quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Não perca! Agora é de borla!


"Novidade! Não perca! Agora é de borla!", grita o ardina. A Rolling Stone está todinha na Net. Navegue rápido até e veja a excelente tecnologia que torna a experiência de leitura próxima da de papel.

Esta novidade junta-se à comemoração do 40.º aniversário da revista, que não se pode queixar pela falta de publicidade. Foi preciso folhear até à página 16 para ler o índice.

Para manter a sua popularidade, muitos dos tradicionais meios impressos estão a fazer o que podem para não perderem a corrida.


Estagiário ao mar


No nosso Grupo temos uma política sobre estágios: só entram estagiários se forem necessários e houver perspectiva futura de integração.

Quando os recém-formados entram na empresa há sempre trabalho, muito trabalho, que os espera. Pagamos-lhes, pouco, e investimos na sua formação. Sabemos à partida que nem todos vão vencer aqui. Quem passa o primeiro teste sabe que a boa nova traz outras responsabilidades e outros desafios.

Tentamos seleccionar candidatos com potencial, mas nem sempre acertamos. É difícil perceber por entrevistas se ele serve. Precisamos de o testar em ambiente de combate.

Queremos que estas pessoas evoluam e nada como o trabalho de campo para o fazer. Um consultor sénior supervisiona e acompanha o estagiário, entregando-lhe um conjunto alargado de tarefas.

Em troca queremos vontade, suor e talento.

Há 15 dias aconteceu um facto inédito na agência. Um recém-chegado para cumprir estágio, recusou-se a ir buscar algumas revistas porque, alegou então, "não tinha andado a estudar quatro anos para ir buscar revistas".

Sabemos que somos uma empresa jovem, informal, irreverente, mas não vivemos no caos. Há ordem e hierarquia.

Tive conhecimento da situação por esclarecedor email do director dessa unidade de negócio, que aproveitou para explicar este enquadramento a toda a equipa.

A imaturidade está cara. Soube que o jovem marujo teve cinco minutos para recolher os pertences e abandonar o navio.

Mano-a-mano

Rouba o livro à mulher. Lê à socapa, nao passa da 45. Mas já percebe que gosta. Talvez uma escrita cuidada em demasia, muito adjectivada, virada para a crítica intelectual. Sevilha, Maestranza, 1915, dia de mano-a-mano: Joselito enfrenta Belmonte*. Tradição contra irreverência. Faena de doutrina contra devoção temerária. Claques organizadas por matador. Na arena, verónicas e pases de pecho na capa, bandarilhas no intermédio e derechazos e naturais na muleta para completar “o tércio da morte”. O estoque direito ao touro para coroar a faena. A arena aos pés do leitor. Olé Miguel!

*Blogografia: Marca de morte.