terça-feira, 25 de março de 2008

TV PSD

Corre nos bastidores que Luís Filipe Menezes está a pensar criar uma televisão do PSD, como existe em outros partidos europeus.
Não se sabe quem a vai gerir nem criar, porque há muitos cães a um osso.
Mas fora as quezílias de bastidores do costume, é uma boa ideia de uma instituição que se deve adaptar à modernidade. E só deve ser aplaudida por isso.
Prevejo que os que gostavam de ter poder e não têm vão dizer que é a televisão de uma “gasolineira” e outros disparates do costume…

O "Último Hurrah" (tão actual)

Uma vez em conversa com amigos, um deles disse-me que era cinéfilo. Perguntei: já viste algum filme do John Ford? Não, respondeu-me.
Então, não és cinéfilo, apenas gostas de ir ao cinema, sentenciei.
Quem nunca viu “How green was my valley”, “My darling clementine”, “O homem que matou Liberty Valance”, “A Desaparecida/The Searchers”, “Young Mr Lincoln” ou o “Último Hurrah” nunca vai perceber porque o cinema é uma arte indispensável à compreensão da vida e do mundo.
No “Último Hurrah”, Ford conta a história de Frank Skeffington (FS), um político “old school”, desempenhado pelo prodigioso Spencer Tracy, na sua última campanha – que perde.
Enfrenta um mentecapto, apoiado pelo dinheiro dos banqueiros e por um jornal, que pela primeira vez usa as técnicas modernas de televisão.
Perfis de herói da guerra e brilhante estudante e uma reportagem “pessoal” (hoje tão comentadas) com a mulher (a ler um cartão atrás da câmara), filhos e um cão (devidamente alugado pelo spin doctor da altura) para criar a família perfeita. FS, mantinha-se no contacto pessoal e nas paradas mobilizadoras. Apaixonava os seus, mas a aragem de um “candidato perfeito” transmitida pelos media, derrota-o inapelavelmente.
FS pergunta ao sobrinho: «qual é o desporto com mais audiência?». Resposta: «o basquetebol é o que tem mais pagantes…». «É a política. Sabem todos os nomes e números de todos os jogadores», comenta a velha raposa.
Depois, num plano mais à frente FS explica o que faz um político: «o truque é saber o que as pessoas querem e depois aquilo com que se conformam. Podemos prometer sempre a primeira parte, mas só temos de cumprir a segunda».
«Mas e se as pessoas quiserem coisas diferentes, como é que lhes agrada?», pergunta a sobrinha.
«Aí dependo do melhor amigo do homem: o meio-termo».
Juntamente com o “All the king`s men” (Corrupção do poder, em português, do Robert Rossen), o “Último Hurrah” é indispensável para quem acha que anda no mercado da comunicação política.