segunda-feira, 28 de julho de 2008

Estou feliz porque estou contente

- "Jorge Cadete, como se sente?"
- "Estou feliz porque estou contente", respondeu o internacional português aquando da sua substituição, corria a década de noventa.

O futebol português é pródigo em imortalizar expressões como estas que ajudam a caricaturar o jogador, o comentador, o dirigente e o clube da bola indígena. A dada altura este dicionário chegou a ser conhecido como gabrielário, em honra do mítico comentador desportivo Gabriel Alves.

Conjuntos de palavras como "remate rasteiro...por cima", "só vejo uma cor à frente: o azul e o branco", "perdeu o tempo de remate...golo", "a vantagem de ter duas pernas", "ambos os três" ou "lá vai Veloso no seu estílo inconfundível...(passam 10 segundos)...espera...é Paneira" estão imortalizados no imaginário do futebol português.

Hoje é mais difícil produzirem-se tiradas destas a bom ritmo. O jogador está mais evoluído, é mais acompanhado, as SAD's trouxeram muita profissionalização e tiraram Gabriel Alves do ar. No caso de Gabriel, com a clara desvantagem de maior monotonia nos jogos pela tv.

Mas felizmente pode sempre haver algum revival. E desta vez, até vem do clube que melhor comunica. Sábado de manhã, lia-se no Expresso online a reacção do Futebol Clube do Porto ao parecer de Freitas do Amaral, sobre o que se tinha passado na reunião do Conselho de Justiça. E a SAD do Futebol Clube do Porto não foi de modas, classificando a posição do jurista como "excessivamente parcial, nalguns pontos até tendenciosa". Tive que ir confirmar ao site do clube para me certificar que o jornalista não se tinha enganado.

Não se enganou. Foi mesmo golo. À Jorge Cadete.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gosto do... "foi desarmado". Não sei quem é o autor mas é comentador dos jogos da TVI.

Ah, e "o meu coração só tem um cor: azul e branco".

*Carochinha