terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Espírito natalício

Um director passeia-se pela empresa para a ver a carburar e apanha os consultores a jogar ténis na Wii. Um cliente nosso está a promover um pack Wii+projector e enquanto se testa e não testa nos meios, vai-se jogando por aqui. Conclusão: juntei-me a eles.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Tendências das R.P. para 2009 versão 1.1

Como disclaimer inicial: é mais fácil comentar por cima.

O João Villalobos definiu no Imagens de Marca as tendências para 2009.

Concordo no essencial. E acrescento o meu contributo.

- Reputação, focalização nos objectivos, rentabilidade dos consultores e parcerias extravasam o ano de 2009, são estruturais.

- Prevenção e gestão de crise sim, mas não só. Aproveitar as oportunidades de crise. Da nossa e da dos outros. Leitura rápida e fácil do Marketing de Crise, de Martins Lampreia. Basta últimas 80/90 páginas.

- Trocava "consultoria, não assessoria" por consultoria, com assessoria.

- Na Web 2.0 é investir para colher mais tarde. A importância é crescente, a base muito pequena. Algum know-how do lado das consultoras, cliente ainda pouco receptivo. Será ano de envagelização. Próximos doze meses é para estar no vermelho aqui.

- Angola com muito potencial, mas risco e investimentos elevados. Negócio das RP com unidade de conta baixa, o que dificulta a entrada. Fazer a soma aos custos de escritório e de ter pessoas deslocadas lá (casa, segurança, motorista, etc.). Sem clientes âncora negociados antes de abrir a porta e/ou sem alguma parceria muito forte não vai entrar ninguém. Será preciso esperar pelo já certo aumento da oferta imobiliária para equilibrar com a procura e pela descida dos custos contextuais.

- Quem se tenha preparado com tempo, terá bom ano na comunicação política.

- Sustentabilidade e responsabilidade social serão afectadas pelo mau ano económico, mas continuarão a ser uma tendência forte da gestão de reputação.

Postalito de Bernie


O postalito de Boas Festas de Bernie Ecclestone (este da foto é falso) reaviva o escândalo sexual de Max Mosley, presidente da FIA, em Março último. O cartão exibe a jovem promessa do mundo porno, Max Mosley, o próprio, a chicotear o membro de uma das equipas. "O habitual castigo da equipa", lê-se no cartão.

Sentido de humor aqui.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A minha Qimonda

Ferreira Fernandes comenta a minha crise.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sugestões de Natal

Gostava de deixar algumas sugestões de compras para estas semanas. Deixo coisas que já conheço, li ou vi, mas que são lançamentos recentes, com excepção dos blogs.

Livros: Júlio César, de Adrian Goldsworthy; Colapso, Jared Diamond; e para algo mais de lazer o segundo título da saga Millenium, de Stig Larsson.

DVD`s: Deserto vermelho, de Michelangelo Antonioni; No Vale de Elah, do Paul Haggis (o melhor filme americano do ano passado e para se perceber porque é que na conjuntura do Iraque nunca poderia ganhar Óscares); Luzes de Sexta feira (na Fox está como sextas sob pressão – que grande série); recomendo a caixa com as 3 temporadas da moderna Battlestar Galáctica (melhor série de ficção científica de sempre com diálogos geniais e até campanhas políticas).

Blogs: DoFundoDaComunicação, Lugares Comuns do LPM, Piar, Buzzofias e Food for Thought na comunicação. Dos outros só há dois que acompanho regularmente: o Corta-Fitas e o do Paulo Gorjão.

Bom Natal e Fantástico 2009 para todos os leitores.

Uma boa notícia

Um dos meus colegas jovens lobos do Semanário, não teve a referência correcta que a nossa amizade merece, apenas porque ainda não sabia.
O Francisco Almeida Leite é o novo editor adjunto de política do Diário de Notícias. Um bom jornalista e bom blogger no Corta-Fitas e com grande sentido estético nas fotografias que ali coloca. Um abraço e desejo de grande trabalho.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

EAS 2008 – Douglas Pinkham – Pres. Public Affairs Coucil (5)

Foi o único a falar com papéis e sem qualquer suporte gráfico de apoio. Ficou de mandar a apresentação, para quem desse cartões, por e-mail. Já me mandou, por isso, se algum leitor quiser eu poderei reencaminhar esta intervenção.
A maioria dos americanos tem a percepção que os lobbistas «pagam aos políticos». Os americanos continuam a «entender que não é necessário o Governo, ao contrário dos europeus».
Disse uma das frases mais engraçadas sobre o posicionamento dos consultores: tem que se estar «at the table», se não estás, provavelmente, estás «in the menu».
E chamava a atenção para um pormenor muito importante. A maior parte dos CEO`s americanos (entrando também no “Grassroots activism”) faz lobby ou está em “boards” de associações.
E este número é que é assustador: 300 milhões de e-mails e cartões foram recebidos pelos congressistas e senadores. No nosso Parlamento, ainda muitos deputados nem sabem mexer no e-mail, e muitos deles nunca responderam a nenhum eleitor.
São muitas diferenças.

EAS 2008 – Chris Cooper, Partner, MHSC Partners (4)

Este “key note speaker” substituiu um dos que estava no programa inicial e que mais interesse tinha em ver que era o director de Public Affairs da Daimler.
Começou com um humor idiota e passados 15 minutos, numa intervenção falhada, mais de um terço da sala começou a sair (só me lembro de uma coisa assim nos congressos partidários quando abandonam o palco as principais figuras), entre os quais, eu.
Como a seguir se seguiam 90 minutos de jovens a falar do futuro da Europa, aproveitei para ir ver o museu do Tintin e dos criadores de banda desenhada, nomeadamente a última mesa de trabalho do Edgar P. Jacobs, criador de Blake e Mortimer, que adoro. Um museu simples, mas muito engraçado que recomendo aos amantes da BD, pois tem lá tudo.
É um ponto de atracção numa cidade que, para lá da Grand Place, sempre achei horrível e sem alma.

EAS 2008 – Jere Sullivan, Edelman Bruxelas (3)

Outra expressão ainda pouco utilizada por cá: Grassroots campaigning. Tem a ver com lobby e sobretudo com esta interrogação:
«How can i engage people?».
Pela sua experiência europeia, o que o conferencista explicava era que na «Europa, depois de elegerem os seus representantes, as pessoas deixam de fazer lobby. Nos EUA há lobby sempre, aliás, por lá existe a máxima: «if you need something, write to your congressman».
Mostrou com diversos exemplos a crescente ligação dos grupos por «issues» e não por grupos geográficos. A identificação temática de «a person like yourself».
Daí a importância do – tal - «microtargeting».
Na parte final, questionei-o como explicava que um dos gurus das «microtendências», Mark Penn, estratega de Hillary Clinton, não tenha detectado melhor do que a candidatura de Obama os caminhos a trilhar. A resposta foi que o Mark Penn tinha feito um magnífico trabalho.
Repliquei: até pode ter sido feito um bom trabalho, mas não foi magnífico…PERDEU.
Mas foi uma das melhores apresentações com bastantes exemplos práticos.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Aplausos para o fisco mutante


Portugal não se sai bem nos rankings internacionais da competitividade. Um dos dedos aponta consecutivamente, ano após ano, aos custos de contexto.

Os custos de contexto incluem a Justiça que não funciona, a Administração Pública que demora 17 anos a aprovar processos - os 17 anos são reais, de um cliente nosso, que é o exemplo utilizado por todos, para se ter chegado à solução dos PIN -, a imprevisibilidade das regras, etc..

O problema das leis mutantes é que minam a confiança dos agentes económicos. Um gestor começa o ano e toma decisões financeiras, económicas, operacionais e fiscais com base no meio ambiente que o envolve, do qual fazem parte as regras do jogo. Inenarrável que o árbitro altere o jogo a um minuto do seu final.

Atente-se nesta aberração, que corrompe a previsibilidade que ajuda na tomada de decisão. No nosso caso isto significa alguns milhares de euros de impostos a mais este ano.

Para não achincalhar, embora apeteça, recorro a uma figura de estilo.

É com agrado que recebo esta medida de apoio às empresas para minimizar os efeitos da crise.

Porque não incidir a nova taxa com retroactivos a cinco anos? Era maior a colecta para o Tesouro.


PS: Alô! Há para aí algum sindicato que represente as empresas!?

EAS 2008 – Christie Findlay Campaigns & Elections) (2)

Basicamente foi uma análise da campanha eleitoral americana.
O factor a salientar é que Obama reconheceu cada uma das tribos, compreendeu-as e trabalhou para cada uma delas. Obama «member of the global tribe».
E explicou as 3 vertentes da sua campanha:

On Line Tribes/ Branding/ Microtargeting.

Aliás, «microtargeting» provavelmente foi a expressão mais dita durante dois dias, o que me leva a antever que não faltarão nos próximos tempos uns paladinos do «microtargeting».
Nomeadamente, aqueles que gostam muitas vezes de falar em Relações Públicas e Comunicação e nunca trabalharam em lado nenhum.
Sobre os republicanos apreendo as suas duas melhores manobras, segundo a “key note speaker”: um relógio, o «Joe Biden gaffe clock» (que por acaso foi comentado por cá) e a melhor: qualquer pessoa que metesse a palavra “Superbowl” (e acho que todos sabem o que significa por lá a final do campeonato de futebol americano) aparecia um "emplastro" chamado John McCain.

European Agenda Summit (EAS) 2008 – o início (1)

Foi a Rita Branco que recebeu da organização o convite para saber se a YoungNetwork estava interessada em ir assistir ao evento que juntava uma série de profissionais europeus e americanos de comunicação – mas com preponderância para o lobbying.

Depois, por decisão do JD, fui dois dias para Bruxelas. Não vi nenhum representante português de outras agências e até, agora, posso recomendar esta série de conferências a outros colegas profissionais para o futuro.

Nos posts que se seguem, deixo algumas das notas que tirei, vou meter algumas expressões em inglês e é uma partilha de algumas coisas que eu acho relevantes para o sector, espero que sirvam a todos e também para alguns estudantes que nos acompanham.

A acompanhar

O Filipe Alves saiu do Sol, foi para a Lusa e agora irá para o Diário Económico. É um jovem talento do jornalismo económico, que vai crescer bastante e a quem auguro grande futuro.

A emoção de Obama

Gosto bastante de falar com alguns jornalistas. O Vítor Matos, da Sábado, é um deles. Um bom jornalista, sénior e sério, e que a bom tempo foi enviado pelos seus directores para acompanhar a campanha americana.
Fez a América de Barack Obama e de John McCain e viveu algumas emoções e histórias que ficarão por contar. Ainda por cima tem o seu blogue – o Elevador da Bica – em manutenção.
Contou-me algo que muitos ainda não têm presente. Obama – e ele esteve no último comício em Chicago, o da vitória – é um profissional, com uma técnica perfeita e quase sem emoções.
Mas a sua mola é a capacidade de emocionar. São as técnicas de muitos pastores e congregações espalhados pela América mais profunda.
A sua alavanca no discurso é a emoção, sem se emocionar. Fazendo ele um paralelismo com Portugal, dizia-me que nunca viu ninguém fazer isso, até porque a nossa tradição é diferente.
Já viu muitos emocionarem-se, mas nenhum a comandar emoções como viu em Obama.

Mesquitas na Europa e uma curiosidade

Noticiava o “ABC” no domingo que alastram os protestos na Europa contra a construção de centenas de mesquitas. Só em França, são duzentas as que estão a ser construídas. É um fenómeno que tem de ser acompanhado com muita atenção pela União Europeia.
E deixo uma curiosidade: de passagem por Bruxelas há duas semanas (de que vos darei conta em alguns posts), fiquei a saber que na Bélgica francófona o nome que foi mais registado é…julgavam que seria François, Michel, Jean…é Mohamed.

O, mas O, Soundbyte

«O Brasil não tem partidos, tem caciques» Diogo Mainardi, no Manhattan Connection da Globo.

Influência em Goa

Sugiro a leitura deste texto sobre outsourcing no jornalismo.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Zapping

Vou mudar de canal. Ficção por ficção vou ver um filme.

Alegre dá exemplo da Grécia...

...para justificar o estado das coisas criado pelos "governos de direita" portugueses, PS e PSD.

Está a falar com a Ana Lourenço na tela, mas ainda não percebo o que diz. A Frente de Esquerda é que é um movimento e o PS governa à direita, segundo Manuel Alegre.

Espera, espera...

Acabo de ouvir, Manuel Alegre quer o PS sem maioria absoluta, para que se tenha de coligar ao Bloco.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Oxigénio...

...para Manuela.

Com o passo de Alegre.

Viver da ilusão

Manuel Alegre olha para Barack Obama com uma “desmedida esperança”. Vivem iludidos. O novo presidente não é de circos.

Menos de 100% é pouco

A demogagia da esquerda circence contada ninguém acredita. Um Estado que gasta 50% do PIB e que cresceu desmesuradamente nas últimas duas décadas visto a olho nú, mas também por qualquer estatística do INE, é para Manuel Alegre um monstrinho a alimentar.

Para o poeta o estado do país é "resultado de duas décadas de um sistema capitalista que não foi questionado e que retirou progressivamente poder ao Estado".

Fazer o quê? Está-lhes no sangue.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A coragem dos gestos *

O Governo português, fraco e submetido a qualquer pressão internacional, decidiu não receber o Dalai Lama, quando este passou por Lisboa.
Nicolas Sarkozy, ameaçado de boicotes a várias marcas e empresas francesas na China, não hesitou em se encontrar com aquele líder simpático e que o mundo respeita, sem grandes alaridos e de maneira discreta. Quem marca a agenda é ele e a França e qualquer pressão internacional tem a resposta que merece: nenhuma. Mas o gesto ficou.
Por cá, um estudo sobre a reforma institucional em Portugal – perspectiva das elites e das massas – diz que apenas 28,5 por cento dos eleitores estão satisfeitos com a democracia em Portugal.
O estudo não foi feito esta semana, pois então seria ainda pior o resultado. Lembro-me há uns anos atrás de um trabalho de um semanário que acompanhou uma sexta-feira de trabalho do “beato” Francisco Louçã no Parlamento. E tal como alguns, o líder do BE foi lá apenas assinar o livro de ponto porque tinha mais que fazer. Uma ida ao estrangeiro ou um “treininho” no Holmes Places da Defensores de Chaves, onde habitualmente cultiva o corpo.
Esta semana fica o incrível número de 31 por cento de faltas do líder parlamentar do PSD e mais uma debandada geral numa votação muito importante (a maior parte do PSD).
Depois de escutar as justificações e saber da justiça de elas, Manuela Ferreira Leite só tinha de engatilhar: «comigo, sem justificação, os senhores deputados que faltam não serão candidatos na próxima legislatura».
Manuela mostraria liderança e autoridade. Mas, por cá, não há destes gestos.

*Publicado hoje no OJE

E o Dantas?

O Calafate descreve hoje os tempos idos do Semanário, e faz-nos ter inveja de não ter estado lá, com eles.

Marca os 25 anos com muitos destaques e uma omissão, relembra um leitor atento, anónimo mas parceiro de redacção desses tempos, no comentário ao post.

O Dantas... O que é feito dele?

25 anos de Semanário

O Alexandre e o LPM já se pronunciaram sobre esta efeméride. Vou homenagear o jornal onde comecei – e na altura ainda era lido e tinha números – em 1995, com algumas memórias.
1. A Clotilde. Simpática e muito divertida telefonista.
2. A Paula Gustavo (hoje directora-geral da media Consulting) que foi a 2ª pessoa que eu vi.
3. A minha primeira conversa com o director – o José Mendonça da Cruz – entro tímido na sala dele e ele diz-me: «chama-me Zé e trata-me por tu». Frase que costumo dizer às novas colegas estagiárias da YN para lhes retirar a pressão.
4. O Álvaro Mendonça, um grande director, que teve a coragem de apostar em mim para editor-internacional, acumulando com política (fazia PS na altura), aos 25 anos e ainda com pouca tarimba.
5. O “sargentão” Adriano Oliveira, a boa disposição do Sérgio Vieira e a excentricidade e loucura diária saudável do Eduardo Miragaia.
6. Os meus dois primeiros professores de “notícia”: a Helena Mensurado e o José Teles. A quem ficarei eternamente grato.
7. Os jovens lobos do Álvaro que apostou tudo sem medo: eu, David Dinis (hoje editor executivo do DE), Daniel Adrião (adjunto político do secretário de estado Obras Públicas), Francisco de Mendia (Cunha Vaz), Pedro Santos Guerreiro (director do Jornal de Negócios), Vítor Costa (editor economia Público), Francisco Almeida Leite (DN), Diogo Madeira e Tiago Cortez (Estradas de Portugal), Henrique Botequilha (Lusa). Espero não ter esquecido ninguém nesta ordem aleatória.
8. As duas primeiras pessoas que contratei na vida para trabalharem comigo, de quem muito me orgulho e que têm fantásticas carreiras: a Joana Machado (LPM) e o Diogo Queiroz Andrade (peço desculpa por não saber o nome da empresa, mas está ligada à produção de conteúdos).
9. O clima de grande união e amizade, com muito profissionalismo e também saudável diversão (depois do trabalho).
10. Um abraço ao Rui Teixeira Santos, Paulo Gaião e Dulce Varela, que continuam a fazer navegar o barco. E que eu continuo a ler todas as sextas. Pois no meio de muitos cenários, estão lá boas informações, pois as fontes não são profissionais da comunicação mas são óptimas na área política.
A força das instituições também é feita de memórias dos que contribuíram para a sua história. Estas são as minhas, mas há outras e que, concordo, dariam um livro.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

É Natal! É Natal!

Ok ok, ainda não é propriamente Natal. Mas como profissional de comunicação, não posso deixar de me preocupar, com a crescente diminuição de comunicação da data… ou melhor, com a ineficácia crescente da sua comunicação.

O Natal precisa urgente de voltar a comunicar de forma eficaz! Urge um relançamento bombástico da data! Uma imagem ‘lavada’ e mensagens adequadas aos dias de hoje! Tem de se voltar a credibilizar o Natal e a conceder-lhe a notoriedade perdida!

De ano para ano tem-se perdido a magia da ocasião. De ano para ano diminuem os postais festivos que recebemos. De ano para ano diminuem os e-mails de Boas Festas. De ano para ano diminuem os presentes (é a crise, será?). De ano para ano vêem-se menos acções de solidariedade, que apesar de aumentarem em número, perdem-se no ‘ruído’ da azáfama diária. De ano para ano há menos paciência para ruas e centros cheios de gente, refeições fartas, família ajuntada e afins.

Não querendo puxar a brasa à minha sardinha, (essa bela expressão!), o Natal precisa definitivamente de abrir concurso a agências de comunicação, para que o apoiem nesta ambiciosa incursão de definição de nova estratégia de RP e relançamento mediático.

PS – Também se aceitam adjudicações directas na YN

BOM NATAL!

Psicologia dos gestores da massa


Com a crise instalada, muitas são as empresas que cortam. Neste final de ano, uma das faces visíveis da tesourada são as festas de Natal. Não há dinheiro, não há vícios. Cancele-se a festa!

Este acto de gestão, tomado como lógico por gestores e colaboradores, é demasiado questionável.

Primeiro, é contraditório. Porque se corta agora e não se cortou antes, quando os resultados estavam pintados a azul? Apenas porque havia dinheiro para gastar? E as empresas dão, então, um doce aos colaboradores? É este o sentido? Qual a razão por detrás da festa de Natal? É que se não existe nenhuma razão forte para que ela aconteça, cortem. Não apenas este ano, cortem para sempre.

Segundo, é inoportuno. Por outro lado, se existem razões fortes para que ela se faça - tais como motivação, reforço de espírito de grupo, endosso de mensagens, manutenção de quadros, reputação, etc. – e que impactem directa ou indirectamente os resultados, do curto ao longo prazo, vale a pena fazer. E é sobretudo importante fazê-la este ano, quando os colaboradores estão mais desconfortáveis com a situação, mais receosos com o futuro das suas empresas, e respectivas consequências para os seus postos de trabalho. Agora é que eles precisam de alento e segurança, não quando estão a crescer a dois dígitos e o mundo parece perfeito.

Terceiro, é perder a oportunidade. Como muitas empresas vão na onda, este ano impacta mais fazer. É um sinal de quem confia no seu futuro e no futuro dos seus, de quem se sente preparado para sair mais forte da tempestade. O sinal que separa os audazes das avestruzes. Esconder a cabeça não é uma opção.

Quarto, é hipotecar o futuro. O público mais estratégico numa empresa é o interno. Investir nos colaboradores é a forma mais inteligente de chegar aos outros stakeholders. Garantir que os colaboradores estão com a empresa, que passem a sua mensagem e os seus valores ao mercado, que sejam os seus embaixadores em toda a linha, e que estejam alinhados com os objectivos é o melhor seguro para o futuro.

A psicologia não é só de massas, é também de gestores. Gestores que por uma variação de um ou dois pontos percentuais do PIB voltam da Lua para Terra, entre um fechar e um abrir de olhos.

Trabalhar blogs

Na terça à noite, com o JD, fui ao jantar da Plataforma de Reflexão Estratégica – Construir Ideias.
Um facto a salientar: a transmissão em directo do debate em muitos blogs de referência. Publico a lista dos envolvidos que me foi enviada pelo grande responsável, o Vasco Campilho, desta magnífica operação de comunicação.
31 da Armada, Atlântico, A Baixa do Porto, Corta-Fitas, Psicolaranja, Mas Certamente que sim, Câmara de Comuns e o do próprio Vasco Campilho.
Saliento a intervenção de João Salgueiro, a menos forte de Daniel Bessa e a excelente intervenção final do Pedro Passos Coelho. Em grande forma, de improviso, a lançar um programa para Portugal.
Mas é interessante a preocupação e ligação às redes sociais, fica o registo.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Verso de contra-capa

No verso da contra-capa do relatório The World in 2009, da revista The Economist, temos uma publicidade directa da Macedónia, que acende a luz na cabeça dos investidores.

A página de pub, crua, sem pudor, reza o seguinte:

. Precisa de cortar custos? Invista na Macedónia (ilustra com uma tesoura)

Depois vem o menu:

. 0% de impostos para lucros reinvestidos
. Trabalho competitivo a 400 euros/mês (salário bruto médio)
. Acesso a base de clientes de 650 milhões (acordos multilaterais e bilaterais com Turquia e Ucrânia de comércio livre)
. Estrangeiros podem alugar ou comprar propriedades directamente

A letras mais pequenas escreve-se, entre outras vantagens para empresas de base tecnológica, estas:

. 0% de impostos sobre as empresas nos primeiros 10 anos (10% nos anos seguintes)
. 5% de impostos sobre o trabalho nos primeiros 5 anos (10% nos anos seguintes)
. Sem IVA ou impostos aduaneiros para as exportações
. Subsídios até 500 mil euros nos custos de construção

Acresce para rematar a política fiscal e monetária. Alguns dos tópicos:

. Estabilidade macroeconómica: inflação baixa e moeda estável
. Taxa de crescimento elevada: 6% no primeiro semestre de 2008

Deixo-vos o site onde farei mais pesquisas: www.investinmacedonia.com

É com estes que temos que competir. Aproveite-se o exemplo.

Comunicação? Excelente. Conteúdo é tão poderoso que vale por si. É deixá-lo fluir.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Prever para quê

O relatório The World in 2009, do The Economist, dá-nos uma visão global do que será o próximo ano.

Mas para quê ler este se o de 2008 não previu a implosão do Lehman, os problemas do Freddie e da Fannie, o colapso da economia, a invasão da Geórgia, o petróleo a 147 no pico do calor e abaixo dos 40 dólares este mês e que Boris, o mayor de um só nome, estaria sentado na City Hall. Além do mais, previu que o mundo seria por esta altura governado por uma mulher.

Mas, como se desculpa o editor, Daniel Franklin, a página 92, se falhámos a crise que acontece uma vez na vida, “tivemos mais sorte noutras áreas”.

A razão fundamental para continuar a ler este documento todos os anos é a de que ele nos dá uma perspectiva de um conjunto de assuntos e eventos que moldarão o mundo nas próximas estações.

PS: Não sei se já está, mas normalmente o report é também traduzido para português.

Música

“Croatia will conclude its accession negotiations with the EU, but membership will be delayed until 2011 at the earliest. The UE feels it may have opened the door too quickly to Bulgaria and Romania, and want to avoid a repeat. The pro-agrarian stance of the Croatian Peasants Party, on whose votes the Croatian Democratic Union-led government relies, could complicate accession talks. Rising productivity will keep economic growth above 3%.”

Números para 2009:

. Crescimento: 3,5%
. Inflação: 3,5%
. População: 4,5 milhões
. PIB per capita: 14.020 dólares (Paridade Poder Compra: 18.120 dólares)

in The World in 2009, The Economist

Ruído

“The Socialist Party (PS) government will press on with a wide-ranging reform of the public sector that has delivered notable budget savings. But the pace of change will slow as the political focus shifts to elections towards end of 2009 and the prospect of more anti-reform protests becomes less palatable. The PS is well placed to exploit opposition weakness and win re-election. The economy will suffer amid a wider EU and global slump.”

Números para 2009

. Crescimento: 0%
. Inflação: 2,2%
. População: 10,7 milhões
. PIB per capita: 22.680 dólares (Paridade Poder Compra: 23.250 dólares)

in The World in 2009, The Economist

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Excitement em torno da dúvida

Já não é a primeira vez que me mostro confuso sobre notícias do meio. Preciso da ajuda dos jornalistas do Briefing, do Meios e Publicidade e dos leitores para me esclarecerem, se for possível.

Comecem por ler esta e esta notícias de ontem. Agora leiam esta de 8 de Julho de 2008 (também foi publicada pelo Jornal de Negócios). Cinco meses separam-nas.

Caso possam ajudar a compreender o que é público mas não faz sentido, provavelmente, por falta de informação, desde já agradeço.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Desmentida num futuro próximo

Má comunicação aquela que alivia hoje para ser desmentida num futuro próximo.

Serviço completo

Consultoria de comunicação aqui. Robusta, integrada e completa. Comme il faut.

Peço desculpa aos leitores pela publicidade desencapotada, mas às vezes tenho que dar largas à minha imaginação de copy.

IVA londrino

O IVA baixou, no Reino Unido, 2,5 pontos percentuais para incentivar o consumo e, por essa via, dinamizar a economia. A taxa máxima passou de 17,5 para 15%.

A medida, que entrou em vigor esta segunda e durará um ano, é uma forma de "injectar" dinheiro na economia, aproveitando a época natalícia tão propícia ao consumo.

Os lojistas, sem tempo para trocar as etiquetas, deixam recados nos escaparates: “Não houve tempo de alterar os preços nos produtos, mas quando pagar o cálculo do preço será feito com o IVA a 15%”. Na hora de pagar, as compras ficam mais baratas.

Não sei se é por seriedade no cumprimento da directiva governamental, se é por acreditarem que a elasticidade procura-preço lhes é favorável, no pressuposto que baixar o IVA faz disparar de tal forma a venda de unidades de produto, que a receita aumenta, mesmo vendendo mais barato.

Só sei que, como cliente, sabe bem ser bem tratado.

RP de um super-herói

Vi há dias o filme Hancock, com Will Smith. A fita é entre o fraco e o fraquíssimo, embora para nós, do meio, tenha algum interesse por abordar as relações públicas.

Will Smith é Hancock, um super-herói caído em desgraça. Não que ele não voe, salve pessoas e apanhe os maus, mas porque bebe, é arrogante e abusa nos efeitos colaterais (destruição massiva na hora de salvar alguém). As pessoas não gostam dele. O público, verdadeiro poder de um super-herói, desaprova-o.

Com um grave problema de imagem, entra em cena um até aí mal sucedido relações públicas que convence o super-herói a mudar de comportamento e a aproximar-se do público, para melhorar o seu nível de aceitação.

A receita:

- Deixar de ser arrogante
- Ser simpático e agradecido
- Vestir um fato de super-herói
- Evitar danos materiais colaterais
- Aceitar as regras da sociedade (Hancock aceita ser preso)

Não é o que esperamos de um super-herói? O RP vai ao encontro do que o público quer.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Em Bruxelas

Nos próximos dois dias vou estar aqui.
Espero vir com histórias para partilhar com todos os leitores.

Ainda Alexandre Relvas

Este post inofensivo parece que teve grande repercussão em alguns meios.
Mas como não podia deixar de ser, tanto os que conheço como os que não conheço de lado nenhum, decidiram pronunciar-se.
Português é português, por isso volto a repetir o post.
Reparem bem, eu nunca falei em «nenhuma conspiração contra Manuela», dizem os que conheço e os que não conheço.
O que eu digo e muita gente sabe é que Alexandre Relvas tem a ambição de ser líder – legítima, julgo eu – do PSD. É algo que ele vem pensando há muitos anos, já quando esteve na direcção de campanha de Cavaco derrotada contra Sampaio. Isto, porque até os Mourinhos são derrotados.
Digo que ele está a «descolar» de Manuela, como todo o país leu na sua entrevista ao “Expresso”. Por causa disso a Sábado deu-lhe sinal a «descer», esta semana.
E deixo mais algumas notas para os que julgam que pensam:
«À frente do Instituto Sá Carneiro, (Alexandre Relvas) quer assumir protagonismo». Helena Pereira, Sol, 29/11/08.
A melhor jornalista de política do país, a Ângela Silva do Expresso escrevia também este sábado: «Alexandre Relvas, putativo candidato a líder no partido».
É lógico que aquele almoço de «arroz de polvo», não era uma «conspiração contra Manuela», como escreveram os que conheço e os que não conheço.
Mas é, e disto não percebem estas pessoas, um exercício de RP óbvio. E quem factura com isso é ele não é Manuela. Ele está com Manuela «em pista própria», como eu escrevi.
Acresce que também no sábado, o DN, na página 18, com o título de «Alexandre, o Grande», dá conta do mesmo almoço, verdadeiro e de arroz de polvo – não é nenhuma “vichyssoise” – e ainda acrescentou algo que não sabia.
É que o vinho servido era da «própria produção» de Alexandre Relvas.