira vez a rádio: oito contra 7,9%, de acordo com a ZenithOptimedia. O investimento na Net aumentará a uma taxa seis vezes maior que nos outros Media.
Por sua vez, o crescimento das comunidades online será uma evidência e obrigará a comunicação a adaptar-se. A dispersão do público causada pela transferência da audiência de meios tradicionais para os social Media – blogs,
youtube,
myspace,
facebook,
hi5,
linkedin, etc. – obrigará a novas estratégias e ferramentas para acertar nos alvos.
Em Portugal, o advento da Televisão Digital Terrestre (TDT) traduzir-se-á em mais canais – fechados e abertos –, a par da proliferação de canais na Internet, mais regionais e mais direccionados.
Algumas ameaças, muitas oportunidades.