segunda-feira, 12 de maio de 2008

"O sol e a noite eterna" no PSD

Nesta campanha, que muito promete até ao fim, as variações de apoios são diárias. Muitas das carabinas que se contam e se dão como certas, não são certas e andam a enganar todos.
Já vi quadros a trabalhar numa sede de campanha, que na semana seguinte mudaram de sede. Já vi apoios declarados que mudaram ou que agora preferem o silêncio.
No PSD, para lá do romantismo do militante fiel e do amor à camisola desinteressado, a maior parte dos quadros quer poder. É para isso que existe um partido. Conquistar e manter o poder.
Daí que, muitos “companheiros”, estejam a dar apoio a três candidatos ao mesmo tempo, porque querem ter mais certezas de quem vai ganhar. Por isso, não há certezas nenhumas.
Manuela deu um tiraço no pé com a entrevista ao JN de ontem. Passos Coelho que teve uma primeira página infeliz no “Expresso”, este sábado, jogou bem e disparou. Santana já cavalgou a onda.
É por causa desta incerteza quanto ao vencedor que, qualquer contabilidade que se faça nos apoios, é apenas arma de arremesso nos media.
Acabei de devorar os “Tudors” este fim de semana. E uma frase resume os movimentos do PSD actual: «A presença do Rei é como o sol, quando estamos longe dele, há apenas a noite eterna».
Os apoios precisam de divisar claramente o sol…

"Almost there"

Era este o título da capa da “Economist” desta semana.
Paradoxalmente, Obama tem perdido magia, mas tem conquistado os super-delegados e manteve a liderança entre os Democratas,
Agora fala-se num “ticket” Obama/Hillary, que eu não acredito. Os estrategas do senador só deixaram cair esta hipótese para que a campanha seja mais branda.
Obama derrotou uma poderosa campanha, com muitos meios, de Hillary. Mas ainda falta superar a prova de fogo: uma campanha violenta republicana, se tudo continuar como o dizem as sondagens “too close to call”.
Mantenho que nunca votaria nela, mas Hillary era a melhor candidata, a mais bem preparada, a com mais coragem para romper e fazer reformas. Mas isso não basta. A máxima de Kissinger mantém-se actual.

Cartoonista da palavra

Ferreira Fernandes é do melhor que a Imprensa nos dá hoje. Neste fase ascendente do DN (ver últimos dados da APCT), o jornalista brilha a cada texto publicado. Acompanho os seus textos há muito tempo. É dos meus articulistas preferidos. Nos títulos, nos temas, na actualidade, na escrita, Ferreira Fernandes é um cartoonista da palavra. Do melhor.

PS: É redudante citar apenas um artigo, mas aqui fica o de hoje.

O PREC assina de cruz

Hoje, João César das Neves escreve sobre Tintin, 1937. De como os burocratas saltam de contentes na miríade de leis que nos enquadra e regula a todos. Lemos alguns exemplos de como a nossa castradora constituição, escrita pelas mãos do PREC, necessita urgentemente de reforma.