quinta-feira, 13 de março de 2008

“Ninguém gosta de dizer que tem de comprar influência”

João Duarte (JD): Uma das críticas que também se faz tem a ver com “em casa de ferreiro, espeto de pau”, ou seja, a APECOM devia tratar melhor a sua imagem para se afirmar. Qual o papel da Associação?

Salvador da Cunha (SC): Este sector move influências junto de outro sector que é muito sensível, que é o sector da comunicação social que, apesar de trabalhar muito bem operacionalmente com as agências não gosta que haja a percepção de que é influenciado. O que eu diria é que há um conjunto de analistas/jornalistas que gostam muito de dizer “eu não trabalho com agências de comunicação” quando na prática trabalham.

JD: Um contra-senso: quem supostamente trabalha para “fazer” uma boa imprensa ter má imprensa. Porquê?

SC: Comes with the job. Tento racionalizar isto desta forma: ninguém gosta de dizer que não tem influência e que precisa de a comprar. Do ponto de vista dos clientes esta é claramente a questão. E eles compram a influência que as agências têm. Mas esta influência é construtiva, é enquadradora, é positiva.

Sem comentários: