Já há muito tempo que não via tanta televisão durante um serão. Liguei o aparelho antes das 21, e pouco depois começou a Voz do Cidadão na RTP1.
Paquete de Oliveira inicia a visita às nossas casas com uma felicitação a todos os telespectadores. O provedor repete a palavra telespectador tanta vez que verifico o calendário para ver em que década estamos. De seguida passa-se a palavra a alguns telespectadores muito representativos. Nota-se que há ali critério de amostragem na medida que cada um, com alguma bondade, se representa no máximo a si próprio. Há uma telespectadora zangada porque a programação e os horários não são cumpridos. E não avisam com tempo as alterações. Outra telespectadora não concorda com a repetição do Gato Fedorento. Entretanto, Paquete de Oliveira volta para contar a queixa do telespectador de Macau. Outra telespectadora concorda que Quem quer ser milionário é serviço público porque ensina o zé povinho, já o Preço Certo não é. O Ghandi passou para a meia-noite, e uma telespectadora que nunca tinha visto não pôde ver porque era muito tarde. Não há direito.
Uma sugestão de serviço público para José Fragoso, novo director de programas da RTP: tirar a voz a Paquete de Oliveira. Se for pedir muito, pelo menos do horário nobre de sábado.
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