terça-feira, 23 de outubro de 2007

Quem tramou Rogério Alves?

Quatro dias fora e dois temas que ficaram por comentar. O primeiro dos quais a manchete de ontem do Correio da Manhã. Tinha evitado comentar o caso Maddie McCann até agora, mas a notícia de ontem merece as próximas linhas.

Manchete: McCann investem milhares em imagem

Lead: Advogados portugueses do casal fizeram sondagem ao mercado nacional das agências de comunicação.

A notícia de ontem influencia a opinião pública portuguesa contra os McCann, que supostamente terão convidado (ou sondado) agências para assessorar a sua imagem (a notícia é omissa quanto ao tipo de assessoria que pretendiam).

Vamos deixar de lado o acessório utilizado na história: os 50 mil euros mensais, a sondagem a outras empresas do mercado, o fazer proposta para depois recusar e o factor impeditivo para trabalhar com o caso.*

Da notícia percebe-se que três agentes sabem esta informação - os advogados e as duas agências citadas. E sabe-se que um deles foi a fonte da notícia.

- Os advogados não foram porque a notícia era tudo o que não queriam, o que obrigou Rogério Alves a negar que tenha sido contratada qualquer agência, e mesmo, que não há intenção de o fazer no futuro;

- Restam as duas agências: uma delas colocou a notícia no jornal.


* Falo de acessório do ponto de vista da interpretação dos interesses e motivações, não do ponto de vista mediático. Tomo nota também que alguns dos dados que considero acessórios são falsos e outros verdadeiros.

34 disparos

As agências de publicidade têm a imagem, em especial as que se tentam impôr pela criatividade, assente no ganho de prémios. Daí a corrida desenfreada que se assiste a qualquer concurso, festival ou troféu que mexa.

Ainda na passada sexta-feira, glosei neste nosso blog os prémios que por cá se atribuem (ver post), cujo significado é diminuto.

Fiquei agora a saber, pela Meios & Publicidade, que no Sinos, Festival Internacional de Publicidade em Língua Portuguesa, a portuguesa Partners concorreu com 34 (!) trabalhos, só igualada pela moçambicana Golo Publicidade, já experiente neste certame. Depois delas, a lista é longa, e inclui as principais agências de Lisboa no topo das inscrições.

Já estou a ver a Golo Publicidade, única agência desta ex-colónia a concorrer, a puxar dos galões na próxima estação: "Somos o único grupo de Moçambique premiado na última edição dos Sinos."

Com 34 tiros de caçadeira...alguma rola há-de cair.