No fim-de-semana estive a deleitar-me com uma grande reportagem sobre a Guiné Equatorial, ex-colónia espanhola entre 1778 e 1968.
Fiquei a saber que é o terceiro maior produtor africano de petróleo, logo atrás da Nigéria e Angola. O ditador, Teodore Obiang, no poder desde que mandou fuzilar o seu tio, em 1979, tem um património de mais de 600 milhões de euros – segundo a Forbes -, ganha eleição democrática (???) atrás de eleição e já mandou para outro mundo ou silenciou todo aquele que se atreva a pôr em causa o regime cleptodemocrático que comanda.
Com medo de ataques dos vizinhos Gabão e Camarões, ou de algum destempero de qualquer “cão de guerra”, comprou a protecção dos EUA.
Fiquei também a saber que, no Terceiro Mundo, costuma exigir-se 50% dos rendimentos saídos da exploração dos seus recursos naturais, Obiang, pelo contrário, entregou tudo por 25%.
Na Guiné Equatorial estão a Exxon (com 70% da produção total) e muitas petrolíferas americanas. Mas também lá andam empresas congéneres da França, Reino Unido, Malásia, África do Sul, Japão ou China.
Os EUA receberão, em 2015, do Golfo da Guiné, cerca de 25% do petróleo que necessita, hoje a relação é só de 15%, segundo números do Pentágono.
Como referia um empresário argentino na reportagem – a um jornal espanhol, não me lembro agora qual - «Obiang não tem que preocupar-se muito com os direitos humanos com amigos tão influentes».
Este post é apenas uma reflexão para quando se ouvir falar outra vez das preocupações com os direitos humanos de qualquer Administração norte-americana.
terça-feira, 17 de junho de 2008
E os direitos humanos?
Publicada por Rui Calafate à(s) 09:49:00
Etiquetas: África, direitos humanos, do fundo da comunicação, Guiné Equatorial, Rui Calafate, Teodore Obiang, youngnetwork
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