Por Bruno Cardoso*
Para compreender um pouco melhor as medidas que devem ser tomadas para o combate à crise será importante em primeiro lugar lembrar duas definições muito relevantes e discutidas nos últimos tempos.
O Deficit Orçamental - é a diferença entre as receitas e as despesas num dado período de tempo (quando essa diferença é negativa; se for positiva falamos de superavit).
A Dívida Pública - é o total da dívida que os Estados têm para com terceiros.
Estes dois conceitos estão naturalmente relacionados. De forma simplista, se aumentarmos o Deficit, a Dívida Pública sofrerá também um aumento para conseguir “pagar” o Deficit criado, passando para o futuro o ónus dos custos de combate à crise.
Com estas definições, o que pretendo é tornar clara a minha preocupação sobre a forma como se estão a criar mecanismos de saída da actual crise.
Das várias possibilidades que se podem apresentar, a que mais dúvidas me traz neste momento é a criação de grandes investimentos em novas infra-estruturas sem a demonstração clara que esses mesmos investimentos se revelarão no futuro criadores de melhor competitividade nacional.
Assim Não…, a única coisa que conseguimos com estas medidas é aumentar a Dívida Pública sem garantir às gerações futuras a capacidade de a pagar.
O que eu defendo é que se criem mecanismos para apoiar as PME’s, mas não a qualquer custo, temos que mentalizar os empresários para que aproveitem os recursos com dois objectivos principais:
Em primeiro lugar, aumentar a competitividade presente com medidas como a formação, o aumento de produtividade dos seus activos, ou mesmo controlando custos (para estancar, se necessário for, o prejuízo presente, viabilizando a empresa).
Em segundo lugar, aproveitar as medidas que estão a ser tomadas para apoiar as PME’s e utilizando estes recursos para investir em novos sectores/produtos/mercados, que tenham potencial de rentabilidade a médio longo prazo, aproveitando para diversificar também o risco da actividade.
Assim Sim…, desta forma conseguimos garantir que no futuro seremos mais fortes, mais competitivos e utopicamente, se todos os empresários portugueses pensarem assim, faremos de Portugal um país mais competitivo e mais produtivo.
*CFO
Grupo YoungNetwork
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Assim Não… Assim Sim…
Publicada por Anónimo à(s) 11:54:00
Etiquetas: bruno cardoso, do fundo da comunicação, youngnetwork
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