terça-feira, 29 de abril de 2008

Regras: haverá outras, estas são as nossas

Há diferentes modos de actuar no mercado da comunicação. Na relação com o cliente, estas são as regras de todos os dias na YoungNetwork:

1. O cliente é a estrela
2. A YoungNetwork aconselha o cliente
3. O cliente tem a palavra final
4. Depois do caminho escolhido, pelo cliente, a YoungNetwork é solidária a 100% com essa escolha
5. As informações difundidas pela agência enquanto fonte oficial do cliente são sempre aprovadas pelo cliente
6. A YoungNetwork não faz qualquer comentário público sobre conversas privadas
7. A YoungNetwork não diz mal de um cliente ou ex-cliente, quer publicamente quer em privado
8. Em caso de eventual conflito de interesses entre clientes, a YoungNetwork pede autorização aos clientes visados para prosseguir com a proposta
9. Na impossibilidade de trabalhar clientes incompatíveis, a YoungNetwork privilegia o actual cliente em detrimento do prospecto
10. A YoungNetwork reserva-se o direito de não prosseguir o aconselhamento se tiver diferenças inultrapassáveis na estratégia/táctica escolhida pelo cliente

Haverá outras. Estas são as nossas.

Eu não odeio o Cunha Vaz

Não tive tempo de comentar a entrevista do António Cunha Vaz ao Público, e neste quotidiano de Web um dia de atraso significa terabytes de informação que nos passou à frente. Por outras palavras, chego tarde.

Assim, tenho que me agarrar a algum ângulo da entrevista que tenha sido menos explorado. Centro-me nos erros factuais da nota introdutória, fáceis de contradizer, para corrigir e explicar dois aspectos.

1. Eu não odeio o António, o que faz desde logo cair que “os colegas de profissão odeiam-no”. É evidente que a força da expressão utilizada pelo jornalista é a sua própria fraqueza. Pouco crível que todos ou a maioria dos colegas de profissão odeiem o António. Mas no meu caso nem se trata de um jogo de palavras, até porque nesta avalanche de críticas de que foi alvo antes e depois da entrevista, sinto particular à vontade para dizer que tenho uma boa relação com o António Cunha Vaz.

2. “Os jornalistas temem-no” vem logo a seguir. A contradição da expressão vem logo no próprio trabalho jornalístico do Público. Se o jornalista o teme, ficamos a saber que o fotógrafo não. Reparem na capa, a foto com fundo negro, sombrio, para mostrar “the dark side of the force”. Lá dentro, na capa do P2, um olhar de baixo para cima, determinado mas ameaçador, e depois uma abertura de duas páginas novamente a negro, na entrevista. Compare-se as fotos com a imagem do vídeo que está no site do Público. Não tem nada a ver, pois não? Para quem tem dúvidas sobre o tema, recordo também as duas peças, negativas, publicadas no passado pela revista Sábado. Uma sobre Menezes, outra sobre Vieira. Ambas com o António Cunha Vaz.

Posto isto, o facto de eu ter uma boa relação profissional com o António não me faz concordar com muitas das suas opiniões, tampouco rever-me na entrevista de ontem, que é negativa para o sector. A visibilidade que dá não afasta o conjunto de problemas que levanta ou acentua. Atenção que comunicação não é o que dizemos, mas sim o que o receptor entende da mensagem.

Há a premissa que, às vezes, é difícil ficar calado quando se está constantemente a ser atacado, mas nestes ataques de que foi alvo o móbil do crime foi sempre a liderança de Menezes, e não o seu trabalho.

Já hoje, o P2 escolhe seis excertos de posts que comentam a entrevista. Nenhum simpático.