Quem gosta, ama. Quem não gosta, odeia. Mas, semana a semana, José Mourinho prova porque é o melhor treinador do mundo.
Provavelmente, não é o que tem mais títulos, mas é o “special one” do espectáculo.
Atira, mata, arrasa sem piedade numa série de alvos. Enquanto se dedica a ser o treinador cujas entrevistas são as mais aguardadas, com isso vai preservando o grupo de trabalho.
Ele gosta de brilhar, de ser uma estrela, mas gosta de um bom balneário onde os jogadores são seus filhos.
Quem dá tudo por ele, ele agradece, recompensa, nunca esquece e protege. Quem lhe falha, ele não perdoa, rejeita sem complexos e arrasa pela mediocridade.
Não é muito humilde mediaticamente, mas “a humildade é a pior forma de presunção” como dizia La Rochefoucauld. Mourinho é bom, é ganhador e não tem medo de o dizer.
Será que ser bom é pecado? Julgo que não. Portugal é um país medíocre, de mentes medíocres e de cultura risível. E ainda por cima, não gosta muito dos que ganham. Olham-no de lado pior que a uma Maria Madalena ou a um traidor como Judas. Infelizmente, Portugal tem um José Mourinho, mas não gosta de José(s) Mourinhos.
Em termos comunicacionais, o mago de Setúbal é um génio, como treinador brilhante como pessoa – não sei – mas pelo que me contam até é bem pacato.
Assume apenas uma “máscara de comando”, como no livro de John Keegan que recomendo. É uma personagem fantástica, inesquecível. Esta semana até teve uma derrota copiosa, porém o espectáculo vai continuar.
PS: Esta semana, uma petição e um site a pedir Marcelo para encabeçar a lista do PSD ao Parlamento Europeu. Pacheco Pereira comentou bem, no seu estilo habitual. Eu, apenas pelo que li, diria, com simpatia pelo professor, que a Marcelo fica bem de vez em quando beber do seu próprio veneno.
* Publicado hoje no OJE
sexta-feira, 6 de março de 2009
O estilo José Mourinho *
Publicada por Rui Calafate à(s) 12:07:00
Etiquetas: do fundo da comunicação, José Mourinho, Rui Calafate, youngnetwork
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