sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A comunicação da Justiça *

A justiça portuguesa tem um défice de comunicação irreparável.
É que se alguém perguntar a qualquer português o que pensa dela, a resposta é simples: «é lenta».
Esta imagem provoca danos insuperáveis, sobretudo quando todos os dias somos brindados via media por novelas provocadas por casos judiciais.
Reparem como o jornal diário mais lido do país (o Correio da Manhã-CM), ao fazer bem o seu trabalho e seguindo as histórias que os seus leitores mais lêem, ajuda na compreensão deste fenómeno.
Há processos que nunca morrem, justiça que nunca é feita, protagonistas – que com ou sem razão – são dizimados na praça pública por uma lei que tarda em sem aplicada.
O povo gosta de lei e ordem, mas derrete-se de prazer também ao ver figuras mediáticas – nomeadamente ricos e poderosos - trucidadas pelas notícias.
Ontem, reparem na primeira página do CM: manchete dizia “clã Oliveira e Costa contra accionistas do BPN”. Há várias semanas que o folhetim se adensa e o povo já adivinha que a culpa vai morrer solteira.
Outra, “Procurador faz prova de dois crimes de Carlos Cruz”. Milhões de caracteres para descrever um eventual crime e afinal parece que só Carlos Silvino irá pagar.
A fechar, “irmã de Carolina Salgado mentiu ao DIAP”, mais um processo sem fim anunciado.
O que temos em comum? Um presidente de um banco, uma figura da televisão, duas “senhoras” ligadas a uma história de futebol.
E o que os une ainda mais? O tempo longo de espera da decisão dos juízes e as histórias de faca e alguidar intermináveis.
É por essas e por outras que a imagem da Justiça precisa de muito melhor decisão. E melhor comunicação também.

1 comentário:

Anónimo disse...

mas bons folhetins, para "vender" às audiências. ;)