sexta-feira, 4 de julho de 2008

O jogo de Cavaco

Quem anda na política sabe que Cavaco Silva tem uma agenda própria.
Mantém-se amigo dos seus amigos, mas na hora das decisões segue o seu caminho como político frio que sempre foi.
Continuo a achar que o Presidente da República preferia ter outro líder do PSD no lugar de Manuela Ferreira Leite.
Não porque lhe deseje mal, mas enquanto referencial de estabilidade do centro-direita e de cada vez mais portugueses, preferia ter outro papel enquanto “player”.
De resto, é público e notório que, para muitos, Manuela é vista como um Cavaco de saias. O que na acção política é perigoso, porque qualquer posição que tenha pode vir a ser confundida, pela generalidade dos eleitores. E Cavaco não quer essa dedução.
Por isso, foi interessante de ver como um dos principais cavaquistas não se pronunciou abertamente, tendo ao que me dizem só patrocinado na sombra um candidato.
Esse cavaquista a que me refiro chama-se Manuel Dias Loureiro, seu ex-secretário-geral e que continua a ser um homem muito ouvido lá para os lados de Belém.
Curiosamente, se sobre as directas no PSD não se pronunciou e nem foi a Guimarães ao Congresso, não teve qualquer hesitação em patrocinar a biografia autorizada (ao contrário do que diz a autora) de José Sócrates.
«Sócrates faz bem a Portugal», disse nessa cerimónia onde não esteve presente qualquer ministro.
Não tenho dúvidas que Cavaco subscreve – apesar de não o poder dizer – o que diz o seu fiel escudeiro. Cavaco tem um segundo mandato para conquistar. Precisa da direita e de muito PS.
Sócrates prefere-o a Manuel Alegre, tal como um dia Cavaco preferiu Mário Soares.

Cidadão do Rio de Janeiro

Contaram-me que Miguel Relvas, braço-direito de Pedro Passos Coelho, será, em Setembro, condecorado pelo “prefeito”, César Maia, como cidadão honorário do Rio de Janeiro.

O, mas O soundbyte

«É inadmissível que se transfira para o “mercado” deveres morais que são dos governantes»

Federico Mayor Zaragoza