quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Aperto-de-mão (i)

Quando temos um martelo nas mãos olhamos para tudo como se fossem pregos. Nos Media Sociais é fácil perceber isso. São vistos, às vezes, por quem os usa, como panaceia para toda a comunicação, no presente e no futuro.

Uma rápida análise à situação actual dos Media Sociais em Portugal:

1. Já são massivamente utilizados lá fora, cá ainda são de nicho;
2. Os meios tradicionais têm aos dias de hoje muito maior audiência e (não que a influência decorra apenas dos números da audiência) influenciam muito mais pessoas;
3. Há gerações inteiras (sobretudo acima dos 40 anos) que não estarão presentes em redes sociais nem agora nem no futuro. E essas também consomem e também votam;
4. A tendência de utilização é exponencial cá e no resto do Mundo;
5. O potencial de comunicação quer pelas audiências quer pelas inúmeras possibilidades é gigante;
6. Alguns utilizadores e prescritores (como nós, por exemplo) já utilizam, experimentam e aprendem, mas os clientes estão bastante mais atrasados neste processo.

Dito isto, as redes sociais na forma como envolvem o emissor e o receptor, nas ferramentas utilizadas, na mensagem escolhida, enfim, no processo de comunicação são disruptivas. Mas não são disruptivas na estratégia de comunicação, onde devem ser integradas com outras formas eficazes de falar com os públicos e envolvê-los.

Temos o exemplo claro: apesar da grande campanha que Barack Obama fez na Web e nos Media Sociais, não esquecer os milhões e milhões de dólares investidos em comícios, convenções e anúncios de TV.