sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Mais profissionais

Maquiavel dizia que os “preconceitos estão mais enraizados do que os princípios”. Estava certo, quando pensamos, na generalidade, qual a imagem que os portugueses têm dos políticos.
Uma das referências na análise e no combate à corrupção, Paulo Morgado (administrador-delegado da Capgemini), em entrevista ao OJE, salientava, bem, que “a percentagem de incompetentes em Portugal é muito superior à dos competentes”, apesar de também reconhecer que existem pessoas “muito competentes na Administração Pública”.
Para aumentarem as competências, no meu entender, é necessário mais profissionalismo, mais especialização. Dai que eu conteste analistas que verberam contra os profissionais da política. Neste sector, como em todos, há bons e maus.
E, salientando dois casos, também há quem trabalhe para melhorar a relação eleitor-eleito e a imagem dos partidos, tendo em vista o reforço da credibilidade da actividade política e uma maior profissionalização.
Discreto, mas com talento inegável, António José Seguro fez uma brilhante reforma do Parlamento. No estatuto do deputado, cria condições de trabalho ao nível dos congéneres europeus, o que implica maior responsabilização do eleito e maior possibilidade de contacto ao eleitor.
Há dois anos, em conversa telefónica, sugeri a Luís Filipe Menezes que profissionalizasse o partido, que lhe desse capacidade de resposta moderna e bem preparada, com gabinetes técnicos competentes. Voltei a falar-lhe nisso, há pouco tempo. Hoje, segue esse caminho.
Estes são dois casos em que os políticos profissionais perceberam que a sua actividade tem de ser super-profissional. E a credibilidade dos mesmos aumenta.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

(E) Nós por cá…

… a chegar ao final de mais uma semana que passou a correr. Em destaque os highlights destes últimos 4 dias:

Terminou a Conferência europeia de doenças raras, organizada pela primeira vez em Portugal e assessorada pela YoungNetwork. O Governo, em linha com a Comissão Europeia apresentou as suas primeiras recomendações para esta temática. A proposta do Programa Nacional para as Doenças Raras vai estar em discussão pública até dia 31 de Janeiro e os objectivos são a prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso adequado aos cuidados de saúde para estes doentes. Para cumprir estas metas, o Ministério da Saúde Português e a Direcção Geral de Saúde (DGS) propõem criar uma rede de referência com informação sobre doenças raras, através da qual seja possível partilhar conhecimento sobre as mais de 6.000 doenças raras «catalogadas».

Cerca de 30 meios de comunicação social acompanharam in loco este evento que se destacou pela enorme adesão de público nos dois dias em que decorreu.

Destaque ainda para o evento de apresentação da nova estratégia de comunicação das Pousadas de Portugal, que irão apresentar em 2008 novos produtos e serviços e um posicionamento assente no seu conceito RIF – Renovar. Inovar. Fidelizar.

As novas tendências dos consumidores portugueses, estudo desenvolvido pela TNS, foi outra das acções que assessorámos esta semana e cujas conclusões – como o facto de em média as famílias portuguesas dedicarem 66 dias por ano para fazer compras e gastarem 21% do seu orçamento em marcas de distribuição - servirão certamente para os alinhamentos dos planos de marketing de várias empresas.

Last but not least, “O Corrupto e o Diabo” é o novo livro de Paulo Morgado, que será apresentado hoje oficialmente no CCB. Através de um diálogo sarcástico e mordaz entre um Corrupto e o Diabo são debatidas as causas da corrupção, os seus actores e métodos de actuação. Livro de leitura obrigatória, que aborda este fenómeno de forma absolutamente diferente do habitual e que conta com o apoio de diversas personalidades como José Miguel Júdice, Pacheco Pereira, Faria Costa, Sérgio Figueiredo, entre outros.

E para a semana há mais!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Mungu, ue*

Chego a Luanda às seis e 45 da manhã, depois de uma viagem de sete horas, que se fez bem, metade do tempo a dormir, a outra metade dividida por dois livros – Canário de Rodrigo Guedes de Carvalho e God’s Delusion de Richard Dawkins.

Esta viagem representa mais um passo no crescimento da DLI, uma empresa portuguesa do sector das tecnologias de informação, que actua como intermediário e parceiro das grandes marcas de hardware e software mundiais – Toshiba, HP, Microsoft, Cisco e muitas outras. A DLI é uma empresa B2B, diz pouco à maioria das pessoas, mas é agulha no palheiro. Temos que procurar bem no nosso rectângulo para encontrarmos outras empresas portuguesas que facturem perto de 200 milhões de euros. Não há mais de 100 (ver recente trabalho das 1000 maiores do Diário Económico/Semanário Económico).

Viemos, através da PressDirecto, inaugurar a operação de Angola, em Viana, num parque industrial a 17 km de Luanda, onde a DLI vai investir 2,5 milhões de dólares. A inauguração da operação ocorrerá durante a semana do Fórum TI – para este evento o avião vinha bem composto de tecnológicas portuguesas: Sapo, Toshiba, Oracle, etc..

O investimento da DLI já vem sendo estudado e planeado há bastante tempo. O crescimento da economia angolana, a reputação da empresa junto dos seus parceiros e o empreendedorismo dos gestores/accionistas fez o resto. Não é possível encarar de outra forma novos mercados.

Vou dando notícias.

* Até amanhã em Kimbundu, segunda língua em Angola

Pecados verbais

«Alguns dos conceitos mais fundamentais na sociedade são tratados nas escolas como pecados capitais» Eric Nadelstern. O responsável pela reforma das escolas – com base no mérito e na competição – de Michael Bloomberg, em Nova Iorque.

Alô Presidente! Lula com você!

O Presidente Lula vai à Venezuela dia 13 de Dezembro. Nada a dizer, em princípio.
Porém, como nota a “Veja”, esse é o dia nacional brasileiro dos cegos. «Uma data bem apropriada para quem não consegue enxergar o desastre institucional que o coronel Hugo Chávez está patrocinando no continente», cito.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Alô Presidente! Alô Putin

Não falarei de Chávez, mas apenas agarro numa nota do “El Pais”.
Na Rússia, 93% das notícias políticas que passam nos ecrãs são sobre Putin.
Dúvidas sobre o que se passa na Rússia, ao nível de liberdades políticas, também são ajudadas a esclarecer com a captura de Garry Kasparov. Que, por acaso, esteve num evento de um cliente promovido pela YoungNetwork no final do ano passado.

Desafios da RTP, segundo Ponce Leão

O actual presidente interino da RTP, Ponce Leão, explicou ontem no Diário Económico os desafios da próxima administração da RTP.

1. Garantir estabilidade económica
2. Manter as actuais audiências
3. Conseguir boa transição para a televisão de alta definição
4. Posicionar-se bem na TDT
5. Lançar ou não mais dois canais: conhecimento e infantil
6. Preparar-se para nova plataformas: móvel e Internet

Acrescentaria uma sétima, contrariando Ponce Leão: Manter o pivot preferido dos portugueses na estação (é considerado pelo estudo da Obercom, o mais popular, o mais credível e o mais divertido).

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Alô Presidente! Más sondagens

Uma sondagem dá a derrota de Chávez no referendo de dia 2 de Dezembro, por uma margem de 16 pontos.
Como já se sabe, com a vitória nessa consulta popular, o Presidente prepara-se para introduzir a “sharia bolivariana” e eternizar-se no poder.
Com esta ameaçadora sondagem, Chávez já pediu mobilização de todos, em todos os cantos das aldeias.
Para mim, pura manobra de spining. Chávez só deixa publicar estes números para que a sua vitória, depois, seja mais estridente. Mas por sinal, os seus programas na rádio e televisão vão aumentar a sua duração. Para passar melhor a mensagem…

Radiohead: Álbum vale quatro euros

Há temas que gostamos de acompanhar. Escrevemos em Outubro sobre o lançamento inovador dos Radiohead (ver aqui). O internauta tinha a possibilidade de escolher o preço que queria pagar pelo último álbum da banda, lançado directamente na Web sem intermediação de qualquer editora. O download era totalmente democrático. Com esta acção, além de um fortíssimo soundbyte, ficou a curiosidade sobre o score final.

Eis alguma estatística:
- Uma em cada duas pessoas que descarregou nao pagou
- Preço médio recebido pelos Radiohead foi de quatro euros
- 1,2 milhões de pessoas visitaram o site

Presenças nos dez anos do Negócios.pt

Na passada sexta, à hora combinada, encontraram-se na Marquês de Abrantes os "canalistas" pioneiros para comemorar os dez anos de Negócios.pt. Para memória futura aqui fica a lista dos presentes:

- José Diogo Madeira
- Tiago Cortez
- Adriano Oliveira
- João Duarte
- João Goulão
- Ricardo Sampaio Maia
- Miguel Morgado
- Afonso Marques dos Santos
- José Manuel Gomes
- Miguel Albano
- Cláudia Cariano
- Susana Mesquita
- Nuno Ennes
- Salvador da Cunha
- Gustavo Páscoa
- Anselmo Costa Freitas
- Tiago Castro

Da redacção, ausências notadas foram as de Pedro Santos Guerreiro, João Vieira Pereira, Eduardo Alves, Rui Borges, Rui Cabrita e Nuno Leal. As outras áreas - publicidade, marketing, arte gráfica/paginação, fotografia e administrativa/financeira - estiveram menos representadas desta vez.

domingo, 25 de novembro de 2007

Protocolo elogioso

O blog protocolo.com.pt dedicou-nos um post. Obrigado.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

De Pequim à Suiça, Mariza e 100 clientes

Neste fecho de ano tenho constatado um optimismo evidente, presente na maioria das empresas com quem trabalho: 2008 será um grande ano!

Para mim será o ano de:

… Jogos Olímpicos, Euro, afirmação dos vinhos nacionais, ainda maior sucesso de Mariza, destaque do Poker como jogo da moda, ascensão da RTP, regresso de Marcelo ao rio Tejo, saída de dois ou três directores de jornais em Portugal, regresso do Big Brother, YN a trabalhar continuamente a comunicação de 100 clientes – o número mágico -, lançamento de uma revista gratuita, renascer da oposição ao PS, queda da Ministra da Educação, reviravolta no Expresso, novo livro de José Rodrigues dos Santos, um novo livro de Sousa Tavares…

E mais?

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Última Hora: Temos novo líder! (III)

(continuação do post anterior)

4. 2004

Avanço para 2004. No Anuário da Meios e Publicidade está registado 4,97 milhões de euros de facturação. Tomo-o como bom, apesar de ser um ligeiro decréscimo face a 2003.

5. 2003

Após pesquisa no Sapo, surge na quarta posição a informação que em 2003 o Grupo GCI chegou aos 5 milhões de volume, o que significa 34% comparando com 2002. O anuário do Briefing de 2005 revela que em 2003, o mesmo Grupo facturou apenas 3,45 milhões.

Livra, não há uma bota que bata com a perdigota e estou a ficar cansado…

6. 2002

Pegando no crescimento de 2003 face a 2002 – 34% - leva-nos até ao número de 3,73 milhões de euros. Mais uma vez, no Anuário da Briefing de 2005, a “coisa” não joga: 2,9 milhões de euros. Verifico ainda que nos anuários anteriores estava como estimativa este mesmo número, que passou a definitivo. Na mouche! Parabéns!

7. 2001

Por esta entrevista sabemos que a facturação em 2001 foi de 1,5 milhão de euros. Mas sabemos que Isabel Ribas está a faltar certamente à verdade. Lá vem o desmentido pela "mão" do anuário da Briefing de 2003. Em 2001 foi mais, foram 1,89 milhões. Isto é melhor que o milagre da multiplicação dos pães.

8. 2000
Por último (nunca pensei escrever posts tão longos, desculpem), e na mesma entrevista sabemos que em 2000 o resultado foi um milhão. Já vou a contragosto ver o Anuário da Briefing. Não acerto uma. Olha, foi 1,49 milhões de euros afinal.

Esta vida de jornalista de investigação é de doidos. Já não estou sequer com paciência para ver qual o ano que apresentou mais volumes de negócios diferentes. E fiz eu todos os cálculos com base em informação veiculada pela direcção do Grupo. Nem quero pensar na dor de cabeça que seria juntar mais fontes…

Visto de novo o casaco, recoloco a gravata e vamos mas é trabalhar que há proposta para ganhar amanhã às 10.

Última Hora: Temos novo líder! (II)

(continuação do post anterior)

Ora bem, chega de conversa e vamos ao trabalho.

1. 2007


O que eu tenho: GCI factura 7,6 milhões de euros em 2007 (valor estimado)
In Jornal de Negócios de 22/11/2007
In Diário Económico de 22/11/2007

Diz na peça que este valor representará um crescimento de 28% face a 2006. Faço a conta e percebo que a facturação do ano transacto foi de 5,94 milhões de euros. Tudo ok para já.

Agora vou pesquisar dados na Internet e nos anuários da Briefing e da Meios e Publicidade para ver a consistência destes valores.

2. 2006

Ora bem, o que temos aqui? Declarações de José Manuel Costa, presidente do Grupo GCI, em 9/3/2007, à Meios e Publicidade: a facturação do grupo cresceu 31% no ano passado, situando-se nos 6,8 milhões de euros em 2006. Ver peça.

Espera. Não era 5,94 milhões, que multiplicado por 1,28 puxava o resultado para 7,6 milhões este ano? Bom, pode ter sido erro do jornalista. Pode haver gralha e vou verificar ao anuário da Briefing: 6,7 milhões de euros em 2006. Já é o terceiro número diferente para 2006, mas como está próximo dos 6,8 milhões vou negligenciar e tomar os 6,8 milhões de euros como bons. Ao fazê-lo tenho que deitar fora que o crescimento é de 28% em 2007. Ou seja de 6,8 para 7,6 milhões de euros ficamos com uma subida de 11,7%. Nada mau.

3. 2005

Por outro lado, temos neste artigo outra informação - os 31% de crescimento face a 2005 – onde podemos aplicar o mesmo raciocínio.

Concluímos que o Grupo facturou 5,19 milhões de euros 2005. Mas nesta entrevista, o ex-CEO diz que quer facturar 6,5 milhões em 2006, o que seria um grande salto face aos 4,5 milhões registados em 2005. Navego até ao anuário da Meios e Publicidade e está escrito que facturaram 6,3 milhões (ver aqui). Eh lá! Estou baralhado. Em 2005, foi 5,19 milhões, foi 4,5 milhões ou foi 6,3 milhões? É que reparem, podia dar-se o caso de discrepância de fontes, o que tornaria a informação imperfeita, eventualmente. Mas não, a fonte é sempre a mesma. E é a própria empresa.

(continua no post seguinte)

Última Hora: Temos novo líder! (I)

Tenho o hábito enraizado de ler as páginas sobre Media que o Jornal de Negócios e o Diário Económico editam diariamente. Hoje, enquanto aguardava, no Instituto de Higiene e Medicina Tropical, ali para os lados da Junqueira, para levar as três vacinas que funcionam de visto para entrar em Angola, li a mesma notícia em ambos sobre um conhecido concorrente.

Fiquei surpreendido com o volume de negócios do Grupo GCI: 7,6 milhões de euros. Não pelo número em si, mas porque comparando com os últimos dados divulgados nos Media pelos players do sector, os 7,6 milhões fazem da GCI o maior grupo de comunicação já este ano.

Bom, isto é assim se todos falassem verdade (ver peça). Como estou no mercado com ambições de médio e longo prazo dou muito valor à credibilidade e à coerência. Acho que só assim se vence. Ainda por cima ando a ouvir nos seminários lá fora que com o advento dos social media - blogs, facebook, myspace, youtube, linkedin, etc. - as empresas e pessoas têm de ser o que parecem ser. A ubiquidade da informação assim o obriga. Uma pesquisa no Google pode acabar com a reputação dos incautos.

Tiro o casaco, desaperto a gravata e estou pronto a actuar como jornalista de investigação. Antes de atacar a fundo o problema até olho com saudade para a ex-carteira de jornalista que tenho na primeira gaveta da secretária.

Estou aberto a tudo: confirmar o que a GCI disse aos jornais, não chegar a conclusão alguma ou confirmar esta minha teoria já aqui aflorada ao de leve de que muitos concorrentes, esquecendo-se de duas regras fundamentais de comunicação – credibilidade e coerência – fogem descaradamente à verdade.

O que for, será. E o que for será publicado no nosso blog.

(continua no post seguinte)

Líderes

“A minha visão de um líder é a de alguém que direcciona e inspira a sua equipa a atingir os resultados. Mas com um pequeno pormenor…

Que isso aconteça, mesmo que ele não esteja presente.

O ideal era que a nossa empresa ou os nossos departamentos funcionassem sem nós lá estarmos. Esse deveria ser, de facto, o sonho de qualquer líder.”

Não cito a fonte pois desconheço. Mas concordo em absoluto. E obriga a (re) pensar.

Agências de Comunicação apoiam novo canal

Previsível discussão sobre um provável quinto canal de televisão em sinal aberto. O assunto ganha de novo agenda pelo aproximar da Televisão Digital Terrestre (TDT).

TVI e SIC não querem. RTP não se importa. Controlinveste, Cofina e outros que estão de fora querem. A uns prejudica o feudo, outros desejam entrar na fatia de leão da publicidade. Sem surpresas.

Arrisco e avanço com a posição do nosso sector: os consultores de comunicação apoiam o novo canal.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Venezuela e democracia

Por Margens de Erro, o blog de Pedro Magalhães, director do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica. Vale a pena ler.

Concorrência à vista

Está para avançar um projecto editorial para actuar no mercado do negocios.pt. O projecto estará sob o chapéu de um dos grandes campeões de vendas. O grupo editorial por detrás do novo projecto está a negociar com duas das referências do sector, uma online e outra offline.

Não te processo

Deputada venezuelana invade estúdio e agride jornalista. Ver peça da Sic Notícias aqui.

Deixo aqui algumas peças do youtube sobre Iris Varela.

- Peça 1
- Peça 2
- Peça 3

terça-feira, 20 de novembro de 2007

No princípio, era Roma

Uma revista de história brasileira, publica o “Manual do candidato às eleições”, escrito em 64 a.c., por Quinto Túlio Cícero para o seu irmão, mais conhecido, Marco Túlio Cícero que naquele ano se candidatava a cônsul.
“Fortalecer amizades já existentes e conquistar novas, cobrar favores prestados a quem pudesse ajudar na campanha, decorar o maior número de nomes possíveis, sorrir para todos, ser generoso, fazer promessas mesmo sabendo que não cumpriria todos, pedir votos na rua, estar sempre cercado de multidões, falar a língua do povo e tornar públicos os podres do adversário”. Passados séculos, mudou muita coisa?
Qualquer estratega de campanha na actualidade aconselha o candidato a fazer a mesma coisa. Só acrescentava a isto, porque não havia naqueles tempos, bons números em televisão, ideias bem passadas na rádio e outdoors competentes para que o caldo ficasse completo. Roma é a cidade eterna e é a lição eterna

O burro

Numa hora de almoço (para não prejudicar o seu trabalho), a minha colega (e amiga) Carolina Enes mandou o seguinte mail geral: «aquele que ao longo do dia é activo como uma abelha, forte como um touro, trabalha que nem um cavalo e que ao fim da tarde se sente cansado que nem um cão, deveria consultar um veterinário porque é bem possível que seja burro».
O que é que os consultores podem retirar desta história? As agências de comunicação não são filantrópicas, os seus accionistas procuram o lucro, daí que um recurso humano que não saiba gerir o seu tempo, mais cedo ou mais tarde, vai dar prejuízo à empresa.
Um consultor que não saiba gerir o seu tempo, que não tenha lazer, que não leia, que confunda Luchino Visconti com a marca Carlo Visconti e que não acompanhe o que se passa na sociedade nunca será um grande profissional, apenas um profissional cansado.
Deve-se trabalhar muito, ser empenhado, ser pró-activo, ter amor à camisola. Mas só um burro se gaba de não dormir.
Grande parábola Carolina.

Negocios.pt sopra dez velas

O Canal de Negócios, mais tarde Negocios.pt, depois Canal outra vez, e no BI actual Jornal de Negócios Online vai fazer dez anos. Como não podia deixar de ser, um jornalista dos primórdios como eu foi convidado para um jantar comemorativo. A efeméride vai ser assinalada a rigor no próximo dia 23 lá para os lados da Marquês de Abrantes, primeira sede do Negocios.pt.

Chamo-lhe sempre Negocios.pt porque é o nome que mais gosto, e como contribui com alguma coisa para a afirmação deste projecto sinto-me no direito de gozar deste pequeno capricho. Há dez anos, a Web era uma criança. Lembro-me de cotações colocadas "à mão" três vezes ao dia, da linha RDIS em baixo, das notícias próprias sobre o dia de bolsa que escrevi com recurso a informação de analistas (obrigado, corretores), do "copy/paste" despudorado que fiz de outras fontes, de pageviews, de banners e de liderança.

Vem-me igualmente à memória que a leitura assídua do Negocios.pt foi a minha porta de entrada no jornalismo. No meio de algumas notícias no site, anunciava-se que procuravam candidatos para estágios remunerados. Enviei email e marquei entrevista com José Diogo Madeira. Acabei por ficar, a maioria do tempo na edição de papel - Jornal de Negócios.

Foram anos ricos em experiências, com muita irreverência e alguma imaturidade. Uma mescla permanente de trabalho e divertimento.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Massa crítica

Não conheço bem a LPM. Conheço melhor o João Belo, a actividade da Inforfi, a forma como foi feita a venda por Jaime Antunes e os valores do negócio de então. Almocei várias vezes com o João e falámos de futuras fusões/aquisições, mas não percebi que ele estava vendedor. Se tivesse sido mais perspicaz teria feito proposta.

Por outro lado, o Grupo YoungNetwork já esteve mais interessado em concorrentes do que está agora. Há dois anos queríamos ganhar rapidamente massa crítica e tivémos contactos exploratórios com alguns dos nossos alvos, só que, no entretanto, ganhámos organicamente essa dimensão.

Tudo depende das oportunidades. A acompanhar.

Blogografia:
- Inveja é coisa feia
- Uma perguntinha à YoungNetwork

Porque gritam os cientistas

A cada descoberta um grito. Por questões de comunicação, os cientistas tendem a alarmar as populações. Querem mais atenção. Hoje, na última página do DN, a habitual crónica competente de Ferreira Fernandes é dedicada ao aquecimento global.

Cornelius Vanderbilt

É um clássico. A dupla página do BPP (Banco Privado Português) na Única é um clássico. Tem longos anos e é inconfundível. Caracteriza-se por nos trazer bons textos, variados e informativos sobre dinheiro. E a linha coerente de comunicação seguida - texto e design - fidelizou os leitores.

A dupla desta semana é dedicada a Cornelius Vanderbilt, empresário e filantropo nova-iorquino do séc. XIX. Além de ficarmos com uma curta descrição biográfica do magnata dos transportes, o que me chama a atenção é uma subtileza de rodapé.

Diz no texto publicitário que "foi pouco antes dos 80 anos, que doou um milhão de dólares para a construção daquela que é hoje a Vanderbilt University, em Nashville, Tennessee. Para o gesto muito contribuiu o lobbying do bispo Holland McTyeire, cuja mulher era prima da segunda mulher de Vanderbilt(2)."

Para quem não está recordado desta publicidade, as notas servem para enquadrar o banco de João Rendeiro no texto geral. E na nota (2) lê-se "O Banco Privado Português, por contraste, orgulha-se da sua independência face a quaisquer interesses que não os dos seus clientes."

Lembram-se qual é o adversário de João Rendeiro na luta pelo Millennium bcp?

domingo, 18 de novembro de 2007

Inveja é coisa feia

A LPM vai comprar (ou comprou) a Inforfi. Luís Paixão Martins diz no seu blog que esta agência "é uma das empresas mais interessantes do nosso sector". Concordo, sobretudo pela força na actividade de costumer publishing. O João Belo também é uma boa aposta. Desta, fiquei com inveja.

Parabéns à LPM e parabéns ao João.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

"Dynamic Duo"

Batman e Robin lançaram este chavão.
A SIC na 2ª lança dois pivots, Rodrigo e Clara, para alavancar o Jornal da Noite.
A SIC a rondar o terceiro lugar nas audiências, adere agora a um modelo que a TVI arriscou há um ano, e que segundo dizem as más línguas pretende mudar. Penim arrisca na credibilidade de Rodrigo e na popularidade (não nos podemos esquecer que ela foi a mais sexy do “Correio da Manhã no Verão) de Clara.
Mas o problema subsiste. Há meses que a SIC não consegue ultrapassar os fracassos sucessivos na rampa de acesso ao “prime-time”. E, nesta semana, até perdeu à tarde para Júlia Pinheiro, e Fátima perdeu para Goucha e Cristina Ferreira.
Continuo a preferir Mário Crespo.

A gravata

José Alberto Carvalho tirou a gravata. Algumas pessoas criticaram, outras nem repararam. Um dos melhores pivots da nossa televisão fez bem.
Quem é credível, é sempre credível. Com ou sem gravata.
Só os medíocres típicos ficam preocupados com gravatas, com o lugar onde se sentam ou com estrelas na lapela.
O Telejornal da RTP não perde audiência nem rigor por causa disto.

Os mortos na política

Não vou falar dos evidentes e sempre anunciados pelos OCS.
Falo de outra pessoa de segunda linha. Se houve ministra do tempo de Guterres que foi massacrada e enterrada viva foi Maria João Rodrigues.
Tinha tanto de discreto como competente na sua área, mas uma péssima imagem e falta de gosto pela exposição mediática. Foi dada como morta.
Esta semana, ressuscitando definitivamente, depois do seu papel importante na Presidência Portuguesa da UE, será uma das especialistas convidadas – estrangeiras – juntamente com três prémios Nobel, que irão elaborar o programa de Zapatero.
Para quem ainda tem o despudor de anunciar mortes na política, esta é mais uma lição a reter.

Leitor atento

Um amigo, jovem talento dos bastidores da política, da área do centro-direita, deu-me a seguinte novidade depois de ter lido um post meu.
Um dos peritos em angariação de fundos, e que foi um dos principais “arrecadadores” de Mitt Romney, foi nomeado por Bush como novo embaixador americano em Portugal. A confirmar e a seguir.

Alô Presidente! Cozidinho

O Primeiro-Ministro, José Sócrates, convidou Hugo Chávez para jantar em S. Bento no dia 20.
Será “cozidinho” a ementa? E já imaginaram um “Alô presidente” em directo de Lisboa: “Hola Venezuela. Aqui estamos de Lisboa, com nuestro amigo Sócrates. Vamos a charlar de la révolucion, de Fidel de nuestros amigos emigrantes…”
Aqui, Sócrates interrompe e diz: “Porque não te calas?”.
Seria o novo ícone da esquerda democrática europeia, o Sarko de esquerda, como dizia a “Jeune Afrique”, ou o novo Blair.
E, sobretudo, os nossos compatriotas emigrantes na Venezuela agradeceriam eternamente…ou não. Já me esquecia que Chávez não é propriamente democrata…

Hoje no Jornal de Negócios...

...o nosso do fundo da Comunicação.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Benefício da dúvida

Li nas notícias que vamos ter eleições na APECOM. O Grupo YoungNetwork não faz parte da associação do sector e é muito crítico face ao trabalho (ou à ausência dele) efectuado pelas últimas direcções.

A associação é inexistente do ponto de vista de ideias, acção e mediatismo. Não é tida nem achada nos temas que nos tocam, não é representativa do sector, não tem agenda própria. Vai-se ao seu site e no último ano e meio emitiram uma única comunicação, bem revelador do seu dinamismo. Como não cumpre os objectivos mínimos para a sua própria existência, entendemos desde sempre não fazer parte dela.

Sintomático da letargia em que a associação vive é o que se lê na última Meios e Publicidade. Dizem alguns dos 22 associados que "a APECOM faz o que pode", "os problemas da associação acabam por reflectir a dimensão do sector" e "as associações são o que os associados querem que estas sejam". Resignação e desalento.

Mas agora, com eleições à porta, é uma oportunidade para rever a nossa posição.

Quem se candidata é o actual vice-presidente, Salvador da Cunha, o que não augura nada de bom para a associação se for uma evolução na continuidade.

Mas pode ser que mude o rumo, tenha um projecto e apresente ideias. Vamos dar o benefício da dúvida e aguardar pelo programa.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

do fundo da Comunicação na Just Leader


Nota muito simpática da revista Just Leader sobre o nosso blog. Obrigado.


Pinto da Costa "pousa" para a Bonsai

Acaba de entrar o Rui na minha sala com a página três do 24 Horas aberta. É uma página de publicidade da Bonsai, marca da Somalia - Sociedade de Malhas, Lda. O anúncio feito pelo jeitoso da terra que até percebe umas coisas de computadores é francamente mau, mas surpresa das surpresas, isso é totalmente secundário. A modelo escolhida sim. Isso é que importa. Tive que ir ler ao site para confirmar que era ela, a tal, a única (não fosse ser a irmã gémea)...{rufam os tambores}.....{um pouco mais de suspense}.....Carolina Salgado.

Diz no site que depois do sucesso do livro que deu origem a um filme, Carolina aceitou ser a protagonista da primeira colecção da Bonsai e a combinação foi um sucesso. Reparem nestas mentes "pato-braveiras": Livro vende, livro dá em filme, logo Carolina vende.

Ponto Um: Mesmo que Carolina vendesse livros seria bom para a marca associar-se? Qual a mensagem e qual o público-alvo? Deixa pensar...Carolina Salgado, ex-mulher de alterne e ex-namorada de Pinto da Costa... quem será que quer andar vestida como ela?

Ponto Dois: Não é a ex-moça de alterne que vende, é Pinto da Costa. Carolina não vende nada. O livro foi um sucesso de vendas porque o presidente do Porto é das figuras mais odiadas do país. Os seus detractores seguiram a premissa de inimigo-do-meu-inimigo-meu-amigo-é e rejubilaram.

Um grande bem haja para a empresa de Abade de Neiva por este primeiro bom momento do dia.

Ser ou não ser…


Assisti ontem, finalmente, à peça de teatro que está há mais tempo em cena – 10 anos - em Portugal: “As obras completas de Shakespeare em 97 minutos”.

Recomendo vivamente. As interpretações são fabulosas, o guião é fantástico e a ideia é muito original.

Mas engraçadíssimo é ver como o humor pode ser tão global. No público estavam argentinos, espanhóis, brasileiros, tios e tias, estudantes, reformados, médios-baixos, médios-altos e médios-médios… e funcionou.

No decorrer da peça interactiva, o suspense é uma constante e o riso é inevitável. Até para mim.

PS – Mas não. A minha vida não passa apenas por eventos culturais. A YoungNetwork acaba de ganhar mais um projecto de comunicação, como aliás referem hoje a Briefing e a Meios e Publicidade. Estive em Paris – uma das minhas cidades preferidas - na semana passada, a tratar disto. As doenças raras serão o tema do mês na área da saúde em Portugal. Be aware!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Alô Presidente! Cuidado com os "derrames"

Neste momento Caracas é o novo paraíso para o narcotráfico, mais importante do que Bogotá. Em 2003 saíram da capital da Venezuela 75 toneladas de cocaína, este ano serão 276 toneladas.
Fonte é o “El País” de dia 4 de Novembro.
Enquanto isso, Chávez implanta a sua ditadura e espalha o seu petróleo a custos calculados pela Nicarágua, Bolívia, Equador e até Londres é brindada por esta alma caridosa.
Hoje, faz 5 anos do derrame do “Prestige” na Galiza. Ninguém gosta de ter as suas costas poluídas e a fauna e a flora destruídas durante décadas. Por isso, cuidado com os “derrames” de “El Presidente”.

Silêncio contundente

Farto dos insultos de Hugo Chávez e Daniel Ortega a José María Aznar e às empresas espanholas, o Rei de Espanha mandou calar energicamente o presidente venezuelano, para depois abandonar a sala de forma ostensiva como resposta aos impropérios do chefe de Estado da Nicarágua.

A força das palavras e da linguagem corporal não vale só por si. Vale sobretudo o prestígio, a autoridade e a credibilidade de quem se expressa. E conta o ineditismo das palavras ou gestos, para amplificar a contundência. Nunca em 32 anos de reinado, o Rei Juan Carlos tinha tido gestos tão simbólicos como os do último fim-de-semana no Chile. O gesto de Juan Carlos foi um cartão vermelho, não apenas de Espanha, mas de todos os outros países conscientes que o caminho escolhido por Chavez é um suícidio, não só para a Venezuela, como também para toda a América do Sul.

Em Portugal, o político que melhor geriu a sua comunicação nos últimos 20 anos responde pelo nome de Cavaco Silva. Um mestre na forma de comunicar, embora por falsa modéstia o tenha negado sempre, aproveitando a deixa dos Media que sempre menosprezaram as suas capacidades oratórias. Em Cavaco Silva, a estratégia impôs-se à forma e o silêncio mostrou ser bom companheiro.

Entre 1995 e 2005, a sua ausência caminhou paralela com a presidência de Jorge Sampaio, mas são dele e não da primeira figura de Estado as palavras que influenciam a sorte dos Governos nessa altura. Quem não se recorda do monstro que "comeu" Guterres, precipitando o seu fim, e da boa e má moeda que expôs a falência do santanismo?

Dois textos que detonaram dois governos.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Alô Presidente! no nosso Tube In

Na secção Tube In, situada no final do Blog, é costume sugerirmos vídeos publicitários. Até 2 de Dezembro esse espaço estará tomado pelos programas Alô Presidente!. Ver em baixo. Para visualizar os vídeos basta "clicar" em cima das imagens.

King and Seinfield - True or False?

Agora reparem nesta entrevista de Jerry Seinfield. Ele está a falar com o senhor CNN para promover o seu novo filme - Bee Movie. Vejam o video e tirem as vossas conclusões.




Ler discussão no Digg acerca do assunto.

Blogografia: ler também post do cinéfilo Nuno Markl em Há vida em Markl.

domingo, 11 de novembro de 2007

Manda o protocolo

O protocolo é uma ferramenta de comunicação, como dizem e bem Cristina Marques Fernandes e Susana de Salazar Casanova. E o blog protocolo.com.pt é uma forma de comunicar o protocolo. E não só. Ao navegarmos pelo blog encontramos também textos sobre viagens oficiais, cerimónias política, comunicação, entre outros.

As duas autoras, que fazem consultoria protocolar, garantem a permanente actualização do espaço. O melhor do blog? Na minha opinião, os textos mais académicos e técnicos sobre protocolo. O que menos gostei? Alguns textos são demasiado longos, o que se percebe pelo grau de explicação que as consultoras querem dar aos temas, mas que resulta menos bem em formato blog.

O melhor que posso dizer do blog é ter enviado os links de vários artigos à nossa secretária (exemplo: os três sobre planeamento de viagens), assim como aos directores de eventos e de consultoria, para que em eventos com maiores responsabilidade protocolares possamos ter apoio de especialistas.

Da marca protocolo.com.pt vou reter, em primeiro lugar, o email que recebi da Cristina. O domínio yahoo.com disse tudo. Tinhamo-nos conhecido noutro âmbito profissional e a Cristina preferiu enviar o email prometido de um endereço pessoal. Como manda o protocolo.

Zapatero diplomata; Juan Carlos manda calar

O Rei Juan Carlos manda calar Hugo Chavez na cimeira Ibero-Americana. Zapatero aproveita para dar lição de diplomacia. Em causa estavam os insultos do presidente venezuelano a José María Aznar.

Como seria de esperar, vamos ter grandes momentos até dia 2. Do fundo da Comunicação vai segui-los de perto.



Mais informação no DN e no Público de hoje (domingo).

sábado, 10 de novembro de 2007

Alô Presidente!

De hoje até dia 2 de Dezembro editaremos neste espaço um Especial Alô Presidente! Este dossier opinativo e informativo versará sobre comunicação, economia e política na Venezuela. Recordo que no próximo dia 2 será votada a nova constuição (!?) venezuelana, que prevê, por exemplo, a reeleição presidencial indefinida, a criação de um Estado centralizado, a redução de oito para seis horas na jornada de trabalho e a eliminação da autonomia do Banco Central.

Mas mais importante que estas minudências políticas, sociais e económicas, é o programa Alô Presidente: Hugo Chavez em comunicação directa com o povo venezuelano. Excelente idea para difundir a mensagem, tendo-se tornado o meio de excelência para Chavez comunicar. Dá para o presidente falar, por em marcha o programa revolucionário e até cantar.

Opto por deixar, em baixo, um trecho de dois minutos e 49 segundos. Lamento a limitação técnica. A nossa página não permite videos superiores a quatro horas.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Em forma

Ontem, jantei com dois bons amigos. O Ricardo Castanheira, ex-deputado do PS, meu colunista na “Política Moderna” e actualmente director jurídico da Microsoft. Um grande quadro e um dos melhores políticos socialistas da nova geração.
E o Álvaro de Mendonça, o meu segundo director no jornalismo, mas o que apostou em mim aos 25 anos para um cargo de editor.
O Álvaro, director do OJE, está em grande forma, sobretudo a expor os benefícios da construção de uma capital no interior, entre Castelo Branco e Portalegre, uma ideia que ele defende há muito tempo, e os benefícios e o impacto positivo que teriam na economia lusa. É uma ideia a seguir, que ele acompanhará com trabalhos no seu jornal.

PS: E avisou-me que eu, hoje no OJE, levaria alguma tareia pelo meu artigo contra Hugo Chávez que escrevi. Não se enganou. De manhã, quando cheguei, já tinha mails de alguns comunistas empedernidos a criticar (e eu adoro). São os benefícios da interactividade com os leitores que o OJE facilita. E que aqui também no do fundo da comunicação damos espaço.

A estratégia de Romney

Numa primeira fase, o ex-governador republicano do Massachussets, Mitt Romney, foi o homem que mais “arrecadou”.
Ele que é relativamente pouco conhecido a nível nacional montou uma estratégia - depois confirmada pelos números que dizem que foi o que mais gastou em publicidade na televisão – que passava por vencer os dois primeiros testes das primárias: Iowa e New Hampshire, para depois alavancar a sua candidatura e surgir como o principal “challenger” a Giuliani.
Basta ir ao www.americanresearchgroup.com para ver como a estratégia está a dar frutos. Nesses dois estados, vence confortavelmente Giuliani.
Nesta semana, dois factores importantes para a área republicana. Fred Thompsom não descola e não encanta, apesar de actor. E Giuliani recebeu apoio de peso: Pat Robertson, um dos tele-evangelistas mais poderosos e conservadores decidiu apoiá-lo. Pode ser decisivo, porque as posições pró-aborto e pró-casamento dos homossexuais de Rudy eram o seu calcanhar de Aquiles naquele eleitorado que suportou Bush.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Desesperado por uma "jola"


O gajo do 6B está desesperado por uma "jola".
Publicidade da Heineken na Cidade do Cabo, África do Sul.
Obrigado pelo input Joana.

De olhos bem fechados

A questão da ética e moralidade foi exposta de maneira clarividente por um colega de profissão africano, que esteve comigo no início desta semana no IPRA Summit em Londres (um dos principais congressos de relações públicas na Europa). Comentava e perguntava ele aos oradores de um painel sobre diplomacia: "A questão dos valores e da ética coloca-se sempre sobre os países pequenos e pobres. Aí, é sempre muito importante o respeito pela democracia e pelos direitos humanos para o país ser aceite pela comunidade internacional. Mas quando falamos na Rússia ou na China, o que faz o Mundo?"

Com esses, o Mundo negoceia, negoceia e negoceia. No resto fecha os olhos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Não perca! Agora é de borla!


"Novidade! Não perca! Agora é de borla!", grita o ardina. A Rolling Stone está todinha na Net. Navegue rápido até e veja a excelente tecnologia que torna a experiência de leitura próxima da de papel.

Esta novidade junta-se à comemoração do 40.º aniversário da revista, que não se pode queixar pela falta de publicidade. Foi preciso folhear até à página 16 para ler o índice.

Para manter a sua popularidade, muitos dos tradicionais meios impressos estão a fazer o que podem para não perderem a corrida.


Estagiário ao mar


No nosso Grupo temos uma política sobre estágios: só entram estagiários se forem necessários e houver perspectiva futura de integração.

Quando os recém-formados entram na empresa há sempre trabalho, muito trabalho, que os espera. Pagamos-lhes, pouco, e investimos na sua formação. Sabemos à partida que nem todos vão vencer aqui. Quem passa o primeiro teste sabe que a boa nova traz outras responsabilidades e outros desafios.

Tentamos seleccionar candidatos com potencial, mas nem sempre acertamos. É difícil perceber por entrevistas se ele serve. Precisamos de o testar em ambiente de combate.

Queremos que estas pessoas evoluam e nada como o trabalho de campo para o fazer. Um consultor sénior supervisiona e acompanha o estagiário, entregando-lhe um conjunto alargado de tarefas.

Em troca queremos vontade, suor e talento.

Há 15 dias aconteceu um facto inédito na agência. Um recém-chegado para cumprir estágio, recusou-se a ir buscar algumas revistas porque, alegou então, "não tinha andado a estudar quatro anos para ir buscar revistas".

Sabemos que somos uma empresa jovem, informal, irreverente, mas não vivemos no caos. Há ordem e hierarquia.

Tive conhecimento da situação por esclarecedor email do director dessa unidade de negócio, que aproveitou para explicar este enquadramento a toda a equipa.

A imaturidade está cara. Soube que o jovem marujo teve cinco minutos para recolher os pertences e abandonar o navio.

Mano-a-mano

Rouba o livro à mulher. Lê à socapa, nao passa da 45. Mas já percebe que gosta. Talvez uma escrita cuidada em demasia, muito adjectivada, virada para a crítica intelectual. Sevilha, Maestranza, 1915, dia de mano-a-mano: Joselito enfrenta Belmonte*. Tradição contra irreverência. Faena de doutrina contra devoção temerária. Claques organizadas por matador. Na arena, verónicas e pases de pecho na capa, bandarilhas no intermédio e derechazos e naturais na muleta para completar “o tércio da morte”. O estoque direito ao touro para coroar a faena. A arena aos pés do leitor. Olé Miguel!

*Blogografia: Marca de morte.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

É a religião, estúpido!

Há pouco tempo atrás, o João Duarte fez um post sobre religião.
Por extraordinário que pareça, esta semana a “Economist” (sempre indispensável), fazia capa com “the new wars of religion”.
Hoje, uma das maiores religiões, a muçulmana “has a bloody divide” (desta vez são os Sunitas e Xiitas, já foram os católicos e protestantes). Os católicos têm um Papa que quer reforçar as defesas do bastião do cristianismo, no seu pensamento, a Europa.
Porque, como sabemos, o Velho Continente não é mais do que cultura grega, leis romanas e religião cristã.
Mas é curioso de reparar como a política externa do Vaticano tem como objectivo prioritário a China: que pode ser o maior país católico do mundo, mas também pode ser o maior país muçulmano do mundo. É um tabuleiro onde se vai jogar o futuro.
A “Economist” cita a carta aberta de Ahmadinejad, presidente do Irão, a Bush: «whether we like it or not, the world is gravitating towards faith in the Almighty». Vindo de quem vem, desta vez tem de se reconhecer alguma credibilidade.

PS: Há uns tempos atrás, no OJE, onde escrevo às sextas-feiras, fiz um artigo que tinha como título «A tentação de Gore». Onde falava da derradeira oportunidade de Al Gore avançar para a corrida à Casa Branca. Duas semanas depois, a capa da “Time” era «The last temptation of Gore». O que quero dizer com isto é que este blog, que ainda é recente, para lá de se estar a tornar uma referência em termos profissionais é feito por pessoas atentas e que não estão apenas enredadas na mesquinhez dos assuntos de agenda. Os mais atentos dificilmente são medíocres. Os blogs atentos, assim, nunca são medíocres.

Como se engana um país

Uma das coisas que mais confusão me faz, é ver como um País é enganado por uma pessoa. Argentina era Péron, hoje é Kirchner.
Cristina Kirchner fez o que quis, o que me deixa muito má imagem da sociedade civil argentina, da sua força e capacidade de reivindicação.
Cristina não foi a um debate, não deu uma entrevista, ideias só por sinais de fumo e apenas espalhou por todo o País outdoors inócuos: “Sabemos quais são os problemas. Sabemos o que fazer”. Segura pelas sondagens.
Acho que os argentinos a pouco e pouco vão ver os problemas e vão perceber, tristemente, que os Kirchner não vão saber o que fazer

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Um barrete que de nada serve

Consecutivamente na mesma semana - primeiro na Briefing, depois no Expresso - surgiram as previsões de facturação de várias consultoras de comunicação para 2007.

Das cinco repetentes nos quadros das duas peças, quatro apresentam facturações diferentes de um meio para outro, recordando eu que os dados foram, em ambos os casos, fornecidos pelas próprias agências. (por uma questão de honestidade intelectual, refira-se que em dois dos quatro casos as diferenças são pequenas - na ordem dos 100 mil euros).

Mas descontando esta curiosidade, mais relevante é saber que na maioria dos casos estas facturações são delírios das agências. Não são reais e contrariam até o que muitos dos citados nos artigos dizem em conversas privadas.

Em segundo lugar, as facturações das agências podem ter tanta coisa lá dentro que não faz sentido pensar nelas como referência, quanto mais de "absoluta prioridade", como diz Alexandre Cordeiro, presidente da APECOM. Na verdade e ao contrário dos grupos de publicidade em que o grosso da facturação vem do core, nomeadamente design, campanhas, produção, compra de espaço, etc., na comunicação institucional existem ferramentas que se afastam da consultoria e assessoria, mas que no bolo total contam, percentualmente, muito, e que enviesam a leitura das facturações. Falo de eventos, custom publishing (revistas, newsletters), produção, e até compra de espaço.

Prefiro não entrar na charada dos números. Como expliquei: muitos não são reais e os que são não têm relevância.*

Sei que o Grupo YoungNetwork está entre as maiores consultores de comunicação. Em número de clientes. Em número de consultores. E, provavelmente, em facturação também. But who cares? Ninguém nos contrata por isso.

* Nota: Não têm relevância em termos de análise comparativa. No que diz respeito ao negócio de cada um, claro que têm relevância.

Dossier Consultores de Comunicação (II)

Alexandre Cordeiro, presidente da Associação, deu uma entrevista, integrada no Dossier da Briefing, e deixou as seguintes mensagens:

- A mais-valia de pertencer à APECOM é a "adesão automática a códigos de ética e de conduta...";
- Pressão nos honorários das agências;
- Falta de disponibilidade de recursos humanos;
- Clientes com orçamentos pequenos;
- Prioridade absoluta na divulgação da facturação das agências;
- Transparência (na divulgação das contas) já está a ser tida em conta na hora das empresas contratarem os serviços de uma consultora;
- O mercado define o preço;
- Existência de concursos não é obrigatória.

Dossier Consultores de Comunicação (I)

Li hoje o dossier que a revista Briefing fez sobre consultores de comunicação.

O sector visto pelas agências, e relatado na Briefing:

- Acabou o choradinho de muitas consultoras. O mercado define o preço;
- Alguns, poucos, querem regulação (para concursos e preços);
- A assessoria mediática ainda é dos serviços mais procurados;
- A consultoria estratégica está em crescendo;
- Jornalistas económicos (Jornal de Negócios e Diário Económico) referem que as agências ajudam a organizar a informação, e que cabe aos jornalistas enriquecer a notícia ou procurá-la para além dessa fonte;
- Clientes têm recursos escassos que tolhem a criatividade;
- Há contas ganhas em concurso e outras por adjudicação directa;
- O modelo de remuneração vigente basea-se em horas e valor por tipo de recurso, em linha com outras disciplinas de consultoria;
- Dificuldade em contratar recursos humanos qualificados;
- Existe espaço para agências especializadas;
- Há promessas de internacionalização, mas não concretizadas, para já.

O que eu não li desta vez:

- O Press Release "morreu";
- Haverá concentração no sector.

Citados na Briefing


do fundo da Comunicação citado pela Briefing na passada quarta-feira.

Um em cada dez

Diz-me um amigo - Francisco Froes, presidente da AMBA - Associação de Antigos Alunos dos MBA da Universidade Nova - que o importante é falar com os CEO's das empresas. Porquê? Porque decidem, e melhor ainda, em cada dez, nove são bons e um não presta, não tem caracter, faz género de cobarde, ou, simplesmente, é um pateta.

Serve este lema do Francisco, para situar a minha aventura de hoje de manhã. Reunião marcada (ou melhor re-marcada) na terça ou na quarta para hoje às 9 da manhã numa empresa. Assunto: New Business.

Saio de casa cedo, passo antes pela agência, para "checar" de novo rua e número do potencial cliente. Enfio-me no carro às nove menos um quarto, e chego ao Saldanha às nove em ponto. Decido estacionar no Monumental e estou no escritório do potencial cliente às 9:10, pronto para a reunião.

Cumprimento a senhora da recepção, que me diz para aguardar na sala. E logo, de seguida, surge uma outra senhora, com o discurso engatilhado: "O doutor já não o vai poder receber. Tem uma reunião às 10."

Apesar de surpreendido, respondo com desalento: "Penso que ainda há tempo..."

Sendo de pronto interrompido: "Não. A reunião é fora, e o doutor tem de tratar antes de outras coisas."

"Bom dia.", termino. O que mais haveria de dizer.

Sem nenhuma sugestão de re-marcação, e pela eventual "birra" pelos dez minutos, percebo que não há intenção de ter a reunião, o que é mais esquizofrénico se pensarmos que foi a empresa que nos contactou.

Antes estas situações sabiam-se pelo passa-palavra (que não vai deixar de acontecer) e chegavam a algumas pessoas. Agora escrevem-se num blog e chegam a muita gente. A comunicação da empresa, a forma como interage com todos os stakeholders (não só clientes) é muito importante para a reputação de uma empresa. A maioria das empresas não o percebe. Talvez esta nos tentasse contratar para o executar.

Com este meu post levanta-se uma crise de comunicação nessa empresa. Por cá, sei que estatisticamente as minhas próximas nove conversas serão com bons CEO's.

PS: Dedico este meu post a Pedro Passos Cunha, da Ray Human Capital.