terça-feira, 29 de abril de 2008

Regras: haverá outras, estas são as nossas

Há diferentes modos de actuar no mercado da comunicação. Na relação com o cliente, estas são as regras de todos os dias na YoungNetwork:

1. O cliente é a estrela
2. A YoungNetwork aconselha o cliente
3. O cliente tem a palavra final
4. Depois do caminho escolhido, pelo cliente, a YoungNetwork é solidária a 100% com essa escolha
5. As informações difundidas pela agência enquanto fonte oficial do cliente são sempre aprovadas pelo cliente
6. A YoungNetwork não faz qualquer comentário público sobre conversas privadas
7. A YoungNetwork não diz mal de um cliente ou ex-cliente, quer publicamente quer em privado
8. Em caso de eventual conflito de interesses entre clientes, a YoungNetwork pede autorização aos clientes visados para prosseguir com a proposta
9. Na impossibilidade de trabalhar clientes incompatíveis, a YoungNetwork privilegia o actual cliente em detrimento do prospecto
10. A YoungNetwork reserva-se o direito de não prosseguir o aconselhamento se tiver diferenças inultrapassáveis na estratégia/táctica escolhida pelo cliente

Haverá outras. Estas são as nossas.

Eu não odeio o Cunha Vaz

Não tive tempo de comentar a entrevista do António Cunha Vaz ao Público, e neste quotidiano de Web um dia de atraso significa terabytes de informação que nos passou à frente. Por outras palavras, chego tarde.

Assim, tenho que me agarrar a algum ângulo da entrevista que tenha sido menos explorado. Centro-me nos erros factuais da nota introdutória, fáceis de contradizer, para corrigir e explicar dois aspectos.

1. Eu não odeio o António, o que faz desde logo cair que “os colegas de profissão odeiam-no”. É evidente que a força da expressão utilizada pelo jornalista é a sua própria fraqueza. Pouco crível que todos ou a maioria dos colegas de profissão odeiem o António. Mas no meu caso nem se trata de um jogo de palavras, até porque nesta avalanche de críticas de que foi alvo antes e depois da entrevista, sinto particular à vontade para dizer que tenho uma boa relação com o António Cunha Vaz.

2. “Os jornalistas temem-no” vem logo a seguir. A contradição da expressão vem logo no próprio trabalho jornalístico do Público. Se o jornalista o teme, ficamos a saber que o fotógrafo não. Reparem na capa, a foto com fundo negro, sombrio, para mostrar “the dark side of the force”. Lá dentro, na capa do P2, um olhar de baixo para cima, determinado mas ameaçador, e depois uma abertura de duas páginas novamente a negro, na entrevista. Compare-se as fotos com a imagem do vídeo que está no site do Público. Não tem nada a ver, pois não? Para quem tem dúvidas sobre o tema, recordo também as duas peças, negativas, publicadas no passado pela revista Sábado. Uma sobre Menezes, outra sobre Vieira. Ambas com o António Cunha Vaz.

Posto isto, o facto de eu ter uma boa relação profissional com o António não me faz concordar com muitas das suas opiniões, tampouco rever-me na entrevista de ontem, que é negativa para o sector. A visibilidade que dá não afasta o conjunto de problemas que levanta ou acentua. Atenção que comunicação não é o que dizemos, mas sim o que o receptor entende da mensagem.

Há a premissa que, às vezes, é difícil ficar calado quando se está constantemente a ser atacado, mas nestes ataques de que foi alvo o móbil do crime foi sempre a liderança de Menezes, e não o seu trabalho.

Já hoje, o P2 escolhe seis excertos de posts que comentam a entrevista. Nenhum simpático.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Tio Olavo diz adeus à Ogilvy

Edson Athayde vai deixar a Ogilvy Portugal, onde é vice-presidente criativo. Como diria o heterónimo do conhecido publicitário brasileiro, o seu tio Olavo, "na publicidade tudo tem um tempo".

Edson Athayde foi o criador da "razão e coração" que levaram António Guterres ao poder em 1995 e do inesquecível "Tô Xim! É para mim" da Telecel.

Para recordar.

O que Jerónimo de Sousa não queria ter lido

Esta também dava título. João Cordeiro, na mesma entrevista, revela que "o PCP é o partido que melhor compreende o sector das farmácias". Roubando e adaptando as palavras de Jerónimo de Sousa: ninguém esperava que o PCP fosse elogiado pelos poderosos.

O que José Sócrates não queria ter lido

João Cordeiro, da Associação Nacional de Farmácias, dá razão a Jerónimo de Sousa, no Expresso de sábado, quando diz que "Sócrates soube mostrar carinho pelas farmácias".

Péssimo soundbyte para o primeiro-ministro, vindo de um lobby poderoso e com má Imprensa. O título distorce o que é dito pelo líder da ANF na entrevista - "Em fases decisivas, (José Sócrates) soube mostrar o carinho, o interesse e a avaliação positiva do sector" -, mas o entrevistado deve evitar os riscos de expressões como esta.

O que me fez duvidar se o Estado deveria controlar 50% da banca

No verso do mesmo jornal (DN de ontem), a resposta de Isabel Vaz, ponta-de-lança do BES para a saúde, a Jerónimo de Sousa: "Se o quilo de arroz Cigala é mais barato no Continente do que no Jumbo é lá que vou comprar. O facto do Continente ter mais lucro que o Jumbo não é chamado para o caso". Mais à frente, "o lucro é a remuneração da boa gestão", complementa a ex-Mckinsey.

À margem: o texto é assinado por Jorge Fiel, sinónimo de boa escrita. Recente contratação do jornal de Joaquim Oliveira, saiu do Expresso para o lugar de redactor principal. Saúda-se também o regresso à opinião impressa. Tínhamos saudades dos seus textos.

O que me fez comprar o DN no domingo

“Estado deveria controlar 50% da banca nacional”, Jerónimo de Sousa, in Diário de Notícias de ontem. Não vale a pena procurar explicações lá dentro, na entrevista, porque não as há. Mas deixo ao leitor outra frase do líder do PCP: “Ninguém esperava que o PS servisse os poderosos”.

Sobre a venda livre de telemóveis em Cuba, “o próprio desenvolvimento económico criou condições para o acesso a bens de consumo”.

A ortodoxia de sempre presente na entrevista, amenizada aqui e ali pela “ginjinha do Cunhal”, pelos anéis de Tolkien e pela piscina capitalista para o neto.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Helena, a magnífica

Para fugir à confusão do PSD, hoje fui almoçar com a Grande Mãe, Helena Sacadura Cabral, e a Ana Anes, que não conhecia pessoalmente.
Se há pessoa que eu cito por aquilo que aprendi com ela foi a Helena. Ensinou-me aos 25 anos a ter como objectivo profissional ser competente, eficaz, objectivo. Se não fizesse amizades, paciência, azar dos outros. Mas de preferência, tentar fazê-las sempre.
Está em grande forma, de bem com a vida, divertida, espertíssima e com boa informação. Foi assim que sempre me habituei a ela.
Para novidade, o seu novo livro a sair em Setembro: “As 9 magníficas – o fascínio do poder”.
Helena vai discorrer sobre o trabalho de investigação de uma historiadora e opinar e comentar as rainhas, nomeadamente as que não tiveram poder.
E está fascinada por D. Tareja (mãe de D. Afonso Henriques) e D. Carlota Joaquina. Filipa de Lencastre, não a fascina nada.
Mas a melhor Rainha seria sempre a Helena.
Foi muito bom o almoço ao sol nas Docas.

A Casinha

Ontem, por motivos de uma ida ao Norte em trabalho, acompanhei por telefone as novidades do PSD, sempre com reviravoltas, diz-que-disse e golpes de teatro habituais.
O Jorge Costa levou-me a mim e a uma colega a um restaurante escondido em Matosinhos.
O logotipo é de Siza Vieira, o ambiente civilizado e propício a uma degustação de magníficas iguarias escolhidas a dedo pelo chefe Vítor Lemos.
Restaurante familiar mas com presenças de topo da sociedade portuense.
A voltar sempre, se o Jorge me quiser explicar onde está “A Casinha”, uma pedra preciosa por descobrir, porque para mim Matosinhos é muito complicado.

Aí está o PSD

Se recuarem a 2ª feira, ao meu post das 11.54 vêem que, para lá de uma revelação sobre a sede de Pedro Passos Coelho, acrescento «vão surgir mais dois pesos-pesados» na luta pela liderança do PSD.
Na política, nacional e internacional, os nossos leitores têm o direito de saber as “cachas” logo que elas estão na nossa posse. E se tivermos tempo para o fazer.
Neste caso, já o sabíamos na generalidade.
Aí está, mais uma vez, a confirmação da nossa notícia.

Pedro Baltazar no Sporting

Chamada de capa n'A Bola, de hoje.

Sporting tem novo administrador na SAD

Fresquíssimo. A SAD do Sporting tem novo administrador. O reforço leonino é figura proeminente no mundo da comunicação e será não executivo no Sporting. Ainda na passada quarta falámos no almoço dos dez anos do Meios e Publicidade.

"Hádes cá vir"

Envia-me um leitor bem humorado que o acordo ortográfico "pouco importa, não altera nada. O que interessa se «hás-de» venha a perder o hífen e passar a «hás de», se o tuga vai sempre dizer «hádes»".

É caso para dizer, "hádes, cá vir, hádes".

Diz-me o que lês dir-te-ei quem és…

Ontem celebrou-se o Dia Mundial do Livro… (alguém sabia disto by the way)? Pouca ou nenhuma promoção se fez à data que se celebra já há mais de uma década por esta altura.

Nas entrevistas de recrutamento a novos colaboradores que faço regularmente, uma das questões que coloco sempre é: Que livro está a ler actualmente? E crio imediatamente empatias, (ou não), com os candidatos, a partir das respostas a esta pergunta. Redutor avaliar as pessoas por isto? Talvez.

Seguindo o conselho de Francisco José Viegas ontem na Antena 1, resolvi voltar a fazer a lista do meu Top 5 de livros preferidos – pelo menos ao dia, aliás, à manhã de hoje vá lá, (isto de ser tão constante tem que se lhe diga)… Sem qualquer ordem de preferência e sabendo perfeitamente que do mais íntimo que pode haver é esta partilha de gostos literários, mas porque vou de férias hoje e sinto-me meio estouvada pronto (!) aqui vai:

“Quando Nietzsche chorou” – Irvin D. Yalom
“Ensaio sobre a cegueira – José Saramago
“Os Maias” – Eça de Queiroz
“O meu pé de laranja lima” – José Mauro de Vasconcellos
“O livro do riso e do esquecimento” – Milan Kundera

(..)

PS – Agora já nada mais a esconder… sou um livro aberto! Boas férias para mim e até breve!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Almoço no Vírgula - A frase de Pinto Balsemão

. "Conteúdos gerados pelas pessoas (user contents) perderão importância. As pessoas precisam de acreditar em marcas, que sabem distinguir o que é verdade do que não é, onde não há anonimato".

Almoço no Vírgula - Shots de Pinto Balsemão que valem a pena

Francisco Pinto Balsemão, líder histórico da Impresa, fechou os discursos.

"Gosto de ver cá em baixo (a demonstração de resultados), que esta coisa do EBITDA não me inspira confiança". Francisco Pinto Balsemão falava sobre o volume de negócios, o EBITDA e o lucro registados pela Impresa, e a sua evolução ao longo dos últimos dez anos.

. "Discordo de Paulo Fernandes. Fragmentação sim, mas haverá uma base de audiências comum com dimensão para as televisões, para os sites de referências e para os grandes jornais".

. "Obsessão com os jovens é excessiva. Estamos demasiado preocupados com o que vão consumir". E Francisco Pinto Balsemão exemplificou que o segmento de 25 a 34 anos é o mais representativo entre os leitores do Expresso.

. "O nosso negócio é a distribuição de conteúdos, que têm que ser distribuídos pelo maior número de plataformas possíveis. Aqui, os direitos de autor têm de nos pertencer".

. "Modelo de negócio parece tender para o conteúdo gratuito".

. "(Os Grupos têm de) Manter a indepêndencia editorial enfrentando sempre que necessário os governos e os reguladores".

Almoço no Vírgula - A frase de Manuel Polanco

"Governo é o menos adaptado". Com muita coisa a acontecer na comunicação, Manuel Polanco considera que entre todos os players o Governo é o pior preparado para enfrentar o futuro.

Almoço no Vírgula - Shots de Manuel Polanco que valem a pena

Manuel Polanco, presidente da Media Capital, sucedeu a Paulo Fernandes no púlpito. Fica aqui o mais importante do discurso.

. "Há muito futuro para jornais e livros".

. "TDT pode ser oportunidade perdida". Manuel Polanco alerta para o perigo de Portugal renunciar à experiência de alta definição.

. "(O core das) Empresas de Media são os conteúdos, não os canais de distribuição".

. "O investimento publicitário ainda está concentradao nos meios tradicionais". Nos Estados Unidos de 2000 para 2007, as audiências agregadas dos quatros principais canais de sinal aberto caíram de 46 para 31%. No mesmo período, o investimento publicitário nesses canais caiu apenas de 71 para 61% face ao bolo total.

. "As marcas de Media fortes são as mais bem preparadas para enfrentar a fragmentção de audiências".

. "Entrada de um novo concorrente de tv em sinal aberto provocará uma guerra de preços".

Almoço no Vírgula - A frase de Paulo Fernandes

. "(Os Grupos de Media) Entregam audiências aos seus anunciantes". Notável definição do negócio. Surpreendeu-me a perspectiva, mas parece muito acertada.

Almoço no Vírgula - Shots de Paulo Fernandes que valem a pena

Os oradores começaram a falar ainda antes do almoço acabar, para cumprir a agenda. O tema era sobre o que o vai acontecer nos próximos dez anos no mundo dos Media.

Paulo Fernandes, presidente da Cofina, foi o primeiro a falar. Aqui fica, em forma de shots, o que disse de mais relevante.

. "Segmento da Imprensa não vai desaparecer. A quebra actual é um ajustamento face ao crescimento da Internet". Recordo que a Cofina é o maior grupo de Imprensa escrita em Portugal.

. "Todos (Grupos de Media) vivem acima das suas reais possibilidades". Paulo Fernandes lança aqui a necessidade de acabar com projectos inviáveis, incluindo os da Cofina.

. "Irá existir uma fragmentação de audiências acentuada". Com o aparecimento das novas plataformas e de novos conteúdos.

. "As redacções multimédia são como o cavalo de duas cabeças. Todos dizem que existe, mas ninguém o viu."

. "Prevejo uma selecção natural, a consolidação do sector e a internacionalização dos projectos nos próximos anos."

Dez anos de Meios e Publicidade

O Meios e Publicidade comemorou ontem dez anos no restaurante Vírgula, num almoço repleto de primeiras figuras do mundo da comunicação. Francisco Pinto Balsemão, Paulo Fernandes e Manuel Polanco (oradores), Luís Santana, Nuno Santos, Ricardo Costa, João Carlos Oliveira, Carlos Coelho e Pedro Baltazar foram alguns dos convidados.

Bem organizado, o almoço foi agradável e permitiu conversas e discussão de ideias, ao almoço e no aperitivo que o precedeu.

Parabéns ao Meios pelos dez anos e pelo evento.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Chanel, je t’aime

Passamos a vida a ouvir que “ninguém é insubstituível” ou, numa versão mais esclarecedora, que “o cemitério está cheio de insubstituíveis”.

Tomamos este dado como um axioma nas nossas vidas. Serve-nos muito vezes para comunicar perdas, saídas ou substituições. Relativiza-se a importância de todos. Mas todos não são alguns. Todos não são poucos. Todos não são muito poucos.

Na verdade, existem alguns, os especiais, que não são substituíveis. Por um conjunto de razões. Por talento, por liderança, por notoriedade, pelo mito, pela tragédia.

Alguém já encontrou substituto para o autor dos Lusíadas? E para Fernando Pessoa? Quem substituiu Maradona como dez na Argentina? E quais os novos ícones que nos fazem esquecer JFK ou Marlin Monroe? Júlio César também só houve um. Assim como Jesus Cristo.

E quem substitui os especiais – família e amigos – de cada um de nós? Que venha alguém dizer que os meus especiais são substituíveis.

Claro que se o critério é o numérico, o de encher, então afirmamos com propriedade que depois de Camões tivemos muitos outros escritores, que a selecção da Argentina continuou a jogar com 11, que os Estados Unidos não ficaram sem presidente e que a Igreja prosseguiu a sua afirmação.

Mas isto é confundir o inconfundível. A chusma de substitutos não substituiu o original. E para se ser original, difícil de substituir ou insubstituível é preciso ser diferente. Diferente todos os dias, para que a cópia de ontem seja inferior à novidade de hoje. Disse a insubstituível Coco Chanel um dia, “se quisermos ser insubstituíveis temos de ser sempre diferentes”.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Novidades do PSD

Consta que a sede de Pedro Passos Coelho vai ser num edifício aqui para os lados do Campo Grande. Se passarem por lá ainda está a dizer vende-se, mas tudo será montado a partir de hoje.
E vai haver mais dois candidatos peso-pesados. Hoje já se irá saber mais.

"Cachas" made by do fundo da Comunicação

Gostamos de dar notícias aos nossos leitores, sobretudo notícias próprias com a chancela do fundo da Comunicação. E procuramos acertar sempre. Para isso, publicamos apenas assuntos cujas fontes sejam fidedignas e evitamos tomar como certa uma informação que venha de uma só fonte.

Ontem, escrevemos aqui duas novidades - na verdade, uma novidade e uma provocação - relacionadas com uma nova agência. Hoje de manhã os dois promotores do projecto já confirmaram as informações da nossa notícia na caixa de comentários do blog.

O post sobre o PSD que o Rui colocou agora será confirmado pelos Media, em breve.

domingo, 20 de abril de 2008

70% da remuneração da Guess What? PR será flexível

Cerca de 70% da remuneração da nova consultora será variável. Pelo menos, a fazer fé nas palavras de Renato Póvoas, managing partner da Guess What? PR, num post de Outubro de 2007: ..."Assumo mesmo que 70% do total da remuneração (das agências) deveria ser flexível, de acordo com os resultados da agência provocados no cliente. Numa primeira análise o que poderá parecer uma ameaça à subsistência e viabilidade económica das agências transforma-se rapidamente numa oportunidade de estas afirmarem e comprovarem o impacto e o valor que o seu trabalho e as RP provocam no negócio dos seus clientes". Ver post completo aqui.

Se repararem, o primeiro comentário a esse post é meu. E escrevi na altura o seguinte:

"Viva, algumas notas sobre o texto:

- o sector não está estagnado;
- não acho que a associação tenha que fazer nada a este respeito, o mercado é que deve funcionar;
- Se vê como oportunidade deverá implementar o modelo que propõe (isto é o mercado a funcionar; se estiver certo ganhará muitos clientes rapidamente).

abr."

Parece que o Renato levou o desafio a sério e vai revolucionar o modo de remuneração no mercado.

Boa sorte! Estarei atento ao desenrolar dos acontecimentos.

Jorge e Renato estreiam Guess What? PR

Vai estrear no mercado uma nova consultora. Baptizada de Guess What? PR, a empresa é o novo projecto de Jorge Azevedo e Renato Póvoas, apurou o do fundo da Comunicação. Os dois profissionais de comunicação especializados em saúde irão apresentar a Guess What? PR no início do próximo mês.

Os dois dissidentes da Mediahealth lançaram também um blog intitulado Diálogos de Comunicação, que poderá substituir o Relações Públicas Sem Croquete, da autoria do Renato, e o Serviço de Urgência, do Jorge.

Novo acordo ortográfico (II)

Do acordo ressalta uma única alteração que me parece infeliz. A queda do acento em certas palavras graves originará alguma confusão, pela homografia das palavras. O texto do acordo defende-se que devemos pronunciar essas palavras consoante o contexto.

Registe-se o exemplo do que estou a dizer: "O homem pára em frente ao sinal" passará a escrever-se "o homem para em frente ao sinal". Mas na fonética não há qualquer alteração. O acento deve continuar a pronunciar-se.

Novo acordo ortográfico (I)

Li hoje o livro Atual - O novo acordo ortográfico. Um livrinho de 30 e poucas páginas que esclarece no essencial que as alterações que permitem a unificação do português são muito poucas.

O acordo traz para a linha da frente o critério fonético em detrimento do etimológico. Assim, as consoantes mudas apagarem-se do vocabulário é umas das principais evoluções. O novo acordo traz também o desaparecimento de alguns acentos gráficos, uma regra mais clara na utilização do hífen e o nosso vocabulário ganha três letras - k, y e w.

O acordo não consegue a unificação a 100%, ficando algumas palavras com dupla grafia, consoante a norma seja lusoafricana ou brasileira, já que os 100 anos de divergência cavaram algumas diferenças inultrapassáveis.

Ótima ação

O corrector do Word sublinha estas duas palavras a vermelho, mas elas estarão correctas dentro de pouco tempo. As consoantes que não dizemos apagar-se-ão na grafia das nossas palavras, segundo o novo acordo ortográfico, redigido há 17 anos.

Esta é uma das alterações. Desde 1911, quando ocorreu a primeira grande reforma ortográfica no nosso país, que esperamos uma unificação entre as várias formas que o português tomou com o passar dos anos. No início do século passado fez-se a reforma à margem do Brasil, e não tendo havido entendimento posterior, a grafia dos dois países divergiu.

Não gostamos de mudança. Não gostamos porque no imediato provoca-nos sempre desconforto. Dá trabalho habituarmo-nos a novos paradigmas. Mesmo que rapidamente fiquemos numa situação melhor que a anterior, o período de adaptação é incómodo. Por esta razão, na hora da mudança, como agora acontece com o novo acordo ortográfico, invocam-se muitos argumentos para deixar tudo como está.

A pertinência do acordo, segundo o livro “atual - O novo acordo ortográfico”, de João Malaca Casteleiro e Pedro Dinis Correia, deve-se a razões históricas, de lusofonia e pedagógicas. O acordo, por ratificar e que afecta apenas a grafia da escrita, fecha 100 anos de divergência e é essencial para unificar a ortografia de oito países e de dezenas de organizações internacionais, facilitando também a aprendizagem da própria língua portuguesa.

Ao todo existem no mundo mais de 200 milhões de pessoas a falar português, e devia ser hoje claro para todos que não ratificar o acordo – Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe já deram o ok – seria um suicídio para o português de Portugal. Que peso teriam os nossos dez milhões contra os 160 milhões do país irmão? Participando garantimos algum voto na matéria.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Linda analogia

Pedro Lomba, hoje, no Diário de Notícias, presenteia-nos com esta: "Boa imprensa é um pouco como beleza física: ou se tem ou não se tem". Bonito soundbyte. Soa bem. Pena ser um disparate.

Somos o tunning dos blogs

Fiquei hoje a saber que somos o tunning dos blogs. Ver aqui no blog Diálogos de Comunicação. Agora é a vez da vossa largura de banda ficar entupida. Um abraço para os dois.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A bela Itália (II) e o marketing político

No marketing político há preceitos, teorias e truques gerais, mas tudo varia consoante a cultura dos povos.
Não há soluções e sugestões aplicadas num local que tenham garantidamente aplicação de sucesso noutro lugar do planeta.
Senão, vejamos, como seria a reacção em Portugal, nos EUA, em Inglaterra a estas declarações:
«Itália é um grande país para os investidores…hoje temos menos comunistas e os que ficam negam tê-lo sido. Outra razão de peso para investir em Itália é que temos belas secretárias…raparigas soberbas».
«Desta vez não vou mandar mulheres bonitas para deputadas…temos outras coisas boas para fazer com elas».
Em qualquer parte do mundo, um líder político seria trucidado por estas declarações machistas.
Mas estamos em Itália e estas palavras são de Sílvio Berlusconi.
E isto, para quem conhece Itália, está muito mais próximo da sua cultura do que fórmulas copiadas a Obama.
Por isso ganha. E ainda por cima porque tem o Milão (futebol), a Mediaset (televisão e os canais que mais despem as bailarinas e assistentes de programas) e é milionário.
Itália é a pátria de “La Piovra”, não nos podemos esquecer disso.

A bela Itália (I)

No último comício do PD, Walter Veltroni, discursou: «A Itália fantástica que trabalha, que pensa, que se cansa, que acredita e que quer mudar merece uma política nova».
Veltroni falou em «si, puo fare», copiando Obama e da imprensa internacional – quem a lê – reparou como os meios mais à esquerda, por exemplo, “Le Monde” e “El País” fizeram uma campanha fortíssima a favor do “síndaco” (presidente de câmara) de Roma.
Mas Veltroni não é um homem novo e veio da área comunista onde foi até director do “L`Unitá”, uma espécie de “Avante” da bota. Conseguiu irritar Berlusconi, porque em campanha nunca referiu o nome dele (algo impensável para um “umbiguista”), mas não chegou.
O mago das campanhas da Benetton, Oliviero Toscani, declarava na quinta feira ao El País (mas por trabalho, ainda não tinha referido): «Morreremos vestidos na última moda, mas idiotas».
«O produto de pior qualidade em Itália é a política. Os piores profissionais do país são os políticos. Por isso Itália está assim».
Veltroni, apesar de ter unido a esquerda no Partido Democrático, não passou. Berlusconi está muito mais perto da alma italiana do que um intelectual de óculos.
Aliás, já repararam que quem usa óculos não passa e perde? Explicarei porquê, oportunamente.

Mas que grande notícia!


Cabaço à presidência já! O número um criativo na EuroRSCG americana é nosso. Conheci-o há seis anos quando a YoungNetwork fez a comunicação da fusão entre a Grey e a Home, da qual resultaria a GreyHome. Num rectângulo onde rareia o talento criativo na publicidade, olhar para o exemplo do Zé Ricardo é motivo para nos regozijarmos. Que prazer me deu ler esta notícia. A história mais completa aqui, na Meios.

Embala-nos Smith que eu gosto

Leio que há “bastantes agências a perder dinheiro” – Jorge Marques, presidente da Strat, in Briefing.

And? What’s the point?

As que perdem durante pouco tempo, recuperam mais à frente.

As que perdem durante muito tempo fecham, saem de jogo, diminuem a concorrência para as outras. Talvez haja agências de publicidade a mais, talvez estejam sobredimensionadas, talvez sejam ineficientes.

Ficam as outras, poucas ou bastantes, que já faziam dinheiro ou que perdiam até há pouco tempo, as que vivem segundo Darwin e se adaptam.

A “mão invisível” de Adam Smith a embalar o mercado.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Duda Mendonça em Portugal

Nos próximos tempos, chegará a Portugal o melhor “marqueteiro” brasileiro: Duda Mendonça.
O homem que ao fim de três derrotas conseguiu levar Lula ao Planalto.
A escola brasileira de comunicação política é muito marcada pela publicidade. As suas “trutas” são “ad people”, muito poucas foram RP, passaram pelo jornalismo ou assessoria política.
Experiências diferentes mas que se podem cruzar.
E Duda, pelo menos, não é consultor de vão de escada promovido a mago pela ignorância de alguns.
Virá em breve a Portugal, vamos ver se trabalhará com alguém...

Eleições sentimentais

…as de Maurício.
Há um escritor espanhol que poderia ser mundialmente mais importante do que é, se mantivesse a bitola dos seus dois primeiros livros: “A verdade sobre o caso Savolta” e o genial “A cidade dos prodígios”.
Eduardo Mendoza é catalão e o seu espaço natural é Barcelona.
“Maurício ou as eleições sentimentais” é a última obra publicada por cá, que li de um fôlego.
A sua escrita continua divertida, sarcástica e crítica. Desta vez uma ligeira trama política para reflectir sobre a Catalunha, antes da conquista das Olimpíadas de 1992.
«Um governo sem ideologia tem de manter um nível muito alto de eficiência e honradez, e isso não está ao alcance de ninguém»; «A Catalunha é ingovernável. Durante séculos funcionámos como nos apeteceu, sem corpo político. Estamos habituados a viver na periferia de um Estado incompetente e a sobreviver à base de pactos secretos, acordos tácitos e de tramóias dissimuladas, sob o véu de um nacionalismo sentimental, autocompassivo e autocomplacente».
Por acaso, no domingo, no “El País”, a “Quarta Página”, era um artigo de opinião sobre a crise actual da Catalunha. A cidade que fascina, um farol em que muitos ambicionam viver, está de rastos e falta-lhe capital humano.
Sobre Barcelona, no livro citado, por acaso, Mendoza põe na boca de um dos seus personagens sobre o pós-Olimpíadas: «No fim os ricos ficarão mais ricos, e os pobres ficarão na mesma, mas encantados com o espectáculo».

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Jorge Coelho

Confesso que sempre simpatizei com Jorge Coelho.
Ao longo dos anos moderou a imagem, seguindo o politicamente correcto do marketing político, mas nunca moderou as emoções.
Os seus amigos adoram-no, os militantes socialistas acham-no fundamental e a alma do PS ainda depende dele.
Quando era jornalista que acompanhava o PS, nas iniciativas Governo em Diálogo, havia sempre um jantar de Guterres com os presidentes de câmara do distrito que visitava.
Jorge Coelho, e o seu assessor António Capinha, optavam por jantar com os jornalistas. «É mais divertido com vocês e já conheço os autarcas todos», dizia-nos, bem disposto. Lembro-me bem do serão na pousada Flor da Rosa, no Crato.
Ele era a corrente de transmissão dos militantes a um PM que gostava do diálogo, mas que por vezes estava distante das bases do PS.
Quando era director da Política Moderna, fiz-lhe a última entrevista, que foi capa, enquanto ministro. Dois dias depois, caía a ponte de Entre-os-Rios e Coelho abandonava o Governo. Ficou muita obra por fazer e que na altura ambicionava e me mostrou.
Manteve a discrição nos grandes palcos, mas bastava espreitar um congresso do PS para se saber que o mais aplaudido era ele.
O PS vai sentir a sua falta com a ida para a Mota-Engil. E Coelho vai perder alguma magia e um toque de pitoresco que sempre quis manter.
Carlos Andrade perguntou bem: «estão a contratar uma gazua, ou um homem extremamente competente?». Eu diria, as duas coisas.
Mas quando a construtora ganhar alguma coisa, instalar-se-á logo a dúvida de como o conseguiu.
Jorge Coelho político é Anakin Skywalker. Jorge Coelho gestor terá um lado Darth Vader. Como é que ficará para a história?

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A paixão da História

A “Meios e Publicidade” foi a primeira a anunciar a criação da Visão/História.
Foi a primeira coisa que li nessa manhã. Mas fiquei com as expectativas frustradas.
Sou consumidor mensal certo de quatro revistas de história: A National Geographic História, a Clio, a Historia y Vida e La Aventura de la História. Todas espanholas e nada parecidas com a nossa “História” que sempre foi um projecto, desde o início, mais preocupado em ser académico do que para consumo de massas.
E ainda compro a “L`Histoire” e a “História”, brasileira.
Por isso, esperava que a Visão aparecesse com algo parecido com o que os nossos vizinhos fazem tão bem.
Afinal, nem a periodicidade é certa. Será pontual, quando se justificar. Os portugueses que gostam de história vão ter que continuar a desenvolver o castelhano.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

As duas melhores máximas sobre Hillary

Eu escolheria duas frases para explicar tudo o que aconteceu em um ano a Hillary Clinton, justificando a sua incapacidade inata de despertar afectos.

«Ela é o melhor homem para o lugar de “comander-in-chief”» Jack Nicholson, que é seu apoiante

«Se Hillary fosse um estado, seria o Ohio. Longe de qualquer extravagância, carente de todo o glamour», análise de editorial americano

terça-feira, 8 de abril de 2008

Blogosfera alive

Na próxima quinta-feira é promovido um debate, by Unicer, sobre o tema: «Blogosfera, um problema para as empresas ou um novo universo para as relações públicas?».

In loco ou via Net – uma vez que haverá transmissão de vídeo em directo - assistiremos a estas ‘conversas’. Ver notícia na Briefing de hoje.

Boa iniciativa.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Hillary sem Penn

Por causa de um problema da sua vida empresarial, incompatível com as ideias da candidata que aconselhava, Mark Penn deixou o comando da campanha de Hillary Clinton.
Os maus diriam que seria o regresso da velha máxima de que os ratos…
Não vejo dessa maneira, mas reconheço que Penn teve um estranho papel numa candidata com tudo para ganhar a nomeação democrata. Nomeadamente, em algo em que ele é especialista.
Mark Penn é um caçador de microtendências. Observa a paisagem social, com a perspectiva de encontrar antes dos outros algo que seja um “tsunami social”.
Como explicava há pouco tempo o “La Vanguardia”, «todo o acontecimento que hoje está a modelar o nosso mundo, começou em algum pátio traseiro, quem sabe mesmo à frente dos nossos narizes».
Penn não descortinou as microtendências que empurraram Obama para um movimento social que há décadas não se via nos EUA.
Um especialista em crise. Também acontece.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Atlântico

Fui director de uma revista de política mensal, a Política Moderna, durante três anos. Foram 35 números interessantes e excelentes tempos, encerrados por ter um desafio que não me permitia fazer jornalismo.
Daí que seja com mágoa que veja o encerramento da Atlântico, do Paulo Pinto de Mascarenhas, pelo menos neste formato.
Eu era um dos 2500 consumidores. Às vezes gostava muito, outras não gostava nada, mas vai fazer falta.
Tal como há pouco tempo, um dos responsáveis por um dos mais destacados sucessos do Governo Sócrates, me dizia que fazia falta a Política Moderna.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Pormenores da RTP

Podem dizer o que quiserem, mas Menezes tem razão.
O que diz a ERC dá razão aos protestos do PSD e justifica ataques à maneira como o PS controla os media.
E ninguém comenta este facto, que é de diplomacia pura e de respeito institucional, e que vou revelar pela primeira vez.
Quando Menezes foi à última entrevista que deu a Judite de Sousa, enquanto líder da oposição, na RTP, acompanhado de Romano de Castro, Virgílio Costa, Luís Montenegro e José Paulo Fafe, nenhum responsável da direcção de informação ou de programas o esteve a receber.
A imagem de um líder de oposição tem responsabilidades protocolares que uma instituição como a RTP deve conhecer e respeitar.
Não respeitou. São pormenores, mas os pormenores, para mim, são muito importantes.
José Sócrates, com quem partilhei muitos minutos simpáticos, aos domingos, nos bastidores dos estúdios da 5 de Outubro, quando era só comentador, tinha sempre uma funcionária das relações públicas da RTP a recebê-lo. São pormenores.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Bem português

Não é só no Faz Figura* que se come bem.
Desde 1997 que frequento o Sinal Vermelho, depois o Lisboa à Noite, dos simpáticos e eficientes sr. Vítor e sr. César, ali no Bairro Alto.
Sempre me senti ali bem e isso é meio caminho andado para se conquistar um cliente habitual. Esta sexta feira ali estive – desta vez no Sinal - com amigos, dois deles que já não via há alguns anos mesmo, mas todos jornalistas ou ex-jornalistas.
Boa conversa sobre o mercado, recheado com algumas “cachas” que vão marcar esta semana, outra vez. Algumas bem sonantes.
Mas a grande “cacha” é que, finalmente, a Câmara de Lisboa autorizou o arranque das obras do novo projecto destes mestres de cerimónias da boa comida lusa.
Entre os dois restaurantes, situados na Rua das Gáveas, vai nascer um espaço de petiscos e vinhos portugueses. “Um complemento” como já há uns tempos me tinha dito o sr. Vítor.
Vai ser um sucesso, por certo. E até faltava isto no Bairro Alto.

*O Faz Figura é cliente da YoungNetwork