quarta-feira, 3 de outubro de 2007

PSD/Ultimatum

Quais os passos que Menezes precisa dar para ser feliz:
.Menezes precisa de um “Re-Brand” (porque esta campanha em nada o valorizou, só prejudicou com a baixaria em que se deixou envolver)
.Tem dois anos para mostrar que é mais afável que Sócrates (porque esse, se houver cansaço, é o ponto fraco de Sócrates. A sua teimosia e por vezes crispação)
.Dar o abraço do urso aos que abomina no PSD – mas sempre com um sorriso (a desculpa fantástica é a união do partido)
.Ganhar credibilidade (e ainda perdeu mais do que tinha antes da campanha, para os mais críticos)
.Ter nomes fortes ao seu lado (vai ter que pescar, com um engodo apetecível, figuras que não estiveram ao seu lado na campanha)
.Precisa de mais profissionais de comunicação e marketing competentes e com currículo (o regresso à primeira linha do Pedro Fonseca é uma evidência desta campanha, Menezes sabe bem do que eu falo, e vê-se no PSD/Supremacia, em baixo)
.Solidez nas suas opções e poucas hesitações (que é um ponto fraco que lhe apontam, a sua falta de coerência)
.No início do próximo ano, grande campanha nacional de lançamento da sua imagem (há muitos portugueses que ainda não sabem muito bem quem é Menezes. Campanha nacional de outdoors, acompanhada de perfis pessoais nas revistas dos jornais de referência e acções populares nos jornais populares).
PSD COM ALMA (para fragilizar a imagem forte de Sócrates e criar subliminarmente a ideia de que Sócrates é arrogante, demasiado arrogante, e o que falta é ALMA na governação. Mas isso era só um primeiro passo, o resto não digo porque não trabalho de borla…) Estes mandamentos devem ser fundamentais.

PSD/Supremacia

Foi Mendes que perdeu. É uma velha lei da política, quem tem o poder é que o perde, nunca é a oposição que o ganha. Analisemos a comunicação em que aprendi que, na política, mais do que tudo, o fundamental é televisão. Então qual foi a razão para a Supremacia de Menezes?
Factos concretos
Televisão - Durante quatro semanas, veja-se a Marktest, Mendes teve mais notícias e mais tempo de tv que Menezes (que tinha uma agência de comunicação a trabalhar para ele).
Imprensa escrita – Menezes tinha a favor o Correio da Manhã (é colunista lá), DN (porque João Marcelino simpatiza com ele e foi quem o convidou para o CM, por sinal), JN (por afinidade nortenha), delegação do Norte do Expresso e 24 Horas (até Pedro Tadeu contou, no fim-de-semana, um telefonema solidário de Menezes que um dia recebeu).
Conclusão, a agência de comunicação contou pouco, Menezes semeou ao longo dos anos algumas solidariedades que o preferiram apoiar.
Mas tinha contra, Sol (especialmente José António Lima), Público (elites culturais odeiam-no), Visão e Sábado que o massacraram sem piedade.
Rádio – empate
Blogs – acho que já se falou o suficiente disso em plena campanha.
Logo se compreende que o desgaste, e a consequente vontade de mudar eram tantas que quem concorresse contra Mendes era um potencial vencedor. A Supremacia de Menezes foi a fragilidade de Mendes.

PSD/Identidade Desconhecida

O que é o PSD? Um partido autocarro onde tudo lá cabe?
Esse é um dos principais desafios de Menezes. O PSD hoje tem uma Identidade Desconhecida.
Menezes pretende fintar Sócrates pela esquerda, mas ao mesmo assume os tiques conservadores-liberais de Sarkozy.
O melhor seria “Razão e Coração”. “Razão”, o que alguns dos seus críticos dizem ser a sua pecha; “Coração”, o que Menezes tem de mostrar – e não mostrou em campanha – que falta à governação de Sócrates.
Mas, acima de tudo, posicionar claramente e dar uma identidade ideológica ao PSD. Até porque isso lhe tiraria o rótulo de populista que os críticos e “opinion makers” teimam em colar-lhe. Demora tempo, é um facto. Não podemos esquecer os EUA, onde as vitórias dos Neo-Cons de W. Bush assentaram nos pilares ideológicos lançados pela revolução conservadora de Barry Goldwater, mais de 30 anos antes.