sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Um em cada dez

Diz-me um amigo - Francisco Froes, presidente da AMBA - Associação de Antigos Alunos dos MBA da Universidade Nova - que o importante é falar com os CEO's das empresas. Porquê? Porque decidem, e melhor ainda, em cada dez, nove são bons e um não presta, não tem caracter, faz género de cobarde, ou, simplesmente, é um pateta.

Serve este lema do Francisco, para situar a minha aventura de hoje de manhã. Reunião marcada (ou melhor re-marcada) na terça ou na quarta para hoje às 9 da manhã numa empresa. Assunto: New Business.

Saio de casa cedo, passo antes pela agência, para "checar" de novo rua e número do potencial cliente. Enfio-me no carro às nove menos um quarto, e chego ao Saldanha às nove em ponto. Decido estacionar no Monumental e estou no escritório do potencial cliente às 9:10, pronto para a reunião.

Cumprimento a senhora da recepção, que me diz para aguardar na sala. E logo, de seguida, surge uma outra senhora, com o discurso engatilhado: "O doutor já não o vai poder receber. Tem uma reunião às 10."

Apesar de surpreendido, respondo com desalento: "Penso que ainda há tempo..."

Sendo de pronto interrompido: "Não. A reunião é fora, e o doutor tem de tratar antes de outras coisas."

"Bom dia.", termino. O que mais haveria de dizer.

Sem nenhuma sugestão de re-marcação, e pela eventual "birra" pelos dez minutos, percebo que não há intenção de ter a reunião, o que é mais esquizofrénico se pensarmos que foi a empresa que nos contactou.

Antes estas situações sabiam-se pelo passa-palavra (que não vai deixar de acontecer) e chegavam a algumas pessoas. Agora escrevem-se num blog e chegam a muita gente. A comunicação da empresa, a forma como interage com todos os stakeholders (não só clientes) é muito importante para a reputação de uma empresa. A maioria das empresas não o percebe. Talvez esta nos tentasse contratar para o executar.

Com este meu post levanta-se uma crise de comunicação nessa empresa. Por cá, sei que estatisticamente as minhas próximas nove conversas serão com bons CEO's.

PS: Dedico este meu post a Pedro Passos Cunha, da Ray Human Capital.

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