A entrevista de José Sócrates teve um timing certo, na sua agenda mediática. Foi depois do mais violento ataque de Belém e antes da cerimónia comemorativa do 25 de Abril, que costuma ter como foco de atenções o discurso de Cavaco Silva.
Sócrates fez mais do mesmo, tendo o cuidado de não ofender Belém e até criar um ambiente mais calmo. Mas a vitimização, que já começa a ser sufocante, e as “campanhas negras” já cansam.
Tenho a certeza que, no dia das eleições, os portugueses estarão preocupados é em escolher quem é o melhor para governar Portugal. Casos Freeports ou outros pouco influenciarão se não houver condenações.
Por isso, Mário Soares tem razão quando critica o PM por falar desse mesmo caso Freeport.
O que conta é uma agenda positiva, obra feita, planos consistentes, visão de futuro e um toque de esperança. Sócrates engordou – por deixar de fumar – mas tem de recuperar o vigor dos primeiros anos de governação, se quer ganhar as legislativas. Para já, pode contar com a conivência do PSD para esse passeio triunfal.
Não pode é armar guerras contra a comunicação social que, quando livre, é uma das principais garantias de um estado democrático. O dever do jornalista é investigar e informar, se alguém se sentir difamado existem os tribunais. A guerra à TVI só vai aumentar as audiências do Jornal mais visto em televisão que é o de Manuela Moura Guedes. José Eduardo Moniz provou que é, de facto, um estratega genial ao abrir o Jornal Nacional com o processo da TVI a José Sócrates. Moniz é muito mais forte que a oposição, o PM não se pode esquecer disso.
*Publicado hoje no OJE
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Moniz é mais forte que a oposição *
Publicada por Rui Calafate à(s) 10:57:00
Etiquetas: do fundo da comunicação, Jose eduardo moniz, jose sócrates, Rui Calafate, youngnetwork
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