quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Maminhas firmes


Anos 60, Estados Unidos, emancipação da mulher, soutiens lançados na fogueira*, indústria de lingerie a “arder”.

O movimento feminista de há quatro décadas encontrou no acto simbólico da queima dos soutiens a sua âncora. A libertação da mulher à custa desta peça de vestuário teve consequências graves nas marcas de lingerie. Na linha da frente das activistas tivemos jornalistas, psicólogas, secretárias, actrizes, nas quais se incluía a emblemática Jane Fonda.

Inventado em 1914 e popularizado na década de 50, o soutien teria o seu downturn depois de 60. Sem plano Paulson para salvar a indústria, foi então gizada uma estratégia de relações públicas para estancar a queda e relançar as vendas.

A estratégia assentou em vários pilares, dos quais destaco:

- Tornar o soutien a estrela da lingerie feminina

- Descredibilizar as activistas

- Destacar as vantagens do uso

- Conseguir que uma importante líder do movimento mudasse de lado

A táctica que respondeu à estratégia:

- Desenhos mais atractivos e atrevidos por um lado, modelos de classe e bom gosto por outro

- Endereçou-se as mães da classe média para convencerem as suas filhas da maturidade e feminilidade associadas ao seu uso

- Detectives privados atrás das principais activistas para se descobrir as tendências sexuais de cada uma. Leu-se na Imprensa mais tarde que algumas das activistas eram lésbicas

- Opinião de especialistas alertando para as vantagens estéticas e práticas do uso do soutien

(e a cereja em cima do bolo)

- Jane Fonda viria a mudar de lado. Com sentido de humor a actriz afirmou mais tarde: “reconheci a utilidade do soutien quando os meus seios começaram a perder firmeza”

A estratégia da mudança de lado da barricada é uma das boas armas para trazer a opinião pública para o nosso lado. Se a Jane mudou…

* Não é certo que em 1968 o movimento tenha começado pela queima de soutiens, mas os Media deram-na como certo e amplificaram-na. Assim, o que se passou a seguir foi como se a queima tivesse efectivamente acontecido. Podemos entendê-la como uma simbologia da libertação da mulher.


Bibliografia

- National Organization for Women
- Yahoo answers
- Estratégias e Protocolo para Comunicação Corporativa, Fernando Ramos, Media XXI
- Wikipedia

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Procura-se

Recebi alguns emails externos e outros internos a perguntar o motivo deste post. Não o tomem como uma reacção a nada - ninguém saiu nos últimos três/quatro anos da YoungNetwork para nenhuma dessas consultoras (aliás, não sei se alguma vez terá saído, acho que não), e, por outro lado, desconheço se existiram convites recusados ou se estão em curso (embora aqui não tenha toda a informação). Por isso, repito, é estratégia do nosso Grupo. Nada mais.

Pagámos no último mês 59 salários em Portugal, quando há um ano a folha tinha apenas 40 pessoas. Preenchemos as novas funções com seniores, consultores e recém-licenciados e, ainda este mês, contrataremos mais dois seniores, um consultor e uma ou duas pessoas acabadas de formar.

Os dois seniores a contratar terão perfis diferentes. É possível que um deles seja uma pessoa que no passado se deu bem na YoungNetwork (a decisão não está tomada - havendo vontade da outra parte de voltar - e temos o recurso referenciado a par de outros candidatos). O outro terá obrigatoriamente de apresentar bons conhecimentos de comunicação financeira e institucional, e experiência em mercado de capitais. Este perfil é mais específico e jornalistas económicos com este know-how levarão vantagem sobre outros candidatos.

Para a posição de consultor também há a possibilidade de um regresso, de uma pessoa que veio ter connosco a manifestar essa disponibilidade. Nada decidido ainda.

Como os processos estão em curso, os interessados podem ir ao nosso site e tratar directamente com a Ana Leal.

A Cor do Dinheiro

Aproveito para fazer a homenagem póstuma a Paul Newman, recordando o filme onde ganhou o único Óscar (os outros dois foram a título honorário).

A outra Cor do Dinheiro é o novo programa de Camilo Lourenço. A partir de agora teremos o conhecido jornalista económico como apresentador de um magazine semanal sobre economia, segundas às 23 horas na RTPN. O objectivo é facilitar a compreensão dos temas macro (economia e política económica) e micro (empresas, investimento, poupança e carreira) para o grande público.

O programa já tem blog.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Peneiras

Na comunicação, tal como em qualquer sector, os recursos são finitos, entre os quais os humanos. Por esta altura, não existem, no mercado, consultores experientes em quantidade e qualidade suficientes. É preciso formar mais, a começar por quem sai da faculdade.

Aqui, as consultoras líderes de mercado, e eventualmente todas as outras, podem ter um papel muito importante na formação de recursos. Também a APECOM deverá servir de plataforma conjunta – mais cooperação? – para os associados suprirem as falhas dos currículos académicos. A este propósito farei uma exposição, primeiro em sede própria, na associação do sector, e mais tarde, neste blog.

Esta formação de recém-licenciados que as consultoras podem puxar para si apresenta várias vantagens.

- Aumenta o número de consultores experientes com qualidade no mercado. Leva o seu tempo, e nem todos servirão. Os desafios colocados em cada função e a cada momento servirão de malha para peneirar os melhores. Mas no final com um enfoque contínuo na formação dos recém-licenciados, teremos melhores consultores com experiência no futuro. Da quantidade organizada descobre-se a qualidade.

- Potencial. Permite por esta via de recrutamento, descobrir pessoas de elevado potencial. Juntamente com formação, interna e externa, poderemos ter desde cedo, aqueles que serão os mais capazes do mercado, na nossa empresa.

- Aculturação. Dou muito valor a este factor. A pessoa estar integrada num ambiente que lhe é familiar, onde se sente bem, permite-lhe explorar melhor o seu potencial. Ora, a virgindade de quem sai da faculdade é um facilitador deste processo.

- Moldar o mercado. Formando e aculturando pessoas, algumas das quais seguirão carreira na empresa, outras procurarão oportunidades na concorrência ou no cliente, espalhará o nosso know-how e o how-to-do pelo mercado. Aí chegados - os consultores -, homogeneizará e aproximará os métodos dos clientes aos das empresas de consultoria.

- Potenciais clientes. Muitos dos que passarem por cada uma das agências ficarão umbilicalmente ligados à primeira experiência de trabalho. Quando no cliente, terão no top-of-mind o nome dessa consultora para eventual contratação.

Dada a escassez de recursos e as vantagens associadas ao recrutamento de recém-licenciados, o nosso Grupo seguirá recebendo e formando mais candidatos. O nosso maior sucesso será o de conseguir que alguns se tornem directores do Grupo.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Desafio 1.0: A batota

Lançámos há uma semanas este desafio, o que acabou por se traduzir numa proposta em condições de ser apresentada ao cliente. A proposta está óptima, e apresentá-la-emos no início de Outubro. Queríamos já ter tratado disso, mas como entretanto estivémos a negociar novo contrato com esse cliente, já que o nosso âmbito de actuação vai crescer, só agora pudémos avançar para a apresentação desta acção de social media para uma das suas marcas. Estarei empenhado pessoalmente para que se concretize num momento de comunicação que potencie a marca do cliente.

Neste desafio estamos a fazer uma batota (não sei se chega a ser batota, mas diria que não era o espírito inicial da acção, pelo menos não pensámos nisso na altura). A proposta que estamos a apresentar é de uma empresa e não de um blogger ou de uma pessoa individual.

Acontece que a pessoa que nos contactou é um blogger que trabalha numa empresa que actua nesta área.

Coopetição

Sou um apaixonado pelo mercado, pela livre concorrência, pela inovação, pela iniciativa, pelo jogo balizado por lei e ética. Sou contra imposições, contra preços tabelados, amarras que distorçam as nossas decisões.

Estarmos em concurso e alguém apresenta proposta pro-bono? Acho bem.

Avenças abaixo do valor médio do mercado? Não tem problema.

Estágios não remunerados? Nada contra.

Pacotes de comunicação? Be my guest.

Cada qual que use a estratégia e a táctica que sirvam melhor os seus interesses. A cada momento que se disponham peões, cavalos, bispos, torres e rainhas para alcançar o cheque-mate final, aquele que verga o rei, que faz dobrar o tabuleiro. Amanhã, outro jogo começa, e depois mais um, numa outra sala, com um outro cliente, contra outros concorrentes. É competição.

Não obstante a disputa por clientes, existem outras variáveis, onde alguns players ganham se estiverem alinhados. E nos recursos humanos estamos interessados em estar alinhados com alguns concorrentes. Será cooperação.

A falácia da composição faz-me saber que se eu estiver num estádio e me levantar, ficarei com uma melhor perspectiva da partida que se joga lá em baixo. Mas se todos os que estiverem sentados me imitarem ficaremos seguramente todos piores.

Na disputa por consultores acontece o mesmo. Se contratar alguém a um concorrente próximo ficaremos melhor, mas se o mesmo concorrente nos contratar um consultor para colmatar a saída do outro, ficaremos provavelmente os dois pior. Assumo aqui, neste exemplo, que os consultores se equivalem, e mesmo não se equivalendo terá de se pesar o que é ter um consultor adaptado versus alguém que precisa de tempo para ser aculturado e estar em condições de desenvolver o seu potencial.

Quero com isto dizer que pretendemos concorrer por clientes, em inovação, em lobby, em know-how, em serviço com todos, mas existem três concorrentes – a saber: Lift, LPM e CV&A – com os quais não espoletaremos uma luta por consultores. Não por altruísmo, mas porque sabemos que ficaremos pior na troca-por-troca. Todos ficarão.

Reprimam a acusação de cartelização que possam querer me endereçar. É estratégia. Nada mais. Além de a tornar pública, não farei um só contacto para persuadir algum dos três concorrentes.

Esta guerra por consultores não nos interessa. Não seremos nós a começá-la. Mas estamos preparados para ela.

Nota: A alteração da nossa estratégia quando e se acontecer será aqui relatada.

domingo, 28 de setembro de 2008

...e experimenta populismo

A acusação à opulência do comício do PS em Guimarães é demagogia. Não que endereçar a comunicação à multidão seja por si só perniciosa, mas atenção aos alicerces da imagem do líder. Se estamos a trabalhar sobre confiança, descrição, credibilidade e gestão de silêncios, os rasgos de populismo têm de ser controlados.

...seduz PME's...

IVA só deve ser liquidado quando recebido, e não quando facturado (ideia apresentada no Parlamento esta semana). Não sei as implicações da medida no equilíbrio orçamental, já que ela atrasa os recebimentos do Estado. Mas é da mais elementar justiça, as empresas deixarem de pagar ao Estado impostos que ainda não receberam.

Manuela Ferreira Leite surpreende nos soundbytes...

Dois bons tiros no Conselho Nacional dos Trabalhadores Social-Democratas (TSD).

- "(Governo) chegou ao extremo de anunciar que vai anunciar"
- "Governo tem a originilidade de fazer oposição à oposição"

sábado, 27 de setembro de 2008

Franco corrobora do fundo da Comunicação

Como previmos aqui a 21 de Agosto, o que nasce torto dificilmente se endireita. Filipe Soares Franco corrobora agora as nossas palavras.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Querido procura o Wally

Onde está o Wally? Não o viram, não o viram? Paulo Querido procura-o aqui.

Dling dlong

Cavaco Silva preside hoje à abertura da Bolsa de Nova Iorque (NYSE). Difícil imaginar momento mais oportuno para fazer o ring da bell...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Mais poderes para Mourinho

João Marcelino acumulará a direcção do DN com a responsabilidade geral de todas as publicações do grupo Controlinveste.
Resultados tem. Foi assim no Record e no Correio da Manhã e tem sido assim com o DN.
As linhas editoriais podem ser discutíveis, mas os resultados estão aí. Daí ser considerado o “Mourinho” da imprensa.
Joaquim Oliveira acertou quando optou por uma pessoa de sua confiança pessoal. Vai ser assim também no novo canal televisivo e será José Eduardo Moniz. O Mourinho da televisão.