quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Fiasco

A notícia de hoje da suspensão das negociações entre Lift e Imago só pode ser encarada como um fiasco. Após meses de conversações e sucessivos adiamentos de anúncios (penso que primeiro era em Agosto, depois em Outubro), e muitos planos depois, afinal já não há nova agência. Acontece. Não foi nem será a primeira vez.

A minha perspectiva de consolidação do mercado (aqui e ali), se por um lado é reforçada, já que nem a eventual e propalada fusão existiu, por outro é abalada, na medida em que ficam duas agências disponíveis, sem as amarras que enunciei.

Pessoalmente, acho a ruptura mais perigosa para a Imago. É a agência do outro tempo, a que esteve no topo e que sofreu a erosão dos anos. Já não é a mesma de há dez anos, e prevejo que o declínio continue até ser apenas uma botique, que segurou meia dúzia de bons clientes de outrora. Hoje ainda é mais do que isso, dentro de cinco anos não será.

A Lift liderou o processo, percebi-o por dois factores: conhecimento das duas agências e pela comunicação da operação. Foi o Salvador que liderou a comunicação desde o início, quem mais apareceu e quem melhor traçou o cenário que a junção permitiria. Agora não, quem explica com mais detalhes o desenlace infeliz é Carlos Matos, mais uma razão para pensar que o Carlos está fora de forma, apesar de ser um dos bons comunicadores do mercado. Em crise, cuidados redobrados na utilização do líder, para evitar o desgaste. Foi cumprido à risca: ficou o Salvador atrás da cortina e veio o Carlos para o palco. Correctíssimo.

A Lift seguirá, para já, o seu caminho sozinha, um caminho que tem sido feito de passos seguros.

Tenho pena pelo negócio. Apontei alguns riscos, mas acreditei no potencial. E queremos concorrentes mais fortes no mercado.

PS: Assim, vai ser mais difícil ter cá o Salvador. Pode ser que a parte da Burson se concretize.

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