quinta-feira, 3 de julho de 2008

Henrique Monteiro e o futuro do jornalismo

O director do “Expresso” nesta edição da e-zine do Grupo YoungNetwork, a Presspectives, diz duas doisas fundamentais para o futuro do jornalismo em Portugal.
«As pessoas querem ter informação: informação rigorosa e concreta, antevisões e explicações. Ninguém toma decisões sobre a sua vida com base num espectáculo de variedades. A informação séria, o bom jornalismo continuarão com uma importância ímpar, por muito entretenimento que exista».
Eu acrescento: quando se fala em renovações gráficas de jornais, quando ouço que se tenta proporcionar uma leitura mais rápida confesso que acho ridículo. Os bons jornais têm bons textos e boa informação, não apenas fotos e dez linhas. Têm, acima de tudo, profundidade.
E Henrique Monteiro disse mais: «Acredito que haverá gratuitos para ler em dez minutos. Mas os gratuitos nunca terão possibilidades de ter jornalismo topo de gama».
Concordo. Os gratuitos conquistaram o mercado em Portugal das audiências que não compravam jornais. As pessoas que andam no metro com quatro gratuitos na mão nunca compraram o Público na vida.
E mais: os gratuitos nunca terão «jornalismo topo de gama» também por um motivo: é que quem lê os gratuitos não está interessado em jornalismo topo de gama e não quer perder o seu tempo com complicações.

Manuela e o casamento dos homossexuais

Como já é hábito o “Público” dá grande destaque à ILGA pelos ataques proferidos a Manuela Ferreira Leite sobre o casamento dos homossexuais e os seus direitos legais.
Confesso que estou-me marimbando e há outros problemas que verdadeiramente interessam os portugueses.
Convidava a nova líder do PSD a citar Boris Johnson, o novo Presidente de Câmara de Londres.
Perguntaram-lhe qual era a posição dele sobre o mesmo assunto. Politicamente incorrecto, como sempre, respondeu no seu estilo “casual”: sou tão favorável a isso como ao casamento de um homem e três mulheres ou ao casamento de dois homens e um cão.
Ganhou Londres e também se estava marimbando para quem não tem nada que discutir.

Subtileza-mor

"Eu não me resigno", in RTP, 02/07/2008, José Sócrates.

Subtileza (II)

José Sócrates evitou falar de Manuela Ferreira Leite.

Subtileza

Na entrevista de ontem, José Sócrates referiu-se sempre ao último Governo como o Governo de Durão Barroso.

Eleições à vista e o cuspo que serve de cola

Se ontem um ser verde, com três olhos e duas antenas tivesse desaguado no Planeta Azul, concretamente em Portugal, mais concretamente em frente à televisão, à hora da entrevista do primeiro-ministro, teria percebido que temos eleições à vista.

José Sócrates, um grande comunicador, teve altos e baixos na conversa com Judite Sousa e José Alberto Carvalho. Muito abaixo do seu registo na revelação dos paliativos avulsos para os pobres – deduções fiscais com habitação, subida do IMI abaixo do máximo possível. Quando questionado sobre quanto vai baixar o IMI ou qual o aumento na dedução fiscal balbuciou “não tenho os pormenores concretos” e “não me queria comprometer com números”, numa transcrição livre das suas palavras. Impacto nas contas públicas destas “medidas” também ninguém ficou a saber, mas aposto que são baixos – felizmente, comento eu. Novidades, novidades só a 10 de Julho. Até lá, o cuspo que segure as notas soltas que o staff preparou em cima do joelho.

No plano positivo, a explicação das obras que estão para arrancar. Não tanto pelo esclarecimento se são ou não necessárias, mas pelo entalanço que deu no PSD, que ratificou muitas destas obras no seu último curto reinado. Vamos ter auto-estradas, vamos ter aeroporto, vamos ter TGV e vamos ter barragens. Naquelas em que o Estado não mete fichas podemos estar descansados, porque segundo o primeiro-ministro, os privados fazem muito bem as suas análises custo-benefício. Bom para eles, porque mesmo que as fizessem mal não nos afectaria. E nas contas dos Governos, também podemos confiar?

Enquanto não abre em Portugal...

...Starbucks fecha 600 lojas no Estados Unidos. Ver notícia da Meios & Publicidade aqui.