quinta-feira, 3 de julho de 2008

Eleições à vista e o cuspo que serve de cola

Se ontem um ser verde, com três olhos e duas antenas tivesse desaguado no Planeta Azul, concretamente em Portugal, mais concretamente em frente à televisão, à hora da entrevista do primeiro-ministro, teria percebido que temos eleições à vista.

José Sócrates, um grande comunicador, teve altos e baixos na conversa com Judite Sousa e José Alberto Carvalho. Muito abaixo do seu registo na revelação dos paliativos avulsos para os pobres – deduções fiscais com habitação, subida do IMI abaixo do máximo possível. Quando questionado sobre quanto vai baixar o IMI ou qual o aumento na dedução fiscal balbuciou “não tenho os pormenores concretos” e “não me queria comprometer com números”, numa transcrição livre das suas palavras. Impacto nas contas públicas destas “medidas” também ninguém ficou a saber, mas aposto que são baixos – felizmente, comento eu. Novidades, novidades só a 10 de Julho. Até lá, o cuspo que segure as notas soltas que o staff preparou em cima do joelho.

No plano positivo, a explicação das obras que estão para arrancar. Não tanto pelo esclarecimento se são ou não necessárias, mas pelo entalanço que deu no PSD, que ratificou muitas destas obras no seu último curto reinado. Vamos ter auto-estradas, vamos ter aeroporto, vamos ter TGV e vamos ter barragens. Naquelas em que o Estado não mete fichas podemos estar descansados, porque segundo o primeiro-ministro, os privados fazem muito bem as suas análises custo-benefício. Bom para eles, porque mesmo que as fizessem mal não nos afectaria. E nas contas dos Governos, também podemos confiar?

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