quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Manobras III


Já algumas pessoas sabem do fascínio que tenho, desde há muitos anos – não é como alguns que o descobriram há uns meses – por Nicolas Sarkozy. Desde a minha revista “Política Moderna” (entre 1998 e 2001), já antevia que ele seria o homem que marcaria o futuro da Europa.
Manobrador nato, especialista e apaixonado pela comunicação (e por si próprio, como qualquer grande líder) só podiam ser dele duas imagens distintas no mesmo dia.
A correr com a sua t-shirt preferida para “jogging”, a da NYPD, nas ruas de Nova Iorque (sem esquecer os óculos, à duro, Ray-Ban) e a sua fotografia oficial, em que pela primeira vez um presidente francês posa com duas bandeiras (a francesa e a europeia). Segundo ele, porque «quem faz bem á França só pode fazer bem à Europa». O rei das manobras.

2 comentários:

BsofB disse...

E também o rei do fim das 35h de trabalho semanais, entre outras medidas.
Mas é verdade que muito do seu protagonismo passa pela sua imagem. Ele foi buscar as "origens" e às imagens de sucesso: voltou à biblioteca tal como Chirac, mas acrescentou-lhe a bandeira europeia; na sua campanha utilizou uma imagem do campo com a igreja ao fundo, tudo em tons de azul tal como Miterrand.
Mas no fundo parece-me que ele tenta aproximar-se de Bush (ao que parece são bastante amigos). Da mesma forma Sócrates vê Sarkozy como modelo.
Esta ideia do jogging (momento a que todos os medias são bem-vindos a assistir, sobretudo quando há problemas no pais) é uma moda que se está a instalar.

Alexandre Sousa disse...

Ora bem...
Quem vende estes «modelos» de políticos são nada mais nada menos do que os fabricantes de imagem.
Então e o Tony que subia escadas de AirBus trepando degraus de dois em dois, antes de afivelar a trituradora?
Tal qual eles são colocados no mercado só têm um inimigo público: o cartoonista. Só este tipo de homem vassoura é que causa alguma mossa aos «nossos» homens da moda.