segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Eu concorro com o Expresso

Parabéns! O jornal Sol completou ontem o primeiro ano de actividade.

O jornal de José António Saraiva não chegou "a líder de vendas no prazo máximo de um ano", não ultrapassou as receitas publiciátias previstas e os custos foram superiores aos inscritos no plano de negócio inicial, tendo inclusive obrigado a uma pequena reorganização antes do Verão. Também não lidera a opinião, nem é o melhor produto editorial que temos semanalmente. Será, porventura, o quarto melhor, o que combina com as suas vendas, atrás de Expresso, Visão e Sábado.

Mas o Sol trouxe concorrência ao monopolista Expresso, que logo respondeu com uma alteração gráfica muito bem executada, além de DVD a rodos para todos, o que é sempre de louvar para o consumidor. E o semanário tem pontos positivos. Desde logo o número de vendas, que estabilizou acima dos 50 mil, sem dúvida um bom número; depois a equipa de jornalistas conta com alguns consagrados de qualidade e outras surpresas (destaco o trabalho de José Fialho Gouveia, a revelar-se um grande crítico de televisão); e os opinion leaders são bons (gosto do Saraiva e do Lima; a destoar Marcelo Rebelo de Sousa, pelo formato escolhido).

Quanto a cadernos, o principal não deslumbra, o de Economia precisa de notícias, a Tabu é o mais feliz e o Essencial cumpre.

Com mudança de estrutura accionista marcada para breve, a entrada de um grupo editorial forte trará mais do que apenas capital. Pujança financeira é sempre bem vinda, mas José António Saraiva e a sua equipa de fundadores precisam de gestão e sinergias editoriais para vender mais. Se conseguir esse parceiro, talvez um dia Saraiva deixe de precisar de invocar a concorrência para posicionar o seu jornal.