sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Quanto vale a música?

Preço do novo álbum dos Radiohead? "It's up to you"..."no really. It's up to you". São os fãs que determinam o preço que querem pagar pelo download do In Rainbows, lançado há dois dias. O preço é propositadamente deixado em branco no site, para cada um de nós preencher.

A estratégia gerou um buzz enorme na indústria discográfica. Já no primeiro dia deste mês, a banda de Tom Yorke tinha surpreendido ao declarar que não tencionava enviar cópias do trabalho à Imprensa antes do lançamento, e que esse lançamento seria logo daí a dez dias. Mais. Seria a própria banda a fazê-lo, sem intermediação de qualquer editora.

Todos estes ingredientes geraram uma histeria online, e milhares de notícias em sites de música e jornais de todo o mundo. A blogosfera foi de tal forma inundade por comentários, que quase podemos imaginar filas e filas de fãs à porta das lojas para comprar o CD dos Radiohead.

Para a indústria, as questões tornam-me mais pertinentes que nunca. De quem é a música? Quanto deve custar? A venda de cd's é mesmo importante para músicos deste calibre?

4 comentários:

NC disse...

O teu opst deixa no ar uma série de questões interessantes.

A primeira é a de saber se esta ideia é boa. Indicutívelmente, é a manbra de marketing do ano e nisso tenho a certeza que será um sucesso e fará história (com h).
Já quanto ao futuro comercial deste método de vendas é que já é mais duvidoso. Será interessante saber qual a proporção de pessoas que terão encomendado as músicas dos Radiohead a preço zero. O meu palpite é que este sistema nunca permitirá À banda ganhar dinheiro directamente através da venda de discos. O poder negocial está todo do lado da procura, ou seja, que o preço será inferior ao preço justo que seria obtido em mercado.

Só que no estado actual da indústria e principalmente para as bandas pequenas, isso é o que já se passa: as bandas não "vêm" quase nada das receitas arrecadadas pelas vendas ficando o grosso da fatia com as editoras. O grosso das receitas de qualquer banda (vamos excluir talvez as megabandas) vem dos bilhetes para os seus concertos. Possivelmente o fenómeno que está a acontecer é que as bandas se estarão a "revoltar" contra o sistema económico que rodeia a sua actividade e estão a querer segurar as rédeas das suas carreiras (uma atitude bem liberal) focando-se na realização de concertos. Os CD's e downloads são apenas o "isco" que irá alimentar os estádios e pavilhões de espectadores.

Anónimo disse...

concordo.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Estratégia muito interessante, sobretudo tendo em conta o tipo de banda que estamos a falar - "culto" tornada mainstream sem perder a identidade.

Quanto ao retorno da sua arte, concordo com o Tarzan, mas reforço que uma tournée dos Radiohead tem tudo para permitir um retorno do investimento muito interessante já que a banda não ambiciona ser reconhecida pela sua produção e componente cénica focalizando-se na sua música/performance(ou seja, montam uma tour com investimentos reduzidos e com poucas exigências ao nível dos locais onde estão preparados para actuar, tornando-se mais abrangentes pois estão preparados para actuar quer em salas de dimensão média quer em arenas tendo apenas que efectuar ligeiras variações e ajustes na sua "máquina de digressão")