Espanha já há muito que percebeu que, para se ser uma potência, a implantação da língua é fundamental. E, por isso, nunca deixou escapar a sua influência no seu espaço natural que é a América Latina.
A UCCI (União das Cidades Capitais Ibero-Americanas) funciona muito bem, sob o comando de Madrid, tem uma máquina a funcionar em pleno, é um forte pilar de cooperação, de desenvolvimento económico e ajuda a fortalecer o peso do país vizinho. A nossa UCCLA não funciona e nem se ouve falar, é uma estrutura medíocre e sem dinamismo há muitos anos.
Logo, a CPLP, que hoje conta com nove países – os de língua portuguesa e mais as Maurícias e a Guiné Equatorial com estatuto de associados – tem de explodir para que a nossa língua e influência não estejam em quarto minguante.
Leio que a Venezuela, Ucrânia e Croácia querem ser membros. É natural porque na CPLP estão dois dos três maiores produtores de petróleo de África (Angola e Guiné Equatorial – o maior é a Nigéria) e, sobretudo, porque está o Brasil. Mas Portugal também tem de aproveitar as oportunidades nos novos mercados, não só no velho mundo português.
Há pouco tempo Josep Pique dizia no “El País” aos empresários espanhóis «que há muitos negócios a fazer em África e no Brasil», um sinal de cobiça para uma esfera de influência em que deveríamos ser líderes.
Mas Portugal corteja África desde a descolonização, mas as intenções nunca são concretizadas.
É por isso que temos muito a aprender com Espanha. É como na tauromaquia: somos um país de cavaleiros, mas não temos “matadores”.
* Artigo publicado hoje no OJE
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Apostar na Cooperação *
Publicada por Rui Calafate à(s) 10:35:00
Etiquetas: CPLP, do fundo da comunicação, espanha, Rui Calafate, UCCI, UCCLA, youngnetwork
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