Já tinha saudades de escrever aqui depois de um breve hiato nos meus posts, por motivo de férias.
Não é a primeira vez que escrevo sobre o tema, mas volto a ele mais conclusivo e contundente, espero.
Cinco razões porque não vai haver ranking:
1. Muitas agências de comunicação enganam há anos os Media na apresentação dos seus resultados. Ver aqui, ali e acolá um exercício que fiz partindo apenas de divulgações da própria empresa. Ver também este post. Ora, havendo um ranking, muitos dos actuais players iriam perder a face com a apresentação do mesmo.
2. Algumas das agências conhecidas desapareceriam no ranking, porque a sua actual notoriedade já não corresponde à sua actual dimensão.
3. Algumas das principais agências não se entendem no âmbito da APECOM. Estamos mesmo a ver que se vão entender quanto a critérios de ranking e quanto à entidade externa que deve auditar os números e publicar o ranking.
4. Diferentes critérios dariam posições no ranking diferentes, com a agravante (agravante no sentido da existência do ranking): critérios diferentes dariam líderes diferentes.
5. Não há um critério visível, que seja público, que permita obstar a força dos quatro pontos anteriores. Como no caso da publicidade, onde, de uma maneira lata, se pode pegar nos clientes de cada agência, no número de inserções nos meios e nos preços de tabela para elaborar um ranking.
Poderemos continuar a escrever, teorizar, divagar sobre o tema dos rankings, mas podem tomar nota do que escrevo: não vai acontecer.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Porque não vai haver ranking
Publicada por Anónimo à(s) 08:51:00
Etiquetas: agÊncias de comunicação, APECOM, do fundo da comunicação, joao duarte, rankings, youngnetwork
2 comentários:
do ponto de vista de um leigo (ou seja eu!!):
- servir-se de um exemplo (vide links do posto, "caso GCI") para julgar um todo, não me parece muito sério, ainda por cima vindo de um "ex-jornalista". Não é honesto dizer que "muitas agências de comunicação enganam há anos os Media..." servindo-se um único caso em concreto, por muito credível que ele seja.
- notoriedade e dimensão? o primeiro é óbvio, quanto ao segundo... será necessário elaborar mais sobre o assunto!!! Será "dimensão = quantidade de clientes"?? ou = facturação?? ou = abrangência??
- entendimento com a APECOM não é pré-requisito para elaboração de qualquer tipo de ranking. Se algumas empresas não se entendem com a APECOM então deve-se primeiro saber porquê e segundo tentar contornar essa situação, apesar de considerar que uma "cartelização" em associativismo deste nível poderá prejudicar mais do que beneficiar o trabalho de uma agência de comunicação.
- rankings: têm a importância que lhes dão. um cliente que se guie por um ranking para escolher uma agência com a qual tencione trabalhar está a precisar dela mais do que possa estar a pensar!!!!
Caro Gil,
Obrigado pela sua participação e contribuição para a discussão.
- Se fosse só uma empresa a enganar nos números teria colocado que era só uma; é mais do que uma (veja o exemplo que dou no texto com o quarto post que refiro: 4 agências deram números diferentes na mesma semana a 2 meios diferentes); e fazendo alguma pesquisa nos anuários e noutras entrevistas chega-se à mesma conclusão. São várias as agências que o fazem.
- Por dimensão devemos tomar um conjunto de critérios e não apenas um: número de pessoas, facturação, fees, números de clientes, etc.
- Notoriedade não deve ser critério para ranking.
- Entendimento com APECOM não deve ser pré-requisito. Concordo.
- Ranking: é mais um indicador que pode ajudar na decisão ou na escolha das agências para um concurso.
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