segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Oje: há vida para além do papel


O jornal Oje, gratuito de economia, já distribui diariamente mais de 25 mil exemplares, nas principais empresas portuguesas (cerca de 1.100 directamente). O jornal faz sobretudo agenda e mais do que roubar leitores ao Diário Económico e ao Jornal de Negócios acrescentou. Foi buscar uma outra franja de leitores - middle management - que não tinha por hábito comprar um meio económico todos os dias.

O Oje faz bem agenda, Álvaro Mendonça é uma boa escolha para director, o modelo de distribuição favorece os resultados operacionais porque diminui a intermediação, a exploração de espaços publicitários tem sido feita com imaginação, os colunistas são bons - à cabeça de todos a escrita de Jorge Fiel. Mas é preciso ser mais forte na Net - há espaço para criar concorrência ao Negocios.pt, embora ninguém o tenha conseguido até agora -, é fundamental mais publicidade - mas quem não precisa? -, e mais notoriedade. Pelo caminho editorial que escolheu, acho que a força do produto não se fará pelas notícias próprias.

O jornal prepara-se agora para explorar novas plataformas como televisão pela Net e, possivelmente, novos conteúdos. Vamos ver de que forma: se em parceria, ou se tomando ou cruzando participações com outras empresas.

Dois dados importantes a ter em conta neste projecto: a estrutura accionista é dominada por um fundo de capital de risco, que por definição é volátil, e o administrador Tiago Cortez, ligado a vários projectos editoriais inovadores - sobretudo o lançamento do Oje e do Negocios.pt, este com José Diogo Madeira - e com bons retornos para os accionistas (venda do Jornal de Negócios/Negocios.pt à Cofina e venda da sua parte da Prémio a António Cunha Vaz).

Numa Xbox perto de si

Este ano, o maior blockbuster não foi realizado pelos estúdios de Hollywood. Halo 3 é o nome do novissímo jogo da Xbox 360 e facturou 170 milhões de dólares no dia da sua estreia, nos Estados Unidos. O jogo para a consola da Microsoft bateu o terceiro filme de Spiderman, que conseguiu "só" 104 milhões no primeiro dia nas salas. O merchadising à volta dos jogos, as banda sonoras (Lenny Kravitz participou), o cross-selling com outros Media (Halo, the Movie em produção) e o lançamento na Net, com grande burburinho à volta do capítulo que fecha a triologia assemelha cada vez mais a indústria dos jogos ao fenómeno cinematográfico. Para já, Master Chief mais popular que Spidey.

PS: Para os menos familiarizados: Master Chief = personagem principal de Halo.