segunda-feira, 7 de julho de 2008

As gravatas

Há duas semanas foi o PP espanhol, agora o PSOE, a reunirem-se em Congresso. Um, mais turbulento e com fortes divisões que foram aparadas para a foto final, no outro, a tranquilidade de quem tem poder.
Em comum: a ausência de gravatas. Rajoy, não usando a sua clássica gravata vermelha da sorte, prefere não usar nenhuma. Zapatero, tal como Manuel Chaves e José Blanco (na primeira linha do congresso como demonstraram diversas fotos em jornais espanhóis) estavam desportivos e sem pano à frente do peito.
Por cá, primam esses elementos decorativos nas “toilettes” masculinas, sobretudo na política, como se isso fosse garantia de credibilidade, rigor e seriedade.
A nossa sociedade ainda vive destas misérias, Espanha, há muito uma potência, segue em frente, a trabalhar. E a comunicação política espanhola aconselha a aproximar e dessacralizar a actividade política.
Ao fim e ao cabo, os políticos são homens normais, como os que votam neles. Espanha já percebeu. Portugal “obriga” os seus políticos a morrer de calor.

Eleições a acompanhar são em França e S. Paulo

O PSF vai proporcionar mais um belo espectáculo.
Três concorrentes para o lugar que François Hollande vai deixar. A sua ex-companheira e mãe dos seus filhos, Ségoléne Royal, Martine Aubry, “maire” de Lyon e ex-ministra de Lionel Jospin e Bertrand Delanoe, “maire” de Paris.
Já tinha escrito que é das cidades que pode vir o futuro de algumas lideranças europeias. Aqui há apenas 30% de hipóteses de isso não acontecer.
No Brasil, Lula tem o maior dilema da sua vida política. A quem vai passar os mais altos índices de popularidade que um inquilino do Planalto já teve. Depois dos seus “compagnons de route” terem sido cilindrados em processos judiciais (José Dirceu, António Pallocci), ele só tem três hipóteses: uma fora do PT (Ciro Gomes, que não é de fiar), outra no Governo (Dilma Roussef, mas com pouca notoriedade), ou Marta Suplicy que se vai candidatar à gestão da maior cidade da América do Sul.
Para isso, conta com a divisão de egos no PSDB dividido entre Aécio Neves (que apoia Geraldo Alckmin) e José Serra (que aposta em Gilberto Kassab do DEM – ex PFL, mas agora já diz que também está com Alckmin) que estão a usar S. Paulo para se estudarem e anularem no caminho para Brasília.
Dois combates a acompanhar de perto.

O melhor do Brasil

Se alguém quer ver algumas das melhores reportagens, debates, imagens sensação e ver o arquivo de novelas e “seriados” brasileiros fica com uma informação: www.memoriaglobo.com.br
Espreitem o duelo de morte, de 1989, entre Fernando Collor de Mello (fortemente apoiado por Roberto Marinho e a Globo nessa altura, mas já ninguém se lembra) e Lula.
Espreitem a campanha pelas “directas já” que pediu o fim da ditadura dos generais e abriu o Brasil à democracia.
Qualquer pessoa pode ter acesso aos conteúdos da Globo desde a sua fundação, em 1965. E com mais extras sobre a programação.