João Duarte (JD): Em relação à nova direcção da APECOM e ao programa, quais são os objectivos? Sei que já falaste publicamente do tema mas para enquadrar gostava de reformulá-los.
Salvador da Cunha (SC): Há três ou quatro objectivos centrais que a Associação tem de prosseguir. A dignificação deste sector é absolutamente essencial. Vamos tentar contribuir para que a dignificação seja uma realidade. E a dignificação não está no umbigo das empresas que trabalham neste sector, está em todos os clientes que nos utilizam, e que utilizam as Relações Públicas. Por outro lado, temos de promover o sector, a utilização da comunicação das Relações Públicas como instrumento de marketing e também objectivamente dar representatividade à Associação. De facto, a Associação tem perdido representatividade, não que tenha perdido associados. Está até com mais associados, tem 24 e nunca teve tantos. Mas é pouco, porque o mercado cresceu muito. E neste ponto de vista a Associação esteve muito reactiva e muito pouco pró-activa. Temos de mudar o paradigma.
JD: Surpreende-me um bocado que o anterior Presidente da Associação, o Alexandre Cordeiro, tenha dito que procurar proactivamente associados não é uma missão de quem está à frente de uma Associação.
SC: Foi essa a postura do Alexandre. Não vai ser essa a minha postura. Gosto muito do Alexandre, admiro-o muito. Ele fez por este sector mais do que muitas outras pessoas fizeram. Mas, de facto, essa não vai ser a minha postura. Acho que Associação tem que ser representativa. Há aqui duas correntes de opinião muito distintas, uma que defende claramente a representatividade e outra que defende que na Associação só devem estar as, eventualmente, melhores e maiores empresas. Não defendo isso. Acho que não é um espaço de vaidade, é um espaço para promover o sector.
JD: Mas as condições de entrada condicionam isso. Três anos de existência…
SC: Os três anos de existência é para quem parte do zero. Porque imagina que o João Duarte, neste momento, sai da YoungNetwork e funda uma nova agência de comunicação. Nesse caso pode imediatamente entrar na APECOM, como aconteceu por exemplo com a Frontpage que entrou directo pela experiência que os órgãos de gestão da empresa tinham. Desse ponto de vista as regras são relativamente flexíveis para pessoas que tenham experiência demonstrada. Claramente não podem entrar todas as empresas que de repente surjam no mercado e queiram aderir à APECOM, porque há um conjunto de regras de percepção de qualidade que é preciso salvaguardar. Enfim, nós estamos numa economia liberal, eu sou muito liberal nestas questões. Acho que é um espaço para discussão e que podemos estar abertos a essa discussão. Contudo, não vejo que uma empresa que tenha surgido ontem com meia dúzia de pessoas que não têm experiência nesta área, possa automaticamente ter o crivo da APECOM.
João Duarte: Estavas no segundo objectivo, quando te interrompi.
SC: O terceiro objectivo é dinamizar as actividades da própria associação, ou seja, promover também a Associação. Promover o sector mas através de uma Associação mais dinâmica do que tem sido até agora. E isso tem sido o nosso cavalo de batalha, porque há uma percepção de pouco dinamismo – que não deixa de ser verdadeira no passado – mas não há um dinamismo nulo. Isto é, a Associação executa um conjunto de serviços, forneceu durante estes últimos anos um conjunto de serviços às associadas, que no conjunto valem mais que a quota que os associados pagam. Nos últimos anos, do ponto de vista económico, ser associado da APECOM era um benefício, pois os descontos que a APECOM dava com os suplementos e, mesmo a parte de induzir o trabalho editorial dos suplementos que foram feitos, foram muito importantes. Nessa perspectiva, os associados nunca pagaram mais do que o serviço que tiveram. Mas é claro que os associados merecem que a Associação faça muito mais do que tem feito.
JD: Salvador, mas tu fizeste parte das anteriores direcções, acho que esse é um handicap teu porque a associação não foi tão dinâmica como deveria ter sido, e tu fazias parte dos órgãos sociais.
SC: É verdade. Mas não querendo resgatar a minha responsabilidade, a Direcção é muito o Presidente, é ele que faz andar a Associação. Obviamente que um Vice-Presidente, um Secretário, tem o seu papel na forma como aconselha o Presidente mas não são motores, não têm sido motores. A minha opinião sempre foi a de ter secretário-geral.
Salvador da Cunha (SC): Há três ou quatro objectivos centrais que a Associação tem de prosseguir. A dignificação deste sector é absolutamente essencial. Vamos tentar contribuir para que a dignificação seja uma realidade. E a dignificação não está no umbigo das empresas que trabalham neste sector, está em todos os clientes que nos utilizam, e que utilizam as Relações Públicas. Por outro lado, temos de promover o sector, a utilização da comunicação das Relações Públicas como instrumento de marketing e também objectivamente dar representatividade à Associação. De facto, a Associação tem perdido representatividade, não que tenha perdido associados. Está até com mais associados, tem 24 e nunca teve tantos. Mas é pouco, porque o mercado cresceu muito. E neste ponto de vista a Associação esteve muito reactiva e muito pouco pró-activa. Temos de mudar o paradigma.
JD: Surpreende-me um bocado que o anterior Presidente da Associação, o Alexandre Cordeiro, tenha dito que procurar proactivamente associados não é uma missão de quem está à frente de uma Associação.
SC: Foi essa a postura do Alexandre. Não vai ser essa a minha postura. Gosto muito do Alexandre, admiro-o muito. Ele fez por este sector mais do que muitas outras pessoas fizeram. Mas, de facto, essa não vai ser a minha postura. Acho que Associação tem que ser representativa. Há aqui duas correntes de opinião muito distintas, uma que defende claramente a representatividade e outra que defende que na Associação só devem estar as, eventualmente, melhores e maiores empresas. Não defendo isso. Acho que não é um espaço de vaidade, é um espaço para promover o sector.
JD: Mas as condições de entrada condicionam isso. Três anos de existência…
SC: Os três anos de existência é para quem parte do zero. Porque imagina que o João Duarte, neste momento, sai da YoungNetwork e funda uma nova agência de comunicação. Nesse caso pode imediatamente entrar na APECOM, como aconteceu por exemplo com a Frontpage que entrou directo pela experiência que os órgãos de gestão da empresa tinham. Desse ponto de vista as regras são relativamente flexíveis para pessoas que tenham experiência demonstrada. Claramente não podem entrar todas as empresas que de repente surjam no mercado e queiram aderir à APECOM, porque há um conjunto de regras de percepção de qualidade que é preciso salvaguardar. Enfim, nós estamos numa economia liberal, eu sou muito liberal nestas questões. Acho que é um espaço para discussão e que podemos estar abertos a essa discussão. Contudo, não vejo que uma empresa que tenha surgido ontem com meia dúzia de pessoas que não têm experiência nesta área, possa automaticamente ter o crivo da APECOM.
João Duarte: Estavas no segundo objectivo, quando te interrompi.
SC: O terceiro objectivo é dinamizar as actividades da própria associação, ou seja, promover também a Associação. Promover o sector mas através de uma Associação mais dinâmica do que tem sido até agora. E isso tem sido o nosso cavalo de batalha, porque há uma percepção de pouco dinamismo – que não deixa de ser verdadeira no passado – mas não há um dinamismo nulo. Isto é, a Associação executa um conjunto de serviços, forneceu durante estes últimos anos um conjunto de serviços às associadas, que no conjunto valem mais que a quota que os associados pagam. Nos últimos anos, do ponto de vista económico, ser associado da APECOM era um benefício, pois os descontos que a APECOM dava com os suplementos e, mesmo a parte de induzir o trabalho editorial dos suplementos que foram feitos, foram muito importantes. Nessa perspectiva, os associados nunca pagaram mais do que o serviço que tiveram. Mas é claro que os associados merecem que a Associação faça muito mais do que tem feito.
JD: Salvador, mas tu fizeste parte das anteriores direcções, acho que esse é um handicap teu porque a associação não foi tão dinâmica como deveria ter sido, e tu fazias parte dos órgãos sociais.
SC: É verdade. Mas não querendo resgatar a minha responsabilidade, a Direcção é muito o Presidente, é ele que faz andar a Associação. Obviamente que um Vice-Presidente, um Secretário, tem o seu papel na forma como aconselha o Presidente mas não são motores, não têm sido motores. A minha opinião sempre foi a de ter secretário-geral.
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