segunda-feira, 11 de maio de 2009

O mundo é meu *

Estamos em 2015, e o mundo não acabou. Mas não acabou mesmo. Pelo menos da forma em como vivíamos até ao oitavo ano do terceiro milénio. Videntes de então garantiram que tudo estava em causa e que daí para a frente seria marcha à ré no bem-estar das populações com mais saúde e mais bem alimentadas da história da humanidade, leia-se civilizações ocidentais. Até ilustres economistas voltaram a falhar quando previram que essa, a crise de 2008 a 2010, era uma descida diferente, tão violenta que até comparada à Grande Depressão foi. Onde tudo iria faltar e nada nos iria sobrar. E o modelo, o capitalista? Em causa. A esquerda profunda viu aí a ténue esperança de ressuscitar o que caiu com o fim do Muro. Mas os sovietes não voltaram.

Logo, logo, foram chamados à acção Governos de todo o mundo. G20, reuniões de Primeiros europeus, Obama e companhia saltaram para o banco da frente e pegaram no suposto leme. Injectaram “massa” e mais “massa” na economia. Subsídios? Para todos. Obras públicas? Muitas. Quem paga? Olhem, mais tarde quando outros cá estiverem se verá. Pena que o contribuinte esteja sempre cá. E se não tiver, estão os filhos. O esforço, que estamos hoje, em Maio de 2015, a fazer para pagar os exageros de há seis anos é grande. Foi um condensar de asneiras.

A crise de então era muito mais conjuntural do que estrutural, era um ciclo negativo sem margem para dúvida, mais profundo do que os anteriores, mas era o sopé da próxima montanha, que voltaríamos a subir.

Felizmente, hoje, o mundo está diferente. Está melhor (exceptuando ainda estarmos a pagar para a conta da crise do início da década).

Uma mudança radical na forma de viver que registámos pela força do passado recente. E que nos tornou, enquanto civilização, e Portugal foi muito bafejado por estes novos ventos, mais aptos.

Ao contrário do que então fazíamos, deixámos de premiar os cinzentos. O controlo saiu das mãos dos financeiros e dos operacionais. Não foram eles que venceram a crise e nos recolocaram no carril da evolução. Foram os visionários, os inovadores, os empreendedores, os comunicadores, os que buscaram em Gates, Jobs, Bezos (obrigado pelo Kindle, Jeff), Page e Welch a inspiração.

Acabámos com o espírito pequenino. Largámos o certinho, o rapaz atilado, que introduziu um milhão de dados no sistema, mas que nunca perguntou porquê nem para que servia. Demos espaço aos mais livres, aos das ideias – organizadas – e com força para implementar e andar para a frente.

A vida não é feita apenas de pequenos momentos, da soma de pormenores. Ela é feita de grandes momentos. E é preciso ter a audácia de trabalhar para esses grandes momentos. Foi preciso espicaçar as novas gerações, tirando-as da zona de conforto. Elas sentiram que o futuro era delas, e que seriam elas a levar-nos até onde hoje estamos. Perceberam que queriam tentar as grandes vitórias, e estariam preparadas para algumas grandes derrotas, se necessário. Inspiraram-se e empenharam-se. O Governo nada podia fazer por elas. Mas, as próprias podiam. Tanto assim é, que conseguiram. Aliás, conseguimos. Todos. Por efeito catalisador, todos foram atingidos e mudaram.

E estamos surpreendidos e satisfeitos. Há em nós qualquer coisa de Tony Montana: “The World is mine”.

João Duarte
CEO, Grupo YoungNetwork

* Artigo publicado este sábado, 9 de Maio, no Semanário Económico, na coluna O Mundo em 2015. Link do artigo aqui.

O azar das “Presidentes”

Dilma Roussef era a escolhida por Lula para lhe suceder no Planalto. Começaram-lhe uma nova construção de imagem, mas o azar bateu à porta.
Dilma tem um linfoma e vai ter de ser submetida a quimioterapia. É a segunda mulher falada para Presidente que é vítima de cancro. Na última eleição falou-se da possibilidade de Roseanna Sarney, então governadora do Maranhão, avançar. Até que também lhe foi diagnosticada a mesma doença.
Parece que há uma maldição para as mulheres brasileiras, hipóteses para o Planalto.