Zapatero era a terceira via num PSOE mergulhado numa crise de míngua de poder, depois dos anos de Aznar (de sorte) em Espanha.
Ninguém acreditava em Zapatero quando se lançou para a liderança, também não tinha apoios nem de barões nem de baronetes. O PSOE foi surpreendido.
Depois, era preciso surpreender Espanha, e os marqueteiros (gosto de dizer à brasileira, porque é uma boa escola) criam ZP. Não o homem, mas o conceito. Jovem, dinâmico, moderno, arejado. Uma sigla, quase tirada da banda desenhada (lembro-me sempre do Z de Zorglub do Spirou) que cativou os espanhóis, muito também ajudado pelos erros do PP no combate ao terrorismo.
Este domingo o “El Mundo” divulgava em primeira página que o PSOE mandou mudar o ZP. Agora Zapatero “já não é esse conceito”. É um “estadista que cumpre”, será o seu re-brand.
Por sinal, o “El Mundo”, o jornal mais próximo do PP, de imediato, mostrava o que não cumpriu. Salientando que, numa legislatura, Zapatero nunca conseguiu um encontro com Bush e que o que o PSOE pretende desta campanha de marketing e relações públicas é a “amnésia colectiva”.
Da minha parte acho que, para as próximas legislativas espanholas, Zapatero tem um trunfo: Mariano Rajoy. O mais fraco líder possível do PP. Se fosse Alberto Ruiz Gallardon ou Rodrigo Rato, nem o ZP o salvava…
terça-feira, 9 de outubro de 2007
O Re-Brand de Zapatero
Publicada por Rui Calafate à(s) 11:47:00
Etiquetas: do fundo da comunicação, marketing político, Rui Calafate, youngnetwork, zapatero
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